Sem celebração

Grupos folclóricos e devotos lamentam São João sem festa

Por causa da pandemia, programação em homenagem ao santo será realizada em outros formatos

Evandro Júnior / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
Igreja de São João, no Centro
Igreja de São João, no Centro (Igreja de São João)

São Luís - Pelo segundo ano consecutivo, o Dia de São João será comemorado de uma forma tímida, para evitar aglomerações. Grupos de bumba meu boi que costumavam reunir “mutucas” nesta data para agradecer as bênçãos ao santo nas igrejas estão recolhidos. Os brincantes, no máximo, participarão de carreatas para que a festança não passe em “brancas nuvens”. Devotos que costumavam reunir centenas de pessoas em festas para pagar promessas também sentem não poder receber grupos de bumba meu boi e outras manifestações culturais.

“É muito triste chegarmos a mais um São João tendo que nos esconder atrás de uma máscara e não poder nos tocar, nos abraçar e derramar o nosso suor nos terreiros até amanhecer. O batalhão sente muito a falta que a festança nos faz”, diz Maria José Soares, presidente do Boi de Maracanã.

O Boi de Maracanã, um dos mais tradicionais do Maranhão, sotaque de matraca, fará apenas um carreata, às 23h, com concentração na Igreja de Santo Antônio em direção à Igreja de São Sebastião, no próprio bairro. Antes, o novo couro do boi, “Realeza de São João”, será batizado, na presença de poucas pessoas da comunidade.

O Boi da Maioba, por sua vez, fez sua carreata ontem, às 23h, partindo do Viva Maioba e percorrendo vários bairros, inclusive a Madre Deus. Outras carreatas acontecerão nos dias 30 e 4 de julho.

“São romarias em formato de carreatas, já que não podemos aglomerar. Dentro dos carros, todos estão seguros. Foi uma maneira que encontramos para mantermos a tradição de se festejar o São João, já que a pandemia persiste. Lamentamos ter de nos privar das apresentações do batalhão, mas a vida vem em primeiro lugar”, disse o presidente da manifestação, José Inaldo Ferreira.

Os grupos farão suas programações alternativas porque as igrejas não podem receber grande número de pessoas na data de hoje. Na Igreja de São João, por exemplo, haverá apenas missas, às 8h, ao meio-dia e às 16h, sendo esta última para marcar o encerramento do festejo de São João, seguida de uma carreata pelo Centro Histórico de São Luís.

Festa
Devotos que costumavam pagar promessas a São João também estão sentindo a falta do festejo como em anos anteriores. É o caso de Rosário Costa, moradora do bairro Madre Deus, que todos os anos recebia, na porta de sua casa, vários grupos folclóricos como pagamento de promessa que fez a um membro de sua família.

Este ano, por causa da pandemia, haverá apenas uma mesa com comidas típicas na porta. A pandemia impediu que Rosário promovesse a festança animada que marcada a data todos os anos. Pessoas de vários bairros e da própria comunidade se dirigiam ao “Caldeirão”, como foi batizado o largo onde está localizada a casa da devota, mas este ano será diferente. “As pessoas vão passando e provando das comidas. É uma tradição de muitos anos, mas desde o ano passado que não realizamos com festa. Fica a saudade e a vontade de que tudo volte ao normal”, disse Rosário Costa.

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