Exposição

Para falar sobre o fazer artístico em tempos de pandemia

Exposição "Desmanche", em cartaz de forma virtual, é resultado da seleção de 10 artistas visuais pelo Ocupa CCVM

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
Obra de João  Almeida que compõe a coletiva
Obra de João Almeida que compõe a coletiva (desmanche mostra)

São Luís - “Desmanche” é o nome da nova exposição do Centro Cultural Vale Maranhão (CCVM)em cartaz no site da instituição. A mostra conta com 33 obras de 11 artistas brasileiros, entre os quais três maranhenses, compõem a exposição que tem curadoria de Gabriel Gutierrez. O fio condutor é a possibilidade humana de reinvenção e subversão das realidades instituídas, por meio do fazer artístico.

Situando o conceito de desmanche como dispositivo criativo, a exposição convida o público à reflexão sobre o momento de crise atual e a necessidade de novos horizontes para uma reorganização do sistema. “Diante das propostas enviadas pelos artistas, identificamos uma vontade de tratar as esferas da vida comum, do retorno ao uso e de uma nova ordem para as coisas. Vivemos tempos difíceis e incertos, em que muitas das situações dadas e que conhecemos, não fazem mais sentido. Ao mesmo tempo, percebemos uma brecha para reinvenção, significação e reordenação da vida. É um espaço a ser ocupado pelo fazer artístico amplo e compartilhado. Desconstruir e construir são faces de uma mesma moeda que, ao ser lançada para o alto, cai em nossas mãos. A exposição é um convite para aceitarmos esse jogo”, comenta Gabriel.

Maranhenses
Três maranhenses integram a seleção de artistas que terão suas obras expostas: Marcos Ferreira, João Almeida e Wilka Sales. A artista de Grajaú (MA) utiliza recursos audiovisuais para promover suas intervenções artísticas. “As performances ‘Voz de disparo’ e ‘Sinais de Fumaça’ foram produzidas quando o isolamento social se intensificou e influenciou meus processos criativos. Nelas, as ferramentas audiovisuais disponíveis são improvisadas a partir de investigações sobre corpo, memória e lugar, ampliando o campo de experimentações e utilizando a intuição como método na pesquisa em arte”, explica Wilka, que é veterana em aprovações no edital Ocupa CCVM, sendo essa sua terceira seleção.

João Almeida leva à “Desmanche” a obra “Tecitura do eu”. Composta de uma instalação e uma videoperformance, trata do reconhecimento identitário do artista e memórias afetivas que se relacionam com sua família e infância. “Há em cada elemento da obra a afirmação dos meus processos de criação percebidos desde criança e das relações de aprendizado obtido com as artesanias dos meus pais e avós. Refaço uma trajetória, me desfaço de peles, tramo e desmancho linhas para me reconhecer e também firmar quem sou, sem perder a consciência de uma vivência em constante construção”, conta João, que está em sua 5ª exposição como artista visual.

Fechando o trio de maranhenses, o artista visual e cenógrafo Marcos Ferreira é o convidado desta edição do Ocupa CCVM. Sua obra, “Armadilha”, é feita de crochê e foi produzida durante o período de isolamento social. “O crochê possibilitou ver o tempo de outra maneira, podendo, mesmo que minimamente, se desligar do exterior e abrir a mente para aprender ainda mais sobre a técnica”.

A obra de Marcos é pensada para provocar no público a sensação de serem atraídos pela instalação, por conta das cores vivas e formas geométricas escolhidas, que imitam teias. “O Ocupa CCVM proporciona expor o meu trabalho a nível nacional, tendo visibilidade e possibilitando novos acessos. É uma forma de fomentar a criação artística local, além de estimular o pensamento e experimentações de novas técnicas e materiais”, avalia.

Integram ainda a exposição tabalhos de artistas como a baiana Ieda Oliveira, a brasiliense Camila Soato, o amazonense Paulo Desana, Tales Frey, a dupla Marcelo Muniz e Cadós Sanchez, O paulista Junior Suci e João Angelini, entre outros. l

Serviço
O quê

Exposição “Desmanche”

Onde

www.ccv-ma.org.br

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