São Luís – De acordo com dados disponibilizados pela Secretária Municipal de Saúde (Semus), em São Luís, até dia 11 de abril, 3,8% do total de pessoas vacinadas, em primeira dose, não compareceram aos postos para tomarem a segunda dose, na data prevista, o que corresponde a 1.513 pessoas dos 37.653 que iniciaram o processo de imunização.

Os motivos para a perda de prazo são diversos e vão desde dificuldade de locomoção até a apresentação de sintomas gripais, como o caso do Diego Lorêdo, educador físico e técnico de natação, que faz parte do grupo de profissionais de saúde. Faltando uma semana para a segunda dose da CoronaVac, ele começou a apresentar sintomas gripais, o que o impossibilitou de se vacinar. “Fui ao médico e fiz o teste de covid, que deu negativo, porém ainda sim me pediram para aguardar um prazo de 10 dias após os sintomas gripais e agora vou vacinar, após 30 dias da primeira dose”, contou.

Assim como Diego Lorêdo, outros também tiveram sua vacinação em prazo modificado, de forma justificada, contudo, a maioria perdeu a data da segunda dose por dificuldades de locomoção e até mesmo esquecimento. Maria das Graças Santos, 73 anos, foi uma das que perdeu o prazo, após se confundir as datas, mas, no dia seguinte, conseguiu se imunizar. “Eu estou muito feliz de, finalmente, estar vacinando, isso é muito importante. É