Investigação

SEDIHPOP diz acompanhar caso de jovem morto em Presidente Dutra

Família da vítima afirma que Hamilton Cesar Lima Bandeira, de 23 anos, tinha deficiência mental; esse é o segundo caso envolvendo a morte de pessoas com transtornos psicológicos em junho no MA

Kethlen Mata/ O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
Hamilton Cesar Lima Bandeira, de 23 anos, foi morto por policias militares que receberam chamado, após denúncias de apologia ao crime pelo jovem
Hamilton Cesar Lima Bandeira, de 23 anos, foi morto por policias militares que receberam chamado, após denúncias de apologia ao crime pelo jovem

São Luís - A Secretaria de Estado de Direitos Humanos (SEDIHPOP), através do secretário, Francisco Gonçalves, afirmou que está acompanhando o caso do jovem que foi baleado por policiais militares no povoado de Calumbi, em Presidente Dutra.

O caso

O caso aconteceu na última sexta-feira, 18. Policias foram acionados, após o jovem identificado como Hamilton Cesar Lima Bandeira, de 23 anos, ter feito apologia ao assassino Lázaro Barbosa – que está sendo procurado há mais de 13 dias em Goiás.

Segundo a versão da Polícia, os agentes foram ameaçados pelo jovem com uma faca e por isso dispararam, já a família do rapaz, alega que Hamilton tinha deficiência mental e não utilizou o instrumento para ameaçar os policias. Quem confirma a versão é o avô de Hamilton, que presenciou toda a cena.

Inquérito e policias afastados

Além de um inquérito da Polícia Civil que já teve início, os agentes que participaram da ação, foram afastados de suas atividades. O Ministério Público do Maranhão (MPMA) e a SEDIHPOP estão acompanhando o caso.

“O Governo do Estado do Maranhão, através da Sedihpop e da Polícia Civil, já se manifestou sobre o caso. Novas informações serão divulgadas, de acordo com a apuração das denúncias, que está sendo acompanhada pela Sedihpop”, afirmou Francisco Gonçalves, em tweet publicado ontem.

Transtornos psicológicos e despreparo policial

O Estado conversou com o coordenador do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD) do Maranhão, Marcelo Costa, para entender mais sobre o assunto.

Segundo ele, o primeiro ponto a se levar em consideração sobre assuntos envolvendo despreparo policial e pessoas com transtornos psicológicos, é se a pessoa em questão, realmente, possui um transtorno.

“É importante que antes de uma chamada policial, uma interrogação, se esse caso, é um caso de pessoa que tem propensão a cometer atos criminosos ou se é uma pessoa que sofre de problemas mentais”, destacou.

Ainda de acordo com Marcelo, algumas doenças alteram o fluxo do pensamento e causam alucinações e/ou delírios, que em certas situações, por causa de uma ação impensada ou de violência contra essa pessoa, a resposta, na maioria das vezes, é de agressão ou violência.

“Então, é importante que essas ações, quando envolverem pessoas que fazem tratamento, seja por depressão, esquizofrenia […]. Por isso, é necessário que serviços como o SAMU, com equipes especializadas em saúde mental, possam fazer uma ação voltada para a questão da saúde das pessoas, porque muitos agentes não têm essa capacidade de discernir se a pessoa possui um transtorno ou se é uma pessoa que quer cometer um ato criminoso”, frisou.

SAIBA MAIS

Caso de Porto Franco

Luis Carlos, de 19 anos, foi encontrado morto em rio, após caminhar sem roupas pela cidade
Luis Carlos, de 19 anos, foi encontrado morto em rio, após caminhar sem roupas pela cidade

O caso de Presidente Dutra, lembra em certo aspecto a morte do jovem Luis Carlos Almeida de 19 anos, em Porto Franco, no dia 4 de junho deste ano.

O rapaz que foi encontrado morto em um rio, após caminhar sem roupas pela cidade, tinha depressão, segundo a família.

Os familiares de Luis alegaram negligência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) – que chegou a acompanhar a caminhada da vítima por um trecho da cidade e não conseguiu o impedir.

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