Educação

Desafios do ensino remoto para as crianças

A pandemia levou a sala de aula para dentro de casa e isso ainda é um desafio para muitas famílias

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
Atenta! Maria Luíza se adaptou ao ensino remoto.
Atenta! Maria Luíza se adaptou ao ensino remoto.

São Luís - Faz um ano que o mundo vive os desafios e o medo diante da pandemia do novo coronavírus. Na educação, são grandes os desafios para as crianças, os pais e familiares que acompanham essas mudanças no ensino.

A realidade da aula presencial na escola com a convivência dos coleguinhas da turma deu lugar ao ensino remoto dentro de casa. A interação, agora, é por meio de uma tela de computador. Essa é a rotina que a pequena Maria Luiza Ribeiro, de 9 anos, vivencia. A mãe da criança, a jornalista Poliana Ribeiro, conta que desde o ano passado a filha não voltou para o ensino presencial.

“Como minha filha convive muito com minha mãe, que é do grupo de risco, optamos pelo ensino remoto. Ela tinha uma expectativa muito grande após a vacina, mas devido aos números altos da doença ainda esse ano, e de casos em crianças, conversei e disse que ainda não era o momento. Para mim, o maior desafio é lidar com as emoções, pois ela fica triste e me pergunta: ‘quando isso vai acabar’?”, desabafa a mãe.

Poliana Ribeiro destaca ainda que a filha conseguiu se adaptar ao ensino remoto e consegue acompanhar as aulas. “Minha filha é muito inteligente, esperta, pega as coisas muito rápido, não é papo de mãe. Então, ela não tem dificuldade e consegue prestar atenção, e fazer as provas. Maria Luiza tira boas notas e está mais adaptada ao ensino”, conta, de forma orgulhosa.

Se o momento sugere que as famílias se adaptem, imagine como ficam os profissionais da pedagogia nesse cenário? A coordenadora do curso de pedagogia de um Centro Universitário, Karolline Lima, destaca como os professores têm se virado para, virtualmente, conseguirem atrair a atenção das crianças. "É um momento que o professor precisa ser mais dinâmico, pois precisa utilizar vídeo, apresentação, música, de certa forma, chamar mais atenção dos estudantes nas aulas remotas. Nessa modalidade, é preciso haver uma interação. Os exercícios podem ser algo para construir com a família, de forma concreta, para que a criança compreenda o conteúdo, seja fixado e não esquecido”, enfatiza.

Em relação à saúde mental das crianças neste tempo de pandemia, a psicóloga do Hapvida Saúde, Celiane Lopes, ressalta que toda a preocupação dos adultos nesse período não deve nunca ser transferida para os pequenos, porque eles ainda não têm maturidade suficiente para compreender o assunto em sua totalidade. “É indicado explicar, de maneira lúdica e sem alardes, o que o mundo está vivendo, incentivando a criança a refletir sobre aquilo, sem viver com o fantasma da preocupação e da ansiedade”, enfatiza Lopes.

Maria Luiza faz provas e trabalhos sem grandes dificuldades
Maria Luiza faz provas e trabalhos sem grandes dificuldades

A escola é um local seguro
Ao longo dos meses, instituições de referência como o Fundo das Nações Unidas para a Infãncia (Unicef) e a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) destacaram que a escola deve ser a “última a fechar e a primeira a reabrir nesses tempos de pandemia”. Pesquisadores do mundo inteiro apontam, em diferentes estudos, que as escolas não são foco de transmissão da Covid-19.

Claro que isso exige a observância de protocolos sanitários e de distanciamento por parte de toda a comunidade escolar. No Maranhão, a rede particular de ensino adotou medidas que tornaram possível a volta às aulas no sistema híbrido, com ensino presencial e online. “Reunimos com uma médica infectologista para montar um protocolo que fosse comum a todas as instituições filiadas, onde a segurança de alunos, professores e corpo técnico fosse garantida. As nossas ações foram acompanhadas e aprovadas pelos órgãos competentes, hoje podemos dizer que a escola é um local seguro para aprendizagem”, destaca Paulino Pereira, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Maranhão (Sinepe-MA).

SAIBA MAIS

Mente saudável

É fundamental que os pais e responsáveis se mantenham calmos e cuidem de sua saúde também. Um ambiente de diálogo é importante para que as crianças se sintam mais seguras e protegidas. Pensando na saúde mental de crianças e adolescentes, sugerimos alguns exercícios que podem ser praticados em família visando ao bem-estar físico e emocional de todos:

• Encoraje seus filhos a falarem abertamente sobre sentimentos;
• Quando a criança estiver preocupada, ajude a resolver o problema dela;
• Auxilie a construir relações de amizades que sejam sempre positivas;
• Estimule seus filhos a cuidarem de sua saúde física, explicando os benefícios de uma boa noite de sono, da alimentação adequada e dos exercícios físicos;
• Ajude o pequeno a focar-se no presente, deixando sempre o futuro como algo importante, mas em segundo plano;
• Elogie, motive e apoie regularmente. Assim, você ajuda seu filho a criar uma boa autoestima;
• Conforme seu filho for crescendo, estimule a autonomia e a capacidade de agir segundo suas crenças e intuições.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.