Artigo

"Ainda é possível ser feliz?"

Luiz Thadeu Nunes e Silva *

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16

Em outubro de 2018 ocupei o nobre espaço deste jornal para falar sobre felicidade, e perguntava: se aprende a ser feliz? Há curso que ensinam a ser feliz? Me referia a um curso sobre felicidade, da UnB, ministrado em 2018, pela primeira vez no Brasil.

De lá pra cá, muita coisa mudou: nossa vida tomou um novo rumo, fomos pautado por um vírus invisível, traiçoeiro, altamente letal, que continua ceifando vidas, no mundo todo, só no Brasil chegamos à 410 mil vidas perdidas para esse flagelo. Após mais de um ano de medo, crise econômica e luto, acompanhar o noticiário é um ato de autoflagelação. Pessoas enlouquecendo na quarentena e perdendo emprego, negócios falindo, gente passando fome, maridos matando esposas, pais e mães matando os filhos. Estamos amedrontados, acuados, perdendo amigos e familiares, sem saber como sairemos dessa tragédia. Minha atenção foi atraída por uma matéria do Valor Econômico, embora seja um jornal de Economia, Finanças & afins, trouxe como matéria de capa, um assunto diferente, indo de encontro à minha indagação: “Ainda é possível ser feliz?”.

A matéria era uma entrevista com a bióloga e psicóloga americana, Laurie Santos, professora da Universidade de Yale, que ministra o curso mais concorrido e popular na história da Universidade, que tem 320 anos de fundação. Isso só prova que a busca pela felicidade nunca sai de moda, mesmo em tempos difíceis. O curso dá dicas sobre como tornar o cotidiano mais satisfatório, mais suportável.

As aulas de Laurie Santos, antes da pandemia, atraiam 1,2 mil universitários, presenciais; depois que as aulas passaram a ser virtuais, o total de inscritos chegou a 3,5 milhões de alunos, espalhadas pelo mundo. O curso é gratuito, em dez sessões, em que as palestras de Laurie se intercalam com entrevistas com outros pesquisadores, testes, tarefas para os alunos. Ela explica que resolveu criar o curso sobre felicidade, por causa dos crescentes casos de depressão, ansiedade e estresse entre seus alunos. Seu objetivo, diz, é ensinar como a “ciência da psicologia” pode oferecer dicas importantes de como fazer escolhas sábias, para ter uma vida feliz e satisfatória.

Mas, afinal o quê se aprende em curso sobre felicidade? O curso é baseado em pesquisas científicas, e segundo ela, para aumentar o nível de bem-estar é preciso disposição para mudar, sair da rotina, combater a inércia, alterar objetivos de vida.

"A ciência nos mostrou que ser feliz requer um esforço intencional, não é fácil, demanda tempo”, diz ela.

Estas são algumas das tarefas que os alunos de Laurie têm de cumprir para tentar ser mais felizes:

Lista de gratidão. Durante uma semana, todas as noites, todos têm que relacionar as coisas pelas quais sentem gratidão.

Dormir mais e melhor. Diante da quantidade de tarefas do dia-a-dia, não é fácil.

Meditar. Estudos mostram que a meditação, acalma a mente, e aumenta atenção, permite fazer escolhas racionais.

Mais tempo para compartilhar com a família e amigos. Pesquisas mostram que a felicidade tem a ver com relacionamentos interpessoais e conexões sociais.

5. Menos redes sociais e mais conexões reais, A pesquisa mostra que as pessoas que mais usam redes, como o Instagram, tendem a ser menos felizes do que aquelas que as usam menos. Isso significa que essas redes sociais não estão nos tornando tão felizes quanto pensamos.

Felicidade é acordar cada dia, respeitando, ter sabedoria de administrar bem o que temos. Tempo para realizar desejos. Afinal, viver é uma dádiva.


* Eng. Agrônomo, Palestrante, cronista e viajante: o sul-americano mais viajado do mundo com mobilidade reduzida

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.