Editorial

Aglomeração e vacinas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16

No sábado, 15, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) compartilhou nas redes sociais uma informação preocupante. Ele declarou que, nos próximos dias, o país viveria um “apagão de vacinas” e ressaltou que o quadro, que já não era bom, iria piorar. “Viveremos, nos próximos dias, um ‘apagão de vacinas’ no Brasil. Quadro, que já não era bom, vai piorar. Quem será responsabilizado por isso?”, questionou o governador.

A declaração de Flávio Dino acende um alerta ainda maior sobre as estratégias de combate ao coronavírus adotadas pelo Governo Federal. No Brasil, embora a campanha de vacinação esteja ocorrendo, o ritmo está mais lento em comparação a diversos países. Enquanto em alguns, o uso de máscaras em locais públicos já não está mais sendo obrigatório, o Brasil ainda tem uma escala muito pequena de pessoas vacinadas, apesar dos esforços de gestões estaduais e municipais.

Ademais, há informações que o atraso da campanha de vacinação se deu pela recusa do Governo Federal em adquirir vacinas com antecedência, ignorando cinco ofertas de vacinas que poderiam ter sido adquiridas no ano passado, como foi revelado durante a realização da CPI da Covid-19 na semana passada. Enquanto isso, muitas pessoas continuam morrendo, vítimas de uma doença que já tem vacina. O que faz pensar que, se a vacinação estivesse ocorrendo em ritmo mais acelerado, o país não estava enfrentando o agravamento da crise sanitária e muitas vidas poderiam ter sido poupadas.

Aqui no Maranhão, uma situação que precisa ser tratada com cautela e preocupação é o comportamento das pessoas em relação à flexibilização de medidas de controle da doença, com a liberação de eventos para até 100 pessoas, foi possível perceber no fim de semana alguns pontos da cidade com registro de aglomeração, principalmente de pessoas mais jovens, muitos sem uso de máscara. É preciso intensificar as fiscalizações nesse período tão delicado.

Esse comportamento, além de preocupante, chega a ser inexplicável enquanto o país contabiliza mais de 430 mil mortos vítimas da doença. Entre vítimas anônimas e personalidades famosas, alguns casos, comoveram a opinião pública, como, recentemente, a morte do ator Paulo Gustavo que travou uma longa batalha contra a doença, mas, infelizmente, foi vencido aos 42 anos e faleceu deixando dois filhos pequenos.

No entanto, não adianta se comover com a morte de uma pessoa tão jovem e, ao mesmo tempo, provocar aglomeração, frequentar festas e baladas, ignorar o uso de máscaras e agir como se a doença estivesse controlada. Infelizmente ainda não temos nenhum cenário comemorativo. Aqui mesmo no Maranhão, mais de 7 mil pessoas já morreram por causa dessa doença, os hospitais estão com a taxa de ocupação alta de pessoas contaminadas pela doença. Se cada um de nós não tiver responsabilidade, esses números vão continuar subindo e muitas pessoas ainda sofrerão com lutos por parentes.

Com a possibilidade de um apagão de vacinas, confirmado pelo governador Flávio Dino em suas redes sociais, espera-se que haja um compromisso social de evitar aglomerações. Evitar o agravamento dos casos, principalmente, diante de uma incerteza em relação ao ritmo de vacinação, é uma responsabilidade de todos.

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