Artigo

Sem noção, irresponsável e caro

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16

“Sem noção”, são todos aqueles que não medem as consequências de seus atos, não têm freio na língua, não têm medo e nem respeito por nada, pensam e agem como se tudo podem: leis, normas, decretos foram feitos, criados ou instituídos para os outros, não para eles. Estão acima de tudo e de todos.

Enquanto o mundo se debate para resolver o problema da pandemia causada por um vírus invisível, traiçoeiro e altamente letal, que já ceifou perto de 500 mil vidas em nosso país, o presidente brasileiro aglomera. Sem solução a curto prazo, o mandatário da nação, reuniu milhares de motociclistas em São Paulo, no último sábado, para demonstrar força e popularidade, diante do difícil momento político em que ele se meteu, fruto exclusivamente de seu comportamento tresloucado. Acuado, precisava demostrar força após uma semana difícil. Viu a CPI da Covid expor contradições do ministro da Saúde e do ex-ministro da pasta, todo encalacrado. Alem da descoberta de uma infiltração governista gravíssima no portal do Tribunal de Contas da União.

O comportamento de Bolsonaro é deplorável desde o início desta tragédia sanitária. Primeiro chamou-a de “gripizinha”, brigou o tempo todo com os produtores das vacinas, única forma eficaz de combater o coronavírus. Desdenhou do uso da máscara, que ele classifica como “coisa de mariscas”. Reuniu seguidores ou adoradores, aglomerou em diferentes oportunidades, desrespeitando o distanciamento social, protocolo que diminui a contaminação pelo vírus. Além de espalhar fake news em suas falas.

Tirou dois médicos do Ministério da Saúde, que discordavam dele, entregou a pasta da Saúde, ao general do Exército Eduardo Pazuello, tido como bom em logística; o número de mortos pela Covid-19 no país explodiu. Pazuello, saiu do ministério chamuscado e enrolado, teve seus sigilos quebrados, e prestará contas com a justiça. O ex-capitão do Exército, expulso por indisciplina, desmoralizou um general da ativa, impondo vergonha à tropa. Vergonhosa a posição do “ensaboado” ministro da Saúde, “um tal de Queiroga”, como o presidente se referiu a Marcelo Queiroga, durante solenidade realizada no Palácio do Planalto, arrancando gargalhadas dos áulicos presentes. A galhofa faz parte do espetáculo.

“Só duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana, mas não estou seguro sobre o primeiro”, disse o físico Albert Einstein; a frase é o retrato do Brasil na atualidade.

Diante da adversidade, líderes crescem, se agigantam. É essa a atitude que se espera de um presidente sério e compromissado com a vida. Era só buscar as melhores cabeças, fazer da ciência uma aliada. O presidente mostrou sua verdadeira estatura moral diante da pandemia. Se apequenou em debochar da ciência, fazer pilhéria dos protocolos sanitários, desfazer das instituições públicas, afrontando dia-sim-outro-também: leis, regras, decretos, normas, protocolos.

Nosso mandatário-mor não é apenas um sem noção; é irresponsável, impiedoso que tem desprezo por vidas humanas.

A motociata de Jair Bolsonaro custou aos nossos bolsos R$ 1,2 milhão, dinheiro que poderia ser melhor utilizado. Além de irresponsável, Bolsonaro é perdulário.

Respeito e solidariedade a todos que perdemos nossos entes queridos nesta carnificina, que em grande parte, poderia e deveria ser menor.

Luiz Thadeu Nunes e Silva

Engenheiro agrônomo, palestrante, cronista e viajante: o sul-americano mais viajado do mundo com mobilidade reduzida, visitou 143 países em todos os continentes

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