Carga ilegal

Presos PMs suspeitos de integrar grupo de contrabandistas

Operação Melicertes foi realizada pela PF, com apoio da Polícia Militar, para combater contrabando

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
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São Luís - Policiais militares suspeitos de fazerem parte de uma organização criminosa internacional, especializada em contrabando de cigarros, foram presos ontem durante a Operação Melicertes, da Polícia Federal (PF) e podem ser expulsos da corporação. A ação policial foi realizada em São Luís e na cidade de Bequimão. De acordo com a polícia, os presos tinham a função de fazer a segurança da carga ilegal, proveniente do Suriname, que era distribuída em diversas cidades do Maranhão.

Na quarta-feira, 28, em entrevista à imprensa na sede da Polícia Federal, no bairro Cohama, com a presença do superintendente da Polícia Federal no Maranhão, Renato Madsen; o comandante-geral da Polícia Militar (PM), coronel Pedro Ribeiro; e os delegados federais, Leandro Ribeiro e Wener Moreira, foi tratado sobre a Operação Melicertes, que teve a participação de cerca de 50 policiais federais e militares.

A polícia informou que, somente na capital, três policiais militares da ativa e um ex-policial foram presos em cumprimento de ordem judicial, e houve o cumprimento de mandados de busca e apreensão no município de Bequimão. Foram apreendidos armas de fogo, munições, animais silvestres, celulares e gaiolas.

Os presos foram ouvidos na Polícia Federal e levados para o presídio militar, localizado no Calhau. Segundo a polícia, ele vão responder pelos crimes de contrabando, facilitação de contrabando e associação criminosa, e, caso condenados, podem ter pena de 13 anos de reclusão. Foi aberto procedimento administrativo na Corregedoria Militar para apurar a conduta dos policiais militares, que podem ser excluídos da corporação da PM.

Investigação
Esse grupo criminoso vinha sendo investigado pela Polícia Federal, com o apoio da Polícia Militar do Maranhão. A investigação se iniciou após a prisão em flagrante de uma parte do bando, no dia 9 de setembro do ano passado, em um porto clandestino, na cidade de Bequimão.

Quatro homens, entre eles um ex-policial militar, foram presos e apreendidos um revólver calibre 38, com seis munições intactas, a quantia aproximada de R$ 12.500 em dinheiro trocado, além de dois caminhões-baú lotados de cigarros da marca Record.

No decorrer da investigação, a polícia constatou que havia um grupo criminoso internacional dedicado ao contrabando de cigarros provenientes do Suriname. A carga ilegal era descarregada em portos clandestinos, localizados na zona costeira maranhense, inclusive na capital. O esquema criminoso contava com a participação de policiais militares, que atuavam fazendo a segurança do contrabando.

No começo do mês de janeiro deste ano, a Polícia Militar apreendeu 4.150 caixas de cigarros contrabandeados do Suriname, no porto do Café, na região do bairro Nova Terra, na Grande Ilha. A carga estava em uma embarcação e havia caminhões no local, para fazer o transporte da carga. Treze pessoas foram presas em flagrante e o caso foi encaminhado para a Polícia Federal.


SAIBA MAIS

Melicertes

De acordo com a Polícia Federal, o nome da operação Melicertes faz uma alusão ao deus grego Portuno, o qual era o deus das chaves, portas e gado, além de proteger os depósitos onde se armazenavam cereais, porém, em determinado momento da História, em razão das associações populares, Portuno passou a ser confundido com Melicertes, e evoluiu para um deus primordialmente relacionado aos portos.

Pescadores

Pescados encontraram, no dia 30 de maio de 2019, uma embarcação à deriva com centenas de maços de cigarro contrabandeados, na praia do Mangue Seco, na cidade de Raposa. O barco tinha aproximadamente 25 metros de comprimento e capacidade para 19 toneladas de carga. As equipes da Capitania dos Portos, Corpo de Bombeiros, do Comando Tático Aéreo e da Polícia Federal foram comunicados sobre o caso.

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