Sem festança

Produtores culturais lamentam mais um "São João em branco"

Com agravamento da pandemia do novo coronavírus, estão suspensos arraiais juninos, festas e shows com a temática, pois público seria superior a 100 pessoas

Evandro Júnior / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
Com a impossibilidade de eventos para mais de 100 pessoas, algumas casas de festas estão fechadas
Com a impossibilidade de eventos para mais de 100 pessoas, algumas casas de festas estão fechadas (bar fechado)

São Luís - O mais contagiante mês do ano em São Luís experimenta um vazio lamurioso pelo segundo ano na história da cultura maranhense. Com a pandemia do novo coronavírus, os arraiais estão suspensos, assim como os eventos alusivos, exceto aqueles com público de até 100 pessoas. Produtores culturais e proprietários de estabelecimentos que costumavam movimentar a cidade com grandes eventos nesta época do ano estão desolados, mas esperançosos em dias melhores.

O empresário Marcelo Aragão, sócio-proprietário de uma das maiores empresas de entretenimento do Maranhão, diz que o cenário é tenebroso, acompanhando o que se observa em todo o Brasil. Acostumada a realizar eventos com a temática junina, incluindo shows com artistas locais e nacionais, a produtora está com a agenda suspensa desde o ano passado.

“É o segundo ano seguido sem realizar eventos alusivos à nossa maior manifestação cultural, que é o São João, por causa da pandemia. Mais uma vez, passamos um ano em branco e isso muito nos entristece. Esperamos que, em 2022, tenhamos o maior São João da nossa história”, diz Marcelo Aragão.

O produtor conta que a decisão de não realizar eventos dá-se por causa horário-limite estabelecido pelas autoridades, obedecendo aos decretos que visam reduzir a velocidade de transmissão do vírus. “Entendemos que não é possível realizar um evento com a dimensão e a magnitude do São João tendo este que acabar às 23h. Esperamos o relaxamento das restrições e estamos contando com esse ritmo avançado de vacinação, pois somos a primeira capital do Brasil com um cenário de imunização em massa”, complementa Marcelo Aragão.

A empresa de Marcelo Aragão também gerencia o Oito Bar, cuja programação também foi interrompida. Caso a pandemia estivesse sido erradicada, o empreendimento, instalado nos jardins do Blue Tree Hotel, no Calhau, estaria lotado, tematicamente ambientado e oferecendo shows no clima junino, além de apresentações teatrais. Marcelo Aragão acredita que, no mês de julho, a programação possa ser retomada. “Nós estamos parados desde o dia 24 de janeiro, por uma decisão nossa, pelo agravamento da pandemia. Ainda aguardamos notícias boas, para que possamos celebrar a reabertura em grande estilo”, diz.

Sanfonas e acordeões
Ricardo Fernandes, empresário proprietário de uma produtora, também está de braços cruzados, sem poder proporcionar momentos de descontração para o público maranhense. Nesta época do ano, a produtora costumava realizar shows com farta bilheteria, trazendo artistas nacionais e dando destaque a grupos locais. No Casarão Colonial, na Rua Afonso Pena, endereço gerenciado pela produtora, as tardes-noites de domingo também iriam ganhar uma atmosfera junina nesta época, com sanfonas e acordeões dando o tom musical.

“Infelizmente, a pandemia ainda segue preocupante e não poderemos oferecer a alegria e descontração de anos anteriores. Nossa esperança é que no segundo semestre as coisas melhorem, com a intensificação recente do processo de vacinação”, diz Ricardo Fernandes.

O Nosso Canto Buteco, no bairro Planalto Vinhais, continua funcionando, mas este ano não terá programação festiva para comemorar o São João do Maranhão. A casa está com a capacidade reduzida por causa do atual decreto do Governo do Estado, funcionamos com apenas 40%, sendo o investimento para fazer qualquer serviço extra, segundo a empresária Viviane Rocha, proprietária da casa, não compensa no momento.

“A equipe do empreendimento é grande, incluindo profissionais da cozinha, garçons, recepção, caixa, entre outros. Com o horário até as 23h e com essa capacidade reduzida, não conseguiríamos criar uma programação satisfatória para o público e, também, que fosse viável financeiramente. Logo que iniciar o segundo semestre, deveremos ter uma retomada satisfatória”, diz Viviane Rocha.

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