São Luís - O comodismo de receber entrega dos mais diversos produtos na porta de sua residência se tornou comum na Região Metropolitana de São Luís, principalmente, por causa do período de pandemia da Covid-19. Diariamente, vários motociclistas, que fazem o trabalho de delivery, percorrendo as vias com pressa e, a maioria, acaba cometendo imprudências no trânsito, que podem resultar em multas e acidentes. Dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) mostram que somente no mês de fevereiro 16 pessoas perderam a vida em acidentes de trânsito na Ilha.

Uma vez ou outra motociclistas são vistos no chão de alguma via da capital, após ter sofrido um acidente de trânsito. Em muitos desses casos, eles sofrem lesões graves e necessitam de cuidados dos socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), antes de serem levados para unidade hospitalar.

O motociclista Mayron Durans, de 23 anos, trabalha fazendo entrega de delivery há um ano e, no decorrer desse período, já presenciou vários casos de acidente de trânsito na cidade, tendo como vítima colegas de trabalho. “De fato há muitos casos de acidentes na cidade envolvendo motoqueiros”, frisou Mayron Durans.

Ele também contou que na semana passada sofreu um acidente de trânsito em horário de pico, na Avenida Colares Moreira, nas proximidades do Tropical Shopping. “Um carro me bateu, quando estava entrando na avenida. A minha moto teve dano material e fiquei ferido nos braços e nas pernas, mas não foi algo grave”, declarou o motociclista.

Mayron Durans frisou que há vários colegas de trabalho que cometem diversos tipos de imprudências no trânsito, principalmente, fazendo ultrapassagem indevida e avançando sinal, mas também existem aqueles que trafegam de forma prudente, seguindo as determinações da Lei de Trânsito. “Alguns cometem as imprudências no trânsito, mas todos levam a culpa”, lamentou o motociclista.

Imprudências
Maria de Jesus Almeida, de 56 anos, que trabalha com a venda de bombom, nas proximidades do Tropical Shopping, disse que presencia motociclistas cometendo diversas infrações na Avenida Colares Moreira, constantemente. As infrações mais comuns são avanço do sinal vermelho e excesso de velocidade.

Ela disse que também é possível observar os motociclistas fazendo zigue-zangue na via. “Todo mundo olha os motoqueiros, principalmente, esses que fazem entrega, fazendo manobras irregulares no meios dos outros veículos, sobretudo quando tem engarrafamento”, contou Maria de Jesus.

O taxista Sílvio Antônio, de 57 anos, afirmou que olha, com uma certa frequência, motociclistas de delivery transitando pelas calçadas, fazendo retorno proibido e ultrapassagem irregular. “Em cada canto da cidade é possível observar motoqueiros realizando irregularidades no trânsito. Deveria haver uma fiscalização mais intensa para combater esse tipo de problemática”, comentou Sílvio Antônio.

Atuação
A Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) informou que as autuações realizadas pelos agentes de trânsito voltadas para coibir essas infrações estão incluídas nas operações regulares de fiscalização do órgão. Existe, também, um plano de ações voltado para fiscalização e disciplinamento dos serviços na capital.

Alterações
O Código Brasileiro de Trânsito recebeu alterações e começaram a vigorar a partir deste mês. As mudanças proporcionaram mais segurança para os motociclistas, pois, passou a ser obrigatório a criação de áreas de espera nos semáforos à frente dos carros.

Outra mudança foi no tocante ao uso da viseira do capacete do motociclista. A infração de quem conduzia a moto com a viseira levantada era média e passou a ser considerada gravíssima. Houve modificação também a idade mínima permitida para crianças na garupa das motos, que sobe de 7 para 10 anos.

A lei também ficou mais rígida em relação ao consumo de bebida alcoólica. O motorista embriagado ou sob efeito de drogas que provocar acidente com lesão corporal – inclusive a considerada culposa, ou seja, sem intenção – será preso. Isso significa que o infrator não terá mais direito a substituir a pena de prisão por outras mais leves, como prestação de serviços à comunidade. Mais de 30 mil pessoas morrem por ano em todo o país durante acidentes de trânsito, segundo os dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus).

SAIBA MAIS

As infrações mais cometidas pelos motociclistas

Excesso de velocidade: quem tem moto busca uma maneira rápida de se locomover, porém, ultrapassar a velocidade permitida na via é muito perigoso e resulta em multa. Essa é uma situação muito comum nas grandes cidades e pode ser uma infração média, grave ou gravíssima, dependendo do limite ultrapassado.

Avançar sinal vermelho: esperar o sinal abrir parece um sacrifício para muitos condutores e eles acabam se arriscando passando no vermelho, porém, o monitoramento por radares acaba flagrando a irregularidade. O que parece ganho de tempo, na verdade, é um prejuízo financeiro e uma infração gravíssima.

Estacionar em local proibido: a moto é pequena e cabe em qualquer lugar, o que não significa que possa ser estacionada onde o motociclista bem entender. Desrespeitar os espaços de estacionamento regulamentado resulta em multa e possível remoção do veículo.

Ultrapassar pela contramão: mais uma vez alguns motociclistas se valem do tamanho pequeno da moto para cometer irregularidades. Como não querem andar na mesma velocidade do carro a frente, acabam fazendo ultrapassagens pela contramão em locais considerados perigosos. Como resultado, cometem uma infração gravíssima e colocam em risco a própria segurança e a dos demais usuários.

Pilotar sem o capacete: andar de moto sem capacete é proibido porque esse equipamento de proteção pode salvar vidas. O seu uso pode prevenir cerca de 69% dos traumatismos crânio-encefálicos e 65% dos traumatismos da face. O capacete protege o usuário desde que utilizado corretamente, ou seja, afivelado, com todos os seus acessórios e complementos. Neste caso, a infração é gravíssima, com multa de R$ 293,47, recolhimento da CNH e suspensão do direito de dirigir.

Fazer manobras perigosas: Representando apenas 27% da frota nacional, as motocicletas foram responsáveis por cerca de 79% das indenizações pagas no ano passado pelo DPVAT. Além de ser muito perigoso, fazer malabarismos ou equilibrar-se em uma roda é também uma infração gravíssima, com multa de R$ 293,47, recolhimento da CNH e suspensão direta do direito de dirigir.

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