Jogo sucessório

Aliados confirmam reunião por consenso em grupo de Flávio Dino

Interlocutores e membros que deverão estar no encontro confirmaram a O Estado a construção da agenda inicialmente para o dia 5 de julho; antes, partidos tentam marcar terreno

Thiago Bastos / O Estado

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
(Weverton Rocha)

Integrantes da base de apoio do governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), confirmaram a O Estado a marcação de agenda comum no dia 5 de julho deste ano para a tentativa de construção de consenso em prol da candidatura sucessória do atual chefe do Executivo estadual visando 2022. Enquanto isso, nos bastidores, antes do encontro, aliados e membros dos partidos que, atualmente integram a sustentação política de Dino tentam marcar terreno internamente.

Um dos interlocutores consultados foi o secretário de Articulação Política do governo, Rubens Júnior (PCdoB). Segundo ele, por enquanto, o encontro está mantido. Outra fonte que confirmou a agenda foi o senador Weverton Rocha (PDT). No entanto, questionado, o senador não confirmou qual será a sua postura no encontro e tampouco se abrirá mão de uma candidatura, caso o grupo que defende o projeto de sucessão de Carlos Brandão (PSDB), atual vice-governador, não abra mão da candidatura tucana.

Esta é a terceira vez que o governador Flávio Dino (PSB) tenta consolidar uma agenda política com aliados para tratar do assunto sucessório. Ele quer evitar uma nova ruptura da base, apesar de negada por componentes, tal qual ocorreu nas eleições municipais de 2020. Na ocasião, o governador Flávio Dino liderou de forma indireta a construção de um consórcio de candidaturas, o que diluiu a distribuição de votos e fortaleceu, à época, a candidatura do atual prefeito de São Luís, Eduardo Braide (Podemos).

No entanto, o desafio de encontrar este consenso na base visando o pleito do ano que vem é complexo. Preliminarmente, o governador teria predileção ao nome de Carlos Brandão, mas o projeto de Weverton (com o apoio de partidos como o próprio PDT, DEM e outros) migrando para uma candidatura independente retiraria a força atual do governo e poderia ter reflexos futuros.

Conforme adiantou a coluna Estado Maior em sua edição do dia 22 deste mês, outros nomes começam a ser colocados na mesa, como os do atual secretário de Saúde, Carlos Lula e do secretário estadual de Educação, Felipe Camarão. O último busca apoio partidário e começou a empreitada com o recente pedido de filiação – considerado já aceito por aliados governistas – ao PT. Lula, por sua vez, defende que o seu rumo político depende do governador Flávio Dino e de suas orientações.

O PSB, por exemplo, fez convite recentemente para que Carlos Lula migre aos quadros da legenda, conforme adiantou o próprio titular da SES a O Estado no fim do mês passado. Mas questões ligadas à proporcionalidade do sistema eleitoral fazem Lula, em especial, pensar de forma estrategica qual partido escolher.

Enquanto partidos como PDT tem projetos próprios e outros como o PCdoB buscam a aglutinação, seja por um ou por outro projeto, siglas como o PTB por exemplo – ligados à pauta do governo estadual – especulam projetos próprios. Recentemente, as conversas entre as lideranças petebistas e o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior, se estreitaram.

No cenário de reposicionamentos eleitorais, há quem aponte uma possibilidade de projeto majoritário de Holanda Júnior visando o governo. Holanda deixou recentemente o PDT por, em tese, a direção pedetista já ter definido um nome para a majoritária, no caso, Weverton Rocha.

Para pedetista, haverá consenso em torno de um nome pró-governo

O presidente da Mesa Diretora da Câmara dos Vereadores de São Luís, Osmar Filho (PDT), disse em entrevista ao programa “Bastidores” da TV Mirante que acredita em consenso no grupo da base do governador Flávio Dino (PSB) e que o partido está empenhado em defender a candidatura ao governo do Maranhão do atual senador maranhense Weverton Rocha (PDT).

Apesar de declarações do presidente nacional do partido, Carlos Lupi, de que Weverton sairá candidato “com ou sem apoio” de Flávio Dino, Osmar Filho voltou a ratificar, segundo ele, que haverá consenso. “Defendemos o nome do senador Weverton Rocha e acredito que haverá consenso. Para mim, não há outra opção”, disse.

Mesmo com a posição de Osmar, nos bastidores, a apuração é de que esse consenso não será fácil. Esta será a primeira tentativa, de forma conjunta, do governador Flávio Dino de evitar um novo “racha” no grupo, tal qual ocorreu nas eleições municipais de 2020.

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