CPI da Pandemia

Senadores pediram prisão de Wajngarten; Omar Aziz negou

Presidente da CPI disse que não tomaria a decisão de prender ou não ex-secretário de Comunicação e que a escolha caberia a outros órgãos: "Eu ser carcereiro de alguém? Não", declarou senador

Agência Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
(Renan Calheiros)

Brasília - Membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado cobraram ontem que o ex-secretário de Comunicação e empresário Fabio Wajngarten fosse preso pelas declarações que foram dadas ao comitê. Entre eles, o relator do colegiado, Renan Calheiros (MDB-AL), cobrou para que o ex-secretário fosse detido por contar inverdades à comissão.

"Vossa Excelência, mais uma vez mente. Mentiu diante dos áudios publicados, mentiu por mudar a versão com relação à entrevista que deu e continua mentindo", disse Calheiros a Wajngarten. "Diante do flagrante evidente, vou pedir a prisão de vossa senhoria".

Em resposta, Aziz disse que não tomaria a decisão de prender ou não Wajngarten e que a escolha caberia a outros órgãos. "Não tomarei essa decisão. Eu tenho tomado decisões aqui muito equilibradas até o momento, mas eu ser carcereiro de alguém, não Sou democrata. Se ele mentiu, temos como pedir indiciamento dele, mandar para o Ministério Público para ele ser preso, mas não por mim. Só depois que ele for julgado, e aqui não é tribunal de julgamento", disse o presidente da CPI.

Conforme Aziz, o depoimento de Wajngarten trouxe novas informações como as informações de que metade da cúpula do governo sabia desde 12 de setembro que a farmacêutica Pfizer estava oferecendo vacina para o Brasil. A carta do CEO da Pfizer enviada ao presidente Jair Bolsonaro em setembro do ano passado também foi endereçada ao vice-presidente da República, Hamilton Mourão, ao então ministro da Casa Civil (hoje Defesa), Walter Braga Netto, ao ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e ao Embaixador do Brasil para os Estados Unidos, Nestor Foster.

"Ainda sustentei que volto a sustentar, não façam dessa CPI um tribunal que vai prender pessoas antes de ser julgada. Todos nós políticos já sofremos na pele a injustiça", defendeu Aziz. Calheiros interpôs que caso Wajngarten deixasse o plenário da comissão ileso, isto "escancararia uma porta difícil de fechar".

Segundo Aziz, a decisão de não prender o ex-secretário estaria "salvando a CPI" e não seria a "prisão de alguém" que traria resultados à apuração do colegiado. Aziz disse também que tem recebido vídeos com injustiças de apoiadores do presidente e destacou que os parlamentares "não podem tornar o País pior do que está". Para o presidente da Comissão, o que Calheiros colocasse no relatório final seria aprovado em plenário.

O pedido de Calheiros para que Wajngarten fosse preso encontrou apoio nas falas do senador Fabiano Contarato (Rede-ES). "Ele está em estado flagrancial. A Constituição Federal é clara. Qualquer um do povo pode, a autoridade policial e seus agentes devem prender quem quer que se encontre em flagrante delito", disse.

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