Literatura

Autora Lis Wey traz a voz feminina nos romances de época

Tomando inspiração na literatura universal, a autora quer repensar o lugar da mulher na ficção tocando em questões contemporâneas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
(livro)

São Paulo - O universo ficcional criado por Lis Wey é preenchido por ecos passados da aristocracia europeia e de um romantismo ardente. À primeira vista lembram aqueles romances populares ou folhetinescos vendidos em bancas de jornais, mas a mensagem contida em seus livros é muito mais profunda.

Afinal, a principal característica de Lis Wey são suas personagens. A autora pretende repensar o lugar da mulher no imaginário ficcional, fugindo das donzelas em apuros à espera de um homem para lhes dar razão na vida. As mulheres de Wey são fortes, independentes e donas do próprio rumo.

“Procuro incluir mulheres fortes e de opinião, muito à frente de seu tempo. Busco inserir entrelinhas que passem mensagem de força, resiliência e resistência”, descreve Lis sobre o que define suas personagens.

Para tanto ela busca inspiração na literatura mundial. Menciona obras como Hamlet, O Fantasma da Ópera, As Mil e Uma Noites, Romeu e Julieta e o Kama Sutra. Mas ao relacionar esse conjunto ao feminismo, Lis busca dinamitar certas convenções e clichês. “Não consigo associar nenhum personagem a heróis ou personalidades reais,” define a autora.

Essa perspectiva reflete na própria evolução de Lis Wey como escritora. Ela menciona os dois volumes de “A Casa das Senhoras Distintas” como um ponto de inflexão em sua obra.

Assim, se utiliza do cenário da velha Europa aristocrática para trabalhar problemas psicológicos e sociais de hoje. São romances que abordam temas como depressão, luta de classes, desigualdade social e a questão da educação.

Ela manteve a linha socialmente consciente em seu último livro, “O Conde da Ilha Brock”, com destaque para um dos personagens da narrativa, “um personagem cego, que viveu a dependência da família por muitos anos até se redescobrir”.

Enfim, a tônica das narrativas de Lis Wey é dar forma a esses valores humanistas. “Dizer que é possível ser quem quiser - desde a dona da Casa até a esposa de um duque - e tudo bem com isso”, define a autora. Ou seja, usar a ficção para repercutir uma mensagem de liberdade para as mulheres do mundo real.

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