Tripulação contaminada

MA: deputado fala em tendência de nova cepa indiana; secretário nega

Navio "MV Shandong da ZHI", fundeado em São Luís tem 15 tripulantes com teste positivo para covid; três indianos internados em hospital particular

Ronaldo Rocha/da Editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
Navio com 15 tripulantes contaminados pelo novo coronavírus está na costa do Maranhão em quarentena
Navio com 15 tripulantes contaminados pelo novo coronavírus está na costa do Maranhão em quarentena (navio covid-19)

O deputado estadual Yglésio Moyses (PROS) e o secretário de Estado da Saúde (SES) divergiram ontem sobre a possibilidade de 15 os tripulantes do navio “MV Shandong da ZHI”, que testaram positivo para a Covid-19 em São Luís, terem sido infectados pela nova cepa indiana, rara e mais letal.
Yglésio tratou do tema na Assembleia Legislativa na manhã de ontem, na ocasião da sessão plenária. Para o deputado há “tendência” de nova cepa nos tripulantes do navio. Já o secretário Carlos Lula abordou o tema em entrevista concedida ao radialista Jorge Aragão, no programa Ponto Final, da Mirante AM. O gestor acredita que é improvável que os tripulantes já diagnosticados com a doença apresentem a variante indiana.
Ao todo, o navio “MV Shandong da ZHI” conta com 24 tripulantes. Destes, 15 testaram positivo para a Covid-19. Três destes, com sintomas mais graves, foram internados num hospital particular da capital e têm quadro estável. Os demais tripulantes testaram negativo para o vírus.
As amostras de sangue dos tripulantes, colhidas pela SES, foram encaminhadas para o Instituto Evandro Chagas, situado em Belém, onde será possível fazer a análise criteriosa sobre a cepa “carregada” pelos estrangeiros.
Yglésio afirmou que caso a nova variante seja detectada nos tripulantes, não há necessidade de pânico.
“Vim falar um pouquinho sobre a cepa indiana aqui no Brasil. O atracamento que veio com uma população de indianos infectados com Covid-19. Estão fazendo sequenciamento genômico, a tendência é que seja variante indiana. Então, para tranquilizar as pessoas, felizmente o que a gente precisa subir para falar a verdade. Qual é a verdade? A cepa indiana é mais transmissível, isso aí os cientistas ingleses já detectaram que é mais transmissível que a cepa de Manaus, mas ela é uma cepa com a possibilidade de ser bloqueada pela imensa maioria das vacinas atuais, ou seja, essas vacinas que estão sendo aplicadas, principalmente as vacinas de Oxford e da Pfizer. Com a CoronaVac, a gente não tem estudos ainda”, afirmou Yglésio Moyses.

Sem possibilidade
Carlos Lula, por sua vez, afirmou que levando-se em conta o período em que a tripulação embarcou na África do Sul com destino ao Brasil, é improvável que seja a nova variante.
“Quinze tripulantes testaram positivo, mas eu quero tranquilizar a população. É improvável que a gente tenha a cepa indiana com os tripulantes desse navio, porque o navio é chinês, ele saiu da Malásia, embarcou a tripulação na África do Sul. Toda tripulação é indiana, são 24 tripulantes, mas eles embarcaram na África do Sul no final do mês de abril, então a gente já está aqui em meados do mês de maio, é improvável que a gente tenha a cepa indiana”, disse.
Ele ponderou, contudo, que é necessário aguardar a análise feita pelo Instituto Evandro Chagas sobre a cepa presente nos tripulantes do navio.
Tripulantes embarcaram em navio na África do Sul
O navio “MV Shandong da ZHI” fundeado em São Luís e de onde foram diagnosticados 15 tripulantes com Covid-19 - dentre eles, indianos -, saiu da Malásia no mês de março antes de passar pela África do Sul e traçar rota para São Luís.
Dados de um site oficial de rastreio de navios a que teve acesso O Estado, mostram que a embarcação de grande porte chegou na costa maranhense no dia 7 deste mês. O navio tem origem do Terminal Marítimo Teluk Rubiah (TRMT), situado na Malásia, registrada no dia 27 de março. Os tripulantes embarcaram na Cidade do Cabo, na África do Sul.
Na última sexta-feira, o Governo Federal atendeu a recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e determinou restrição temporária de entrada no país de estrangeiros com passagem por Índia, África do Sul, Reino Unido e Irlanda do Norte.
A restrição se dá para viajantes estrangeiros de voos internacionais, por vias terrestres e por meio aquaviário.
A restrição, contudo, não se aplica a brasileiro nato ou naturalizado, imigrante com residência de caráter definitivo no país, profissional estrangeiro em missão a serviço de organismo internacional, cônjuge, filho, pai ou curador de brasileiro, portador de registro nacional migratório e transporte de cargas, categoria última que enquadra os tripulantes do navio fundeado na costa maranhense.

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