Contra a Covid-19

Setor de moda e vestuário foi o mais inspecionado quanto a protocolos

Segundo boletins da Suvisa, na Ilha, setor de moda apresentou 18,1% das inspeções relacionadas a normas de segurança contra a Covid-19 , enquanto bares e restaurantes ficaram em 2º lugar (14,7%) e supermercados em 3º (11,6%)

Bárbara Lauria / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
Setor de vestuário cometeu mais infrações de protocolo ao longo da pandemia
Setor de vestuário cometeu mais infrações de protocolo ao longo da pandemia

São Luís – O boletim mais recente (22 de abril) da Superintendência de Vigilância Sanitária (Suvisa), serviço ligado à Secretaria de Estado da Saúde (SES), mostrou que o setor de moda e vestuário, referente a estabelecimentos de compra e venda de roupas, teve o maior número de inspeções dos protocolos de segurança para conter a Covid-19 na Grande Ilha. De acordo com os dados, o setor representa, desde o início da pandemia no Maranhão, 18,1% das inspeções, seguido por bares e restaurantes (14,7%) e supermercados (11,6%).

Os dados mostram que, na Região metropolitana de São Luís, incluindo os municípios de São Luís, São José de Ribamar, Raposa e Paço do Lumiar, o Centro da capital foi o que mais teve autuações durante os dois anos de pandemia, com 6,8% de incidência. O bairro possui um dos maiores centros comerciais da capital maranhense, a Rua Grande, com lojas do setor de moda e vestimenta.

No último dia 15, a Secretaria Municipal de Urbanismo e Habitação (Semurh), por meio da Blitz Urbana, informou que, diariamente, equipes realizam rondas no local para disciplinar os comerciantes. A Suvisa ainda destacou São José de Ribamar (6,6%), Calhau/Litorânea (6,2%), Cohatrac (4,3%), Cohama (3,7%), Cohab (3,4%) e João Paulo (3,1%), que também tiveram os maiores números de autuações durante toda a pandemia.

Desde março de 2020 até a última quinta-feira, 22, um total de 10.065 ações de enfrentamento à Covid-19. Foram 8.981 inspeções em estabelecimentos comerciais, 917 blitze para verificação do cumprimento das normas restritivas, 121 barreiras sanitárias no Aeroporto Internacional Marechal Cunha Machado e 46 barreiras de trânsito na capital São Luís.

Dessas autuações, a Suvisa emitiu 1.706 Termos de Intimação, exigindo o cumprimento de diretrizes sanitárias; 304 Autos de Infração, conduzindo para abertura de processos administrativos sanitários; 61 multas e 38 interdições sanitárias de estabelecimentos reincidentes ou que se recusaram a cumprir o decreto estadual.

“Temos cumprido uma extensa agenda de orientação de todos os segmentos produtivos do estado, assim como de toda a sociedade maranhense, visando à implementação de protocolos para que a gente garantisse a manutenção do funcionamento dessas atividades e, ao mesmo tempo, protegendo a vida de todos as pessoas inseridas naquele processo produtivo”, destaca o superintendente de Vigilância Sanitária do Estado, Edmilson Diniz.

As atuações da Vigilância Sanitária Estadual contam com a parceria do Corpo de Bombeiros (CBMMA), Polícia Militar (PMMA) e Instituto de Promoção e Defesa do Cidadão e Consumidor do Maranhão (Procon/MA). Elas são efetuadas diariamente, incluindo sábados, domingos e feriados, nos três turnos.

Dificuldades do setor
A Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) informou que, apesar do cumprimento de protocolos, para garantir o funcionamento dos estabelecimentos, a falta de colaboração da população na hora de cumprir as medidas ainda é uma dificuldade passada por lojistas.

“Com as dificuldades que as empresas têm enfrentado devido à pandemia, é importante que elas se mantenham funcionando. Mas o lojista sabe que esse funcionamento deve ser em condições seguras, com o cumprimento dos protocolos, o que dentro dos estabelecimentos dá para ser feito, mas vemos que falta mais colaboração da população e a fiscalização deveria ser mais rigorosa. Temos ampla divulgação das medidas preventivas em todos os canais, mas nos espaços públicos as pessoas ignoram. Acredito que há falta de compromisso com a prevenção, que é o melhor caminho para sair da situação em que estamos”, explicou Fábio Ribeiro, presidente da CDL São Luís.

