Pelas vacinas

Embaixada da China e governadores terão agenda sobre vacinas

Em pauta, o reenvio de insumos para a produção da vacina CoronaVac, produzida pelo Butantan e cuja fabricação está suspensa por falta de IFA

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
Jair Bolsonaro, com declarações, abalou relação do Brasil com a China
Jair Bolsonaro, com declarações, abalou relação do Brasil com a China (Bolsonaro )

O Consórcio Nordeste – grupo criado para representar os estados da região em pautas comuns – se reunirá na quinta-feira, 20, de forma virtual, às 10h30, com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, para tratar sobre o reenvio de ingredientes essenciais para a Fiocruz e para a produção da vacina CoronaVac pelo Instituto Butantan e usada no controle epidemiológico da Covid-19.

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), deve incluir o compromisso em sua agenda oficial.

A agenda com o governo chinês no Brasil foi solicitada pelo presidente do Consórcio Nordeste, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT).

O documento dos governadores foi encaminhado à Embaixada da República Popular da China no Brasil no dia 6 deste mês. De acordo com o documento, obtido por O Estado, o “objetivo do encontro era tratar, entre outros assuntos prioritários, do cronograma de entrega de insumos farmacêuticos ativos ao Brasil”.

A relação entre Brasil e China foi novamente abalada após declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro, que creditou o vírus à uma iniciativa do país asiático. Segundo o Instituto Butantan, o atraso nos envios de Insumo Farmacêutico, que prejudica a produção do imunizante, se deve mais a aspectos “burocráticos” do que contratuais.

Governadores

A O Estado, o presidente do Consórcio Nordeste, Wellington Dias, disse que na agenda de quinta-feira os governadores reforçarão, segundo ele, o respeito dos brasileiros ao povo chinês. “Temos uma gratidão pelo fornecimento de vacinas ao Brasil. Além disso, vamos tratar de outros temas”, afirmou.

Além de requerer o envio dos Ingredientes Farmacêuticos Ativos (IFA) necessários para a produção da CoronaVac, os governadores do Nordeste aproveitarão a ocasião para requerer sobre a possibilidade de envio, de forma antecipada, de 30 milhões de doses da vacina chinesa Sinopharm.

Ainda sobre o envio dos IFA para a produção da CoronaVac, de acordo com o órgão responsável pela produção das doses, é necessário acelerar o envio dos materiais necessários.
“Não temos nenhum problema na nossa relação contratual com a Sinovac [laboratório responsável pelos imunizantes]. O problema é com a liberação de IFA, que tem que ser feita o mais rápido possível”, disse o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas.

Governadores ainda aguardam por resposta sobre Sputnik V

Os governadores do Nordeste, até o fechamento desta edição, ainda aguardavam pela resposta da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acerca do novo pedido de autorização, protocolado no dia 29 do mês passado, para importação da vacina Sputnik V. Segundo o Maranhão, 4,5 milhões de doses para os municípios foram separados pelo governo russo.

A O Estado, a Anvisa informou que deve usar o período estipulado de forma regimental, ou seja, de um mês após o ingresso do pedido, para se manifestar. No início deste mês, documentos adicionais foram remetidos à Anvisa que, por sua vez, analisa o caso. “Ainda estamos em análise, informações estão pendentes”, disse o diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres.

Após requerimento do STF a partir de pedido do Maranhão, no dia 10 deste mês, a Anvisa encaminhou informações sobre documentos pendentes para a análise

De acordo com o Butantan, caso haja novos envios de matéria-prima da China em breve, o Butantan conseguirá manter o cronograma de entregas ao Ministério da Saúde. A renegociação para estreitar os laços entre Brasil e China, no caso de produção de vacinas, não é vista como fácil e envolve retomada das boas relações diplomáticas.

Do total de doses distribuídas no país desde janeiro, 70% são da CoronaVac. Além da interrupção da produção no Butantan, de acordo com a Fiocruz – a produção da vacina AstraZeneca deve ser paralisada a partir da semana que vem, caso não sejam recebidos novos insumos.

Por causa de cláusulas de exclusividade, apesar de ser estadual, o Butantan não tem autorização para a fabricação própria de IFA e, para isso, depende da China.

Em São Luís, até ontem, a Prefeitura de São Luís ainda mantinha a vacinação na capital para pessoas em segunda dose pela vacina CoronaVac.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.