A pandemia está nos tirando muita coisa. A cada dia é uma perda nova. Mas tem época em que essa sensação fica mais à flor da pele. Junho, por exemplo, é assim pra mim.
Já é o segundo ano sem festejo junino. Sou desses apaixonados por tudo o que a festa envolve e, além disso, percebo o quanto esse período muda o humor da cidade. São Luís é tomada por cores, sabores, música e alto astral diferentes. Goste ou não do movimento, você concorda que esse mês tem uma toada só dele, né? Ou melhor: só nossa.
Não ir aos arraiais, não me
jogar nas apresentações dos Bois e me esbaldar num bom "pf" de Maria-Isabel com torta de camarão e vatapá... Sei lá, é como se parte de mim fosse tirada sem pedir licença. Vou confessar que até do cheiro de pólvora das bombinhas e dos foguetes eu sinto falta (e olha que eu de-tes-to, viu).
No ano passado, tentei assistir live de Bumba Meu Boi, pedi comida típica pelo delivery, mas quem disse que compensou a carência? A magia está no conjunto do festejo. Tá na movimentação da cidade, no trânsito nos arredores dos terreiros; na ansiedade de chegar a tempo de conseguir mesa, de pegar a atração favorita. Tá nos
encontros, nas pessoas.
E a madrugada do Dia de São Pedro? O que é amanhecer na Capela de São Pedro na Madre Deus? Só quem já viveu a experiência sabe o quanto é contagiante, único. Digo que ali se vive um encontro com o verdadeiro espírito do Maranhão. É de arrepiar, lindo!
Saber que não vou viver
isso de novo dá um aperto no coração. Mas não adianta. Mais uma vez, vamos ficar sem o nosso São João.
Daí a importância de toda iniciativa em apoio aos grupos. Lives solidárias, vaquinhas virtuais, projetos públicos... Tudo é bem-vindo. Esses artistas precisam sobreviver. Nosso folclore não pode morrer. Arte e cultura, assim como vacinas, também salvam.
E que os Santos nos protejam.
Saiba Mais
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.