Artigo

Vacina: um olhar de esperança

Aldy Mello

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16

O ano de 2020 terminou e foi considerado como um ano que se tornou marco na história da humanidade pelo impacto tão trágico gerado na vida de milhões de pessoas. Os idosos, fatia da população mais frágil estavam expostos, num país como o Brasil onde 15% da população é idosa. Até o final do mês de março, três de cada vítima tinham 60 nos de idade.

A Covid-19 fechou o mundo inteiro em casa. Quarentenas foram vividas em todas as cidades do mundo por determinação dos caprichos de uma pandemia e em defesa da vida individual e coletiva A Itália foi o primeiro país da Europa a sofrer os pesadelos do contágio e o isolamento do resto do mundo. Hospitais lotados, ruas vazias e silenciosas faziam com que a região da Lombardia perdesse todo seu encanto. Milão passou a ser a cidade indesejável e Veneza ficou entregue aos seus pombos, suas pontes esquecidas e suas ruas desertas. Em Nova Yorque e Paris desapareceu o glamour e apagaram-se as luzes. O Reino Unido perdeu sua pompa e charme e sumiu a alegria de Madrid.

Em março de 2020, a indústria farmacêutica e pesquisadores do mundo inteiro buscavam já os melhores resultados para o tratamento da Covid-19. A mídia não cansava de informar que a corrida pela busca da vacina era grande e contava com a colaboração de vários países e cientistas. A situação da doença era tão grave que várias cidades, inclusive no Brasil, instalaram o regime de lockdown visando evitar o crescimento da doença e a expansão do vírus. Os hospitais estavam lotados, as mortes aumentavam, caixões eram amontoados, deixando o povo perplexo diante de uma doença pouco conhecida. Até a Olimpíada de 2020, no Japão, foi adiada, um evento que atinge os elevados custos de 26 bilhões de dólares. Para essa tristeza universal só haveria uma esperança: a vacina.

Quem conhece a história das pandemias sabe que elas mudam padrões de comportamentos humanos quase sempre em situações que são por vezes extremas. A atual pandemia que também é chamada de Covid-19 não é a primeira que o mundo conhece e, terrivelmente, não será a última. O historiador americano Charles Rosenberg, da Universidade de Harvard, especialista em história da ciência e da medicina diz que as pandemias são como peças trágicas - primeiro há um grande medo, segundo há uma tentativa de mistificá-las, terceiro certa aceitação e a busca de soluções.

Ainda não existia vacina, mas a expectativa entre os pesquisadores era de que ela fosse desenvolvida até três meses. A China dedicou-se de corpo e alma na busca da vacina, da mesma forma que a Inglaterra, os Estados Unidos e a Alemanha. Coube ao Instituto Butantan manter contato com a SINOVAC de Pequim e firmar contrato de 90 milhões de dólares para desenvolver a Coronavac e viabilizar a produção de doses iniciando os testes diários com voluntários brasileiros.Após aprovação da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) o que foi feito de forma emergencial, o Brasil começou a ser vacinado buscando atingir um almejado alívio final. Tem sido grande o anseio pela retomada do cotidiano. Buscava-se a vacina, enquanto era previsto um abrandamento da taxa de contágio do coronavirus

Houve, portanto, uma bilionária corrida dos melhores laboratórios do mundo em busca da milagrosa vacina contra o coronavirus, o vírus diabólico, saindo na frente a China, o Reino Unidos, a Alemanha e por último a Rússia. Com a participação do Instituto Butantan e a Fiocruz, os brasileiros estão sendo vacinados. É, sem dívidas a “dose da esperança”, uma luminosa luta pela vida.

*Ex-reitor da UFMA e do CEUMA, fundador da ALL e membro efetivo do IHGM

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