Fraude

PF continua investigação sobre crime previdenciário no Maranhão

Ação era realizada por dois servidores do INSS e tendo a participação de um advogado; prejuízo aos cofres públicos inicialmente gira em torno de R$ 5,9 milhões

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
Policial Federal retira dinheiro de elefante de pelúcia, durante ação
Policial Federal retira dinheiro de elefante de pelúcia, durante ação (operação PF / crime previdenciário)

São Luís - A Polícia Federal (PF) vai continuar investigando os passos de uma organização criminosa especializada em crimes previdenciários. Segundo a polícia, o bando tinha a participação de dois funcionários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) como também de um advogado, agia no Maranhão e o prejuízo aos cofres da União foi em torno de R$ 5,9 milhões, mas, pode chegar em torno de R$ 18,4 milhões.

Ainda na terça-feira, 1º, os dois servidores do INSS e mais três pessoas foram presas em cumprimento de ordem judicial durante a operação Anadromiki, que foi deflagrada pelos policiais federais, por meio da Força-Tarefa Previdenciária, nas cidades de São Luís, Paço do Lumiar, Esperantinópolis, São Domingos do Maranhão, Governador Nunes Freire e Maranhãozinho.

O superintendente da Polícia Federal do Maranhão, delegado Renato Madsen, declarou que, além das prisões, durante o cerco policial houve o cumprimento de 13 mandados de busca e apreensão e resultou na apreensão de vários documentos, mídia e dinheiro. Somente na residência de um dos detidos, os policiais apreenderam cerca de meio milhão de reais e estavam dentro de bichinhos de pelúcia.

Os policiais também apreenderam vários veículos de luxo, avaliados aproximadamente em R$ 600 mil. “Todo o material apreendido vai ser periciado para identificar os outros integrantes dessa organização criminosa. As investigações vão continuar e até mesmo essa operação poderá haver desdobramento”, frisou Renato Madsen.

Investigação

O delegado de Repressão aos Crimes Previdenciários da PF, João Nolasco, informou que esse ato criminoso vinha sendo investigado desde o começo do ano passado e tendo a colaboração da Coordenação-Geral Previdenciária e Trabalhista (CGNIT) da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia.

No decorrer da investigação ficou constatado que, pelo menos, dois servidores do INSS, que são lotados em postos na Grande Ilha, em companhia de um advogado e outros agentes operacionais estavam cometendo o ato ilegal e existe a possibilidade de 68 processos de benefícios previdenciários teriam sido aprovados de forma irregular.

Os quadrilheiros utilizando documentos falsos inseriam nos sistemas da autarquia previdenciária e conseguiam obter a aprovação do benefício, principalmente, pensão por morte e com pagamentos retroativos. Causando um vultoso dano ao cofre público.

O delegado declarou que inicialmente o prejuízo com concessão dos benefícios ilegais é de aproximadamente de R$ 5,9 milhões, mas, poderia chegar em torno de R$ 18,4 milhões. Os envolvidos estão sendo investigados pela prática dos crimes de estelionato previdenciário, inserção de dados falsos em sistema público, associação criminosa e cujas as penas máximas acumuladas podem ultrapassar 15 anos de reclusão.

Saiba mais

O nome da operação Anadromiki faz alusão à palavra retroativo. No caso dessa investigação, apurou-se que parte do modus operandi da organização criminosa consistiu no requerimento de benefícios com datas retroativas de modo a obter vultosos valores com a fraude previdenciária.

Número

68 processos de benefício previdenciários vão passar por procedimentos de auditoria do INSS

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