Vidas salvas

Técnica ECMO cura pacientes graves da Covid-19 no HU-UFMA

Dois homens submetidos ao tratamento, um deles médico, tiveram alta em três semanas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
Paulo Victor de Oliveira tem alta após oito dias submetido à ECMO
Paulo Victor de Oliveira tem alta após oito dias submetido à ECMO (ecmo)

São Luís - Muitas vidas estão vencendo a batalha contra a Covid-19 e algumas se recuperando com sucesso depois que o Hospital Universitário Presidente Dutra, da Universidade Federal do Maranhão (HUUFMA), passou a utilizar a técnica de oxigenação do sangue por membrana extracorpórea (ECMO) em pacientes acometidos pela doença. A unidade de saúde é a primeira do setor público no Maranhão a utilizar essa técnica

O procedimento consiste na retirada do sangue pouco oxigenado que passa por uma membrana artificial que exerce a função do pulmão e ajuda a eliminar o gás carbônico e a oxigenar o sangue. Depois, devolve o sangue oxigenado para o paciente.

Na última terça-feira, mais um paciente teve alta do hospital, depois de se recuperar sendo submetido ao ECMO. Foi o médico ortopedista Paulo Victor de Oliveira, de 35 anos, ou seja, o terceiro paciente submetido ao procedimento. Segundo a Assessoria de Comunicação do hospital, atualmente, nenhum paciente está sendo submetido ao procedimento, mas caso haja necessidade, a técnica voltará a ser empregada.

“Ele veio transferido de outro hospital da capital, passou 28 dias internado, sendo oito dias com ECMO. Agradecemos toda a dedicação da equipe da UTI Covid 2 liderada pelo doutor Marko Santos, que não mediu esforços para restaurar a saúde de mais um paciente”, escreveu a Assessoria de Comunicação do hospital no Instagram.

A alta do paciente foi marcada por homenagens nos corredores do hospital. “Agradeço a parceria com o Hospital Universitário Presidente Dutra, que nos dá oportunidade de mostrar aquilo que podemos fazer”, disse o médico Marko Antônio Santos, chefe da Unidade de Cuidados Intensivos Cirúrgicos do HUUFMA, durante a alta do paciente.

Marko Antônio Santos explica em quais situações se aplica a utilização dessa técnica. “Pode funcionar para dar suporte tanto para o pulmão que não esteja funcionando adequadamente com uma oxigenação extremamente baixa, como também para dar suporte ao coração quando o mesmo estiver muito fraco, enquanto aguarda se o paciente se recupera, se vai transplantar ou se precisará tomar outra decisão”.

O médico acrescenta que os benefícios são de uma melhora rápida da oxigenação e da manutenção do pulmão repousando para que ele se recupere da agressão causada pelo vírus. “A ECMO se torna uma alternativa para os pacientes com Covid-19 que permanecem com uma oxigenação muito baixa, apesar de todas as manobras já realizadas para melhorar, mas ainda assim, não obtiveram resultado positivo”, explica.

Máquina

O hospital recebeu a primeira máquina para esse tipo de suporte em março de 2010, utilizada em pacientes internados na UTI Cardio, que apresentavam problemas graves no pulmão ou no coração, com indicação para realizar oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO). Atualmente, conta com duas máquinas voltadas para esse tipo de caso.

A unidade de saúde conta com dois médicos intensivistas certificados como especialistas desde junho de 2018 pela Extracorporeal Life Support Organization - ELSO, instituição que referencia a utilização da ECMO em todo o mundo. São eles: Léa Barroso Coutinho e Marko Antônio de Freitas Santos, este último também certificado como membro dessa organização.

O médico acrescenta que entre os casos atendidos no HU-UFMA a maioria foi de suporte pulmonar. “O primeiro caso que usamos foi em uma paciente que tinha infecção pelo H1N1 que estava com o pulmão muito debilitado. Foi em 2010, quando se aumentou significativamente o número de casos de H1N1”.

Mais

A máquina pode ser usada em pessoas de todas as idades, desde recém-nascidos até idosos, e possibilita substituir a atividade só do coração ou do pulmão, o que vem sendo feito com frequência por causa dos graves problemas respiratórios que a Covid-19 traz.

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