Audiência pública

MP preocupado com mendicância de crianças venezuelanas no MA

Audiência pública discutiu em Imperatriz e Açailândia situação de crianças da Venezuela nas duas cidades

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
Crianças venezuelanas também são vistas pedindo em sinais de trânsito em São Luís
Crianças venezuelanas também são vistas pedindo em sinais de trânsito em São Luís (Venezuelanos em Imperatriz)

O Ministério Público do Maranhão demonstra preocupação em relação ao fluxo de atendimento de crianças venezuelanas em Imperatriz e Açailândia. Audiência recente da entidade mostra que um grande número dessas crianças está em situação de risco e exposição à mendicância.

Participaram das discussões sobre o teme representantes da Defensoria Pública do Estado, da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop) e da rede de atendimento dos dois municípios. A reunião foi coordenada pelos promotores de justiça Gleudson Malheiros (Açailândia) e Newton Bello Neto (Imperatriz).

Os representantes da rede de atendimento de Imperatriz informaram que foi construído um plano de fluxo migratório com a finalidade de captar recursos, o que foi atingido em parcela única em 2020 e que o município conta com uma casa de acolhimento (Reviver) para os imigrantes.

Fábio Carvalho, defensor público, acentuou a necessidade de considerar as particularidades da população venezuelana enquanto indígena, diferenciação prevista no texto constitucional, na Convenção da Criança e no próprio Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O entendimento foi reforçado pelo promotor de justiça Gleudson Malheiros, que destacou o disposto no artigo 28 do ECA.

A partir da reunião, uma série de ações para combater o problema foram elaboradas. Entre elas: a realização do estudo antropológico, que já foi solicitado à Funai; emissão de relatórios sobre as medidas adotadas, antes de considerar qualquer hipótese de acolhimento, especialmente quando levantada a necessidade de eventual judicialização da demanda; integração entre as equipes de Açailândia e Imperatriz, incluindo os dados, relatórios e cadastramento das famílias, bem como a composição de um fluxo a ser elaborado conjuntamente, para haver uma consonância entre os procedimentos e o compartilhamento entre as equipes acerca das medidas que já foram tomadas.

A reunião sobre a situação das crianças venezuelanas em Açailândia e Imperatriz integra as iniciativas do projeto Prosas na Infância, idealizado para facilitar a troca de informação, conhecimento, análise e aprimoramento da prática cotidiana das Promotorias da Justiça da Infância e Juventude e demais instituições do Sistema de Garantia de Direitos.

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