São Luís - O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), disse com exclusividade a O Estado que o debate acerca de sua possível migração para os quadros do PSB está em debate. Porém, o gestor fez questão de frisar que, por enquanto, “não há qualquer decisão sobre o tema”.

Segundo o governador, o tema segue em conversa. “Ainda não há qualquer decisão. Tema continua em análise”, disse. De acordo com o comunista, ao contrário do que fora noticiado pela jornalista Mônica Bergamo em sua coluna na Folha de S. Paulo - que cravou a decisão de Dino até o fim deste mês -, por enquanto, não há data para a resposta.

O convite a Dino para a mudança partidária foi confirmado no dia 4 deste mês pelo presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira. No entanto, a formalização do convite segue à cronograma acerca do “flerte” entre Dino e PSB que ocorre de forma aberta desde o ano passado. Em julho de 2020, reportagem do jornal O Globo trouxe informações de que Carlos Siqueira teria convidado o governador do Maranhão para a legenda.

Agenda - A agenda teria sido gerada a partir de encontro entre ambos em Brasília para, inicialmente, tratar de outros assuntos, dentre eles, a construção do chamado campo de “centro-esquerda”. Em dezembro do ano passado, o presidente estadual da sigla, Luciano Leitoa (PSB), reforçou o convite, de forma pública, ao governador para sua ida ao PSB.

A possível ida de Dino para a configuração social-brasileira seria uma tentativa de partido de ganhar ainda mais lastro nacional com a presença de um nome que, de acordo com a direção partidária, goza neste momento de “repercussão” e aceitação no país.

Devido à ligação entre o PSB e o PT, uma candidatura “chapa pura” com a inclusão de Flávio Dino não é cogitada. Em tese, com a migração, o PSB teria um representante no Senado Federal, com configuração clara de oposição (caso o presidente Jair Bolsonaro seja reeleito) ou com penetração nos quadros do Planalto, caso Lula seja o futuro presidente, considerando uma chapa do ex-presidente.

O PSB, por ora, adota a estrategia de deixar o governador Flávio Dino à vontade e de não abrir prazos para a sua decisão. Desde 2014, a sigla social-democrata busca um nome para pretensões mais ascendentes no campo nacional.

Naquele ano, o então governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) era apontado como candidato em potencial para a presidência da República. Ele faleceu antes da eleição em acidente aéreo, na cidade de Santos (SP).

A O Estado, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, ratificou posição manifestada há alguns dias e disse que o convite ao governador Flávio Dino de ingresso no partido está válido. Segundo o dirigente, o gestor maranhense está “à vontade” no prazo de resposta.

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