Redução de contágio

129 profissionais de saúde tiveram covid desde o início da vacinação

De acordo com os boletins epidemiológicos disponibilizados pela SES, os casos de contaminação de profissionais de saúde no Maranhão têm se reduzido desde janeiro deste ano; pesquisas nacionais mostram queda de óbitos

Bárbara Lauria / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
Profissionais da saúde foi o primeiro público imunizado contra a covid no estado
Profissionais da saúde foi o primeiro público imunizado contra a covid no estado (vacinação contra a covid)

São Luís - De acordo com os dados dos boletins epidemiológicos disponibilizados pela Secretária de Estado da Saúde (SES), desde o início da vacinação contra a Covid-19 no Maranhão - em 20 de janeiro -, até a última terça-feira, 13, 129 profissionais de saúde foram contaminados em todo o estado, e foram registrados três óbitos ocasionados pelo vírus. O número de novos casos apresentou redução em relação aos meses antecedentes à vacina. No período de 20 de novembro a 20 de dezembro do ano passado, foram contabilizados no boletim epidemiológico mais 443 casos de Covid-19 em profissionais da linha de frente. Sendo os profissionais de saúde, no último ano, um dos grupos mais afetados no primeiro pico da pandemia no país.

No segundo pico de contaminação que o país vive, o Maranhão contabilizou, com o início da vacinação, 62 novos casos de 20 de janeiro a 20 de fevereiro; 79 casos de 20 de fevereiro a 20 de março; e 50 novos casos de 20 de março a 13 de abril.

Apesar de ainda não existir um estudo específico para o Maranhão, alguns levantamentos nacionais de casos e mortes por Covid-19 entre profissionais de saúde mostram que a vacinação da categoria, iniciada em janeiro deste ano, começa a surtir efeito.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) apontou uma queda de 83% no número de médicos mortos em março, na comparação com janeiro, período em que grande parte dos profissionais de saúde começou a ser vacinada. Em janeiro, 59 profissionais morreram no país, conforme o CFM. Em fevereiro, o número caiu para 24 e, em março, foram apenas 10.

Já no Ceará, uma pesquisa realizada pela Escola de Saúde Pública Paulo Marcelo Martins Rodrigues, vinculada ao governo do Estado, a imunização dos trabalhadores na linha de frente do atendimento a pacientes com Covid-19, contribuiu para evitar uma nova onda de contaminações entre médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e outros profissionais da saúde.

Relatos
Maria Valdenilde Pacheco de Souza, enfermeira no Hospital de Clínicas Integradas – HCI, uma das unidades de referência no Maranhão no combate ao coronavírus, teve Covid-19 em junho do último ano e conta que ao longo de 2020 o trabalho direto com pacientes contaminados foi árduo, cheio de receios e temor pela saúde de seus amigos.

“Aqui na UTI é uma rotina bem árdua e triste, porque você faz tudo que está ao seu alcance e, mesmo assim, você acaba perdendo o paciente devido à gravidade da doença. Não tem como não ter receio com você vivenciando colegas morrendo, pacientes a todo momento. Você fica com a cabeça a mil. Mas, em primeiro lugar, temos que ser firmes e fortes, e ter muita fé.” Contou a enfermeira, ressaltando que a vacinação trouxe alívio para os profissionais da linha de frente. “Sentimos um alívio ao sermos vacinados, pois mesmo sabendo que não é 100% de eficácia, se for reinfecção, segundo especialistas os sintomas serão mais leves”, ressaltou.

Rita de Cassia Melo também é técnica de enfermagem e trabalha no Hospital Universitário. Ela relatou que teve de mudar praticamente toda sua rotina para continuar trabalhando na linha de frente e manter a segurança de seus familiares.

“Tive de parar de visitar minha neta, dormia sozinha e passei a tomar cuidados redobrados, como tomar banho no hospital e sempre tirar a roupa que usava no trabalho antes de entrar em casa, mas, ainda assim tive Covid. Foi um alívio a vacinação, pois era mais uma barreira que conseguimos superar. Foi mais uma segurança para a gente e percebi que tem ocorrido menos casos em colegas de trabalho”, contou.

Assim como Maria Valdenilde, Rita de Cassia se vacinou em fevereiro, com a CoronaVac. Ambas destacam que é importante ter força para lidar com esse momento e ajudar os pacientes que estão precisando. “Nunca tive medo, sempre fui para cima, pois é muito triste essa doença. As pessoas ficam sós, muitas entram em depressão por ficarem sós”, desabafou Rita de Cassia sobre os cuidados com pacientes internados.

SAIBA MAIS

Números de novos casos de profissionais da saúde desde o início da vacinação

20 de janeiro – 20 de fevereiro: 62 novos casos
20 de fevereiro – 20 de março: 79 novos casos
20 de março – 13 de abril: 50 novos casos
3 óbitos de profissionais de saúde foram registrados entre 20 de janeiro e 13 de abril

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