Crise

Casas de eventos e buffets estão há três meses sem faturar em São Luís

Representantes do segmento relatam dificuldades financeiras durante a pandemia da Covid-19 e aumento de desemprego na área; cerca de 60% dos trabalhadores diretos e 80% dos indiretos perderam o trabalho

Bárbara Lauria / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
Sem poder fazer eventos, cerimoniais estão de portas fechadas e sem receita
Sem poder fazer eventos, cerimoniais estão de portas fechadas e sem receita (ceriminial)

São Luís – Com a chegada da segunda onda da pandemia da Covid-19 no Maranhão, eventos presenciais, festas e celebrações se tornaram uma realidade distante da população. Em fevereiro de 2021, o Governo do Maranhão suspendeu atividades de quaisquer eventos presenciais, com até 150 pessoas, medida que permanece em vigor devido à quantidade e ao número de casos ativos do vírus no estado. A medida afetou diretamente alguns setores, como o de entretenimento, que tiveram de suspender as atividades.

De acordo com a Associação Maranhense de Empresas e Profissionais de Eventos Privativos (Amepe), nos últimos três meses (fevereiro, março e abril) o faturamento de buffets e casas de eventos caiu 100%, resultando na demissão de cerca de 60% dos funcionários com carteira assinada dos estabelecimentos.

“Percebemos agora, mais do que nunca, que existe toda uma cadeia que depende da produção de eventos e festas que organizamos. Temos garçons, músicos, floristas, cozinheiros, técnicos e diversos outros profissionais que foram afetados pela suspensão dos eventos e estão, agora, sem trabalhar. Nosso setor gera emprego e renda, e muita gente depende dele”, explicou Antônio Oliveira Júnior, presidente da Amepe e proprietário de buffet em São Luís.

Sem trabalho
Além dos trabalhadores ligados diretamente aos buffets, a associação informou que 80% dos funcionários indiretos, também estão sem trabalhar nesse momento. Apenas neste ano, em São Luís, três grandes empresas de entretenimento, com mais de 20 anos de mercado, tiveram de fechar por causa da queda no faturamento durante a pandemia.

“Vimos grandes nomes do setor fecharem suas portas e muitos estão na iminência de falência. Entendemos que as medidas de restrição são necessárias, para o bem da população, mas as contas estão chegando, tanto para a gente, quanto para nossos funcionários”, ressaltou o presidente da Amepe, destacando que, diferentemente do último ano, em 2021 a crise econômica se tornou maior. “Em 2020 ainda havia uma movimentação da economia, com o auxílio emergencial, então era mais fácil continuar os negócios, mesmo diante a pandemia, porém, neste ano, percebemos que a economia está parada, não há movimentação”.

Diálogo
A Amepe ainda informou que foram feitas reuniões para manter diálogo com o Governo do Maranhão, no intuito de encontrar alternativas para auxiliar os profissionais do segmento. No último dia 17, a Associação fez um ofício destinado a Secretaria de Indústria, Comércio e Energia do Maranhão (Seinc), pedindo a isenção de custos do IPTU, aluguel e contas de luz, para que os estabelecimentos possam evitar a falência e manter o emprego de seus funcionários.

“Em alguns estados, como o Ceará, foi decidida a isenção do IPTU de 2021 para estabelecimentos de entretenimento e essa é uma medida que ajudaria muito, caso também fosse tomada aqui. Muitos dos nossos estabelecimentos são alugados, então temos um alto custo com isso, sem falar da conta de energia e água, pois não podemos desligar os freezers para não perdermos produtos”, explicou Antônio Oliveira.

A associação informou que o ofício já foi entregue a Seinc e que uma resposta da Secretaria deve ser dada até o dia 30. O Estado entrou em contato com o Governo de Estado para saber se há outros projetos e medidas para o setor, porém, não houve respostas até o fechamento desta edição.

SAIBA MAIS

Auxílio para profissionais do entretenimento

Ainda em Abril, a Secretária de Cultura do Maranhão (Secma) lançou o auxílio emergencial para profissionais do setor cultural e de entretenimento. No valor de R$ 600,00, o auxílio, que teve inscrições abertas até o dia 16 de abril, é voltado para produtores, promotores (pessoa física), garçons, garçonetes, barmen, barwomen e bartenders, decoradores e floristas, boleiras (os), doceiras (os) e cozinheiras (os), além de cerimonialistas, fotógrafos, membros da produção técnica e DJs.

“O auxílio foi essencial para ajudar aos profissionais ligados diretamente e indiretamente ao setor. Víamos garçons, por exemplo, que estavam há meses sem renda. Mas, ainda assim, é importante outras medidas, enquanto não pudermos voltar com os eventos de até 150 pessoas”, destacou Antônio Oliveira.

A Secretaria também fez entregas de Cestas Básicas para a associação, que foram repassadas aos funcionários mais afetados pela suspensão de eventos no estado do Maranhão.

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