São Luís - De hoje a domingo, o Itaú Cultural apresenta, no Palco Virtual, mais um recorte da programação Cena Agora – Encruzilhada Nordeste(s): (contra)narrativas poéticas, que até o final do mês conta com outros dois finais de semana para apresentações de cenas de no máximo 15 minutos, questionando construções estereotipadas ou colonizadas das identidades nordestinas. A dupla maranhense Brenna Maria e Ywira Ka’i apresentam no domingo, o espetáculo “Você já Sangrou Hoje?”. Todas as atividades acontecem às 20h pela plataforma Zoom e são seguidas por conversas dos elencos com críticos e artistas convidados. Gratuitos, os ingressos devem ser reservados via Sympla.
Brenna Maria e Ywira Ka’i, que atualmente moram na zona rural de São Luís, apresentam “Você já Sangrou Hoje?”, no qual colocam no centro da discussão o que se pega e usa como bem entender, mas sem cuidar ou se importar se um dia vai acabar. Destacam a frase de Dona Joana, que, vivendo da terra na cidade de São João Batista, gerou nove filhos: “Tudo que é usado em demasia acaba”. Assim, fazem uma analogia com a terra, vista como sagrada e que também jorra sangue de suas entranhas.
Perfis
Brenna Maria é atriz e poetisa marginal. Integrou o grupo de teatro escolar Entrecena, e dois anos depois, foi para o grupo Cena Aberta. Em 2018, participou do festival Godovirá, com a cena “Existe muita coisa que não te disseram na escola”, levando os prêmios de Melhor Cena, pelo júri técnico e popular, Melhor Dramaturgia Autoral e Melhor Atuação. Em 2019, fez parceria com o grupo Explana Mermã, gravando o videoclipe “Existe muita coisa que não te disseram na escola”, que recebeu Menção Honrosa no Festival Guarnicê de Cinema.
Ywira Ka’i (Layo Bulhão) é cazumba e fazedor de caretas, professor de arte, artesão e curador da Revista Insight Photo. Participou de diversas residências artísticas dentro e fora do país. Criou a Residência 05, casa de arte, ecologia e poética do cotidiano, sobre expansões nas experiências coletivas no contexto da periferia de São Luís. É um dos coordenadores do Festival de Arte Contemporânea.
Programação
A programação começa hoje, às 20h, com o Estopô Balaio – grupo paulista mas em cujo DNA há memórias e referências de artistas do Rio Grande do Norte, integrantes da trupe. Eles apresentam “EX-NE - O Sumiço”. Amanhã, a noite abre com “Prisioneiro do Reggae”, do grupo alagoano Clowns de Quinta. Na mesma noite se apresentam o Coletivo de Teatro Alfenim, da Paraíba, com “Pequeno Inventário das Afinidades Nordestinas”, com fragmentos de memória e impressões cotidianas de seus integrantes.
No sábado, a programação traz duas cenas - “Remundados”, obra do grupo sergipano Boca de Cena e “Encontros, NÉ?”, da Casa de Zoé, do Rio Grande do Norte - repensam o Nordeste como território e como uma região que viu personagens seus varridos da história.
A última noite aprofunda o olhar questionador e migratório sobre a região, apresentando no domingo, cenas que partem de uma perspectiva de fora para dentro. Além da dupla maranhense Brenna Maria e Ywira Ka’i, a noite traz a presentação da Cia. Tijolo – criada e sediada em São Paulo, trazendo em sua essência, entre outras, referências culturais paulistas e pernambucanas – entra em cena com “O Outro Nome da Amizade”. A atriz Karen Menatti e os atores Dinho Lima Flor e Rodrigo Mercadante – o trio também assina a direção – evocam personagens de espetáculos anteriores, para junto com amigas, camaradas e companheiros pensar o tempo, a vida, os homens e mulheres presentes.
O recorte Encruzilhada Nordeste(s): (contra)narrativas poéticas da programação Cena Agora conta, ainda, com mais duas séries de apresentações durante este mês, sempre de quinta-feira a domingo. l
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