São Luís - Laísa Couto, jovem escritora maranhense, é uma das autoras convidadas para participar da antologia “Farras Fantásticas” – que está com uma campanha de arrecadação no Catarse –, um projeto que reúne 18 contos de autores de todos os estados do Nordeste. As histórias se passam em festas regionais, como São João, Reisado e Bumba Meu Boi, povoadas por viajantes do tempo, lobisomens, fantasmas e outros seres encantados. O livro é uma homenagem à cultura popular do Nordeste e, ao mesmo tempo, fala com os tempos atuais, trazendo novas reflexões e leituras diversas.

Além de Laísa Couto, que teve seu primeiro romance fantástico lançado em 2014, “Lagoena – O Portal dos Desejos”, pela editora Draco, Henrique Ferreira e Henggo também deram sua contribuição maranhense para a composição da antologia. Henrique Ferreira tem o conto “Ilha D'água”, que tem como pano de fundo as festividades juninas e uma lenda popular de São Luís, a serpente encantada. Quando um vidente famoso, chamado Toin D'água, visiona na água e no fogo que justamente no primeiro dia de São João uma catástrofe acontecerá na ilha, ele precisa passar a missão de herói ao filho mais novo, Francisco.

Já Henggo apresenta o conto "Qual a Cor do Oceano?", que aborda uma São Luís de um futuro distópico onde o oceano foi aterrado e as festas populares são mera lembrança. Em meio a esse cenário, um idoso tenta reviver o bumba meu boi e dar uma lição nas pessoas, algo que trará consequências estranhas.

Cada autor pegou uma festa de seu estado e adicionou um toque de imaginação. Fazem parte da antologia outros nomes como Márcio Benjamin (que será publicado pela Darkside em 2021), Fernanda Castro (autora de ‘Lágrimas de Carne’, da Dame Blanche) e Thiago Lee (escritor da obra ‘A Maldição do Carneiro de Ouro’). Os organizadores da obra são Ian Fraser, João Mendes e Ricardo Santos; a edição dos contos é da G. G. Diniz.

A campanha da antologia “Farras Fantásticas” no Catarse vai até o dia 20 de junho e busca agora alcançar as suas metas estendidas. O livro deve chegar nas mãos dos leitores, somente, no mês de setembro, por causa da pandemia de Covid-19. Além do livro físico e do e-book, apoiadores podem adquirir diversas recompensas, como marcadores, pôsteres, outros títulos dos autores, uma oficina literária e muito mais.

Saiba Mais
Editora Corvus
A Corvus é uma editora nordestina, fundada em janeiro de 2019, de ficção especulativa, com foco na fantasia, no horror e seus subgêneros. Publicamos ficção irreverente e inclusiva, dando voz e espaço a toda sorte de novos autores.

Como veio o convite?
Minha participação na antologia veio com o convite dos organizadores, que me explicaram a proposta de usar as festas populares como tema das histórias.

Você pode contar um pouco sobre o seu conto?
No meu conto eu faço a brincadeira com o bumba meu boi e o sebastianismo. Trazendo o lirismo da poesia e dos contos de fadas. Ele se chama “Os fantasmas de Sebastião” e nele faço uma leitura do conto “A Bela e a Fera”.

E o que os leitores podem e devem esperar da sua história? Quem não é maranhense vai ter a mesma experiência?

Os leitores podem esperar uma história de amor e renúncia, mas que não cai no comum. A magia está presente desde a primeira frase, onde eu tento aprisionar o leitor com o encanto das palavras. É jogo de sedução, onde eu exploro o colorido do bumba meu boi e fantasia dos contos de fadas.
E quem não é maranhense vai reconhecer os elementos que estão no nosso imaginário e através deles vão reconstruir outra narrativa e ter uma experiência particular.

Você pode contar um pouco da sua história como escritora?
Comecei a escrever aos 18 anos, mas só comecei a publicar na internet contos e poesias aos 21 anos. Publiquei meu primeiro romance “Lagoena” em 2014, através da Editora Draco. Depois disso, eu passei por um hiato na escrita. Mas publiquei um livro com 50 poesias minhas no site Wattpad, chamado “Estrela Morta ao Amanhecer”. Além de dois contos como Clair de Lune e Adormecida no inverno.

Em 2019, foi publicado a antologia Vilãs pela Editora Corvus, onde eu participo com um conto. Em fevereiro de 2021, publiquei através da Coleção Carcarás da Editora Corvus um conto que mexe com o imaginário do interior, onde reconto uma história sobre lobisomens, sacrifícios e infância.

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