Em alerta

Navio com 15 suspeitas da cepa indiana em quarentena no Maranhão

Esse é o total de tripulantes que testaram positivo para a Covid-19; três seguem internados em área isolada de hospital particular de São Luís; 12 estão assintomáticos, no navio; nove testaram negativo; SES segue acompanhando

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
Tripulantes do navio, que está fundeado na costa do Maranhão, embarcaram na Cidade do Cabo, África do Sul
Tripulantes do navio, que está fundeado na costa do Maranhão, embarcaram na Cidade do Cabo, África do Sul (NAVIO MV Shandong da ZHI)

São Luís - Em nota na noite desta segunda-feira, 17, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que dos 24 tripulantes do navio MV Shandong da ZHI, um total de 15 testaram positivo para a Covid-19 e nove testaram negativo. A preocupação das autoridades de saúde é com a possível presença da variante B.1.617, conhecida também como indiana, que ainda não foi registrada no Brasil e seria mais transmissível do que a cepa original do vírus.

A nota informa ainda que, dos tripulantes que estão com a doença, três estão internados em hospital particular de São Luís e o restante segue em quarentena no navio, assintomáticos.

No domingo, 16, uma equipe técnica da SES inspecionou o navio para uma avaliação clínica dos tripulantes, coleta de amostras para diagnóstico da Covid-19 e investigação epidemiológica dos casos suspeitos de serem da variante B.1.617, após um indiano de 54 anos, tripulante da embarcação, ter sido diagnosticado com a doença.

A cepa do coronavírus ainda segue sob investigação. As amostras coletadas dos tripulantes foram enviadas ao Instituto Evandro Chagas, em Belém, que fará o sequenciamento genômico.

De acordo com informações da SES, o navio foi colocado em quarentena e os tripulantes isolados em cabines individuais. O navio permanece em alto mar, na área de fundeio, e não chegou a atracar no porto de São Luís.

Transferência
Três tripulantes sintomáticos seguem internados em hospital privado. Eles estão estáveis, em área isolada. Os três foram transferidos para uma unidade de saúde de São Luís, para acompanhamento médico, de acordo com os protocolos de emergência em saúde pública.
Segundo o levantamento, os 24 tripulantes embarcaram no navio na África do Sul, na Cidade do Cabo. A SES segue acompanhando o caso, sob coordenação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Governo Federal.
Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro decidiu proibir voos internacionais com origem ou passagem pela Índia, país que enfrenta uma crise decorrente de uma alta recorde de casos e mortes por Covid-19. A proibição se soma a restrições da mesma natureza relativa a voos do Reino Unido, Irlanda do Norte e África do Sul.

Saiba Mais

Em estudo

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras instituições da área estão estudando a variante coronavírus Sars-CoV-2 descoberta na Índia, denominada B.1.617, e, embora ainda não esteja totalmente comprovado que ela seja mais transmissível ou mortal, há muitos indícios de que ela seja um dos motivos por trás do aumento exponencial de casos de Covid-19 na Índia nas últimas semanas.

Mutações em vírus são comuns, mas a maioria delas não afeta a capacidade de transmissão ou de causar formas graves de doenças. No entanto, algumas mutações, como as presentes nas variantes do coronavírus do Reino Unido, da África do Sul e do Brasil, podem torná-lo mais contagioso.

A B.1.617 carrega duas mutações na proteína spike do coronavírus que já foram identificadas em outras variantes pelo mundo. Elas foram associadas, em outras análises, a uma capacidade reduzida de neutralização do coronavírus por anticorpos ou células T.

A proteína spike é a parte que o vírus usa para penetrar nas células humanas. Já os linfócitos T são células com funções imunológicas de respostas antivirais, seja através da produção de citocinas, seja eliminando ativamente células infectadas. Isso significa que pessoas vacinadas ou que já tenham sido contaminadas podem estar menos protegidas contra a variante indiana.

Uma das mutações da variante indiana, a E484Q, é semelhante à E484K, identificada nas variantes britânica (B.1.1.7), sul-africana (B.1.351) e brasileira (P1). A outra mutação relevante da cepa originária da Índia, a L452R, foi detectada na variante da Califórnia (B.1.429).

Pedido

O Ministério da Saúde da Índia se opôs ao uso da frase “variante indiana” para se referir a B.1.617, uma variante do coronavírus identificada pela primeira vez na Índia.

A OMS classificou B.1.617 como uma variante de preocupação na segunda-feira, 10 de maio. Um rótulo de “variante preocupante” indica que a variante identificada pode mostrar, entre outros indicadores, evidência de transmissibilidade ou gravidade aumentadas. Segundo pesquisa feita no Reino Unido, os vacinados não são contaminados pela cepa.


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