Ribeiro também ressaltou que orientações e medidas de segurança estão sendo divulgadas e passadas para os lojistas desde o início da pandemia e que o aumento de horário de funcionamento poderia ser uma solução para evitar aglomerações nos estabelecimentos. “Uma mudança que poderia ser feita é o retorno do horário de abertura do comércio para as 8h, porque aumenta o período em que as lojas ficam abertas, diminuindo as chances de aglomerações. Além disso, defendemos a presença de fiscais, de forma permanente, para inibir as situações que violem os protocolos sanitários”, disse o presidente da CDL.

Movimento de pessoas diante de agência bancária na Rua Grande
Movimento de pessoas diante de agência bancária na Rua Grande

Mobilidade de pessoas
Em relação a aglomerações em estabelecimentos, o quadro de mobilidade do Google Maranhão mostrou que, em são Luís, até o dia 21 de abril, houve um aumento no número de pessoas que frequentam lojas e estabelecimentos de lazer, comparado com os dados apresentados no dia 14 de abril. Atualmente, a mobilidade de pessoas para estabelecimentos está em -23%, enquanto no dia 14, a mobilidade era de -27%.

Contudo, os dados mostram que, apesar do aumento em varejos, houve redução de pessoas frequentado supermercados e farmácia. Enquanto no dia 14, a taxa de mobilidade era de +24%, desde o dia 21 a taxa passou para +18%.

Bares e restaurantes
Sendo o segundo setor com maior número de inspeções, os bares e restaurantes têm sido ponto de aglomerações durante a pandemia. Foram 1.480 inspeções nesses estabelecimentos desde março de 2020 ao dia 22 abril deste ano, com o intuito de conter aglomerações e garantir o protocolo de segurança para evitar a propagação da Covid-19.

Apesar das fiscalizações, o resultado do número de pessoas frequentando esses espaços pode ser percebido nos boletins diários de casos de Covid-19 da SES. Segundo os dados divulgados, com o agravamento da pandemia, o público mais jovem passou a figurar nas estatísticas de infectados e mortos. Na faixa etária entre 0 e 49 anos, o boletim divulgado no último domingo, 25 de abril, aponta um total de 881 casos confirmados.

Até o dia 20 de abril, entre as crianças de 0 a 9 anos, foram registradas 27 mortes; entre 10 a 19 anos, foram 26; já na faixa etária entre 20 a 29 anos, foram registradas 89 mortes. O dado aumenta muito entre a população de 30 a 39 anos, que contabiliza 255 vidas perdidas para a doença. Já entre 40 e 49 anos, as perdas são de 459 pessoas.

Segundo os especialistas, o fato de os mais velhos já estarem sendo vacinados e também o fato de muitos adultos se exporem mais ao vírus, saindo de casa quer para trabalhar quer para se divertir, aumentam as chances de contágio desta faixa etária, entre 30 a 49 anos.

Para conter o número de casos, o Governo do Maranhão decidiu, na última sexta-feira (23), prorrogar medida restritiva que permite a ocupação de até 50% da capacidade dos bares e restaurantes, limita o horário de funcionamento presencial até as 22h e permite até seis pessoas por mesa.

SAIBA MAIS

NÚMEROS

10.065 ações de enfrentamento à Covid-19 foram registradas desde o início da pandemia
8.981 inspeções em estabelecimentos comerciais
917 blitze para verificação do cumprimento das normas restritivas
121 barreiras sanitárias no Aeroporto de São Luís
46 barreiras de trânsito na capital São Luís
1.706 Termos de Intimação, exigindo o cumprimento de diretrizes sanitárias
304 Autos de Infração instaurados
61 multas pela prática de infrações
38 interdições sanitárias
18,1% das inspeções foi no setor de moda
14,7% das inspeções foi no setor de bares e restaurantes
11,6% das inspeções foi no setor de supermercados

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