Artigo

Sobre infodemia e outras mias

José Ewerton Neto *

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16

Como se não bastasse a covid-19. Como se não bastasse o Tedros Adhannon (sempre à espera do pior, sempre imobilizado demais para o que se espera de um representante máximo da Ciência e da Saúde), eis que surgem outras novas e surpreendentes MIAS à reboque da Pandemia maior.

Estas não são exatamente variantes, ou cepas, ou mutações decorrentes do algoz principal, mas são tão maléficas quanto, como prontamente se encarrega - ele mesmo, o Tedros -, de denunciar através da OMS: “Estamos diante da INFODEMIA, ou seja, uma Pandemia de informações”. É como ele nomeia o bombardeio de notícias falsas, dados e boatos . E complementa: “A INFODEMIA pode ser tão perigosa quanto o próprio vírus, se pensarmos na disseminação de fake-news e as diversas teorias da conspiração”.

Valha-nos Deus! Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come! Parece que cada ser humano, hoje, não passa de uma ilha solitária, cercada de mias por todos os lados. O complemento é da psiquiatra Célia Almeida: “Com o consumo crescente de notícias em excesso ocorrem alterações no humor, com sintomas de depressão tornando as pessoas confusas e até psicóticas.”

O pior é que como se não bastassem as MIAS apontadas acima, eis mais algumas que você ainda não se deu conta.

MASCARODEMIA. No começo era apenas uma máscara de proteção, transitória. Acontece que de tanto usar máscaras e incorporá-las houve gente que não se deu conta de que, de repente, estava adaptado demais à Máscara. Daí que não consegue mais viver sem elas, como se esta fosse uma parte integrante do seu corpo; advindo daí um novo surto: o do indivíduo que não se concebe sem máscara. Nem para fazer sexo, nem para chorar, nem para defecar, e, até para comer, os contaminados anseiam que houvesse um furo na mesma para isso. (Que estarão sendo fabricadas em breve).

PANICODEMIA. Estado psicótico surgido durante a Pandemia que deriva da compulsão que muita gente adquiriu por notícia ruim. Embora possa até reclamar disso da boca pra fora, o contaminado, vive à caça de qualquer telejornal, ávido, desesperado e frenético por saber quantos acabaram de morrer.

A coisa começa a ganhar dimensões perigosas quando ele, não para de compartilhar notas trágicas na net. Por exemplo, quando um conhecido seu vai para a UTI ele pergunta logo: “Foi Covid? antes mesmo de saber se a pessoa faleceu. Se a pessoa responde “Foi, mas está resistindo”, ele mal disfarça a decepção dizendo: “ É bom confirmar. Tem certeza? Esse Covid é uma desgraça!”

O complicado, mesmo para a ciência, é determinar com precisão quando alguém já é um Panicodêmico ou não. Mas, se você é flamenguista e prefere assistir o JN do que ver o jogo do Flamengo, ou, sendo viciado em não ter o que fazer, prefere ver o jornal da CNN do que o paredão do BBBrasil, é bom tomar cuidado, muito cuidado! Você pode até não saber, mas já é um Panicodêmico.

* Autor de O ABC bem-humorado de São Luís

ewerton.neto@hotmail.com

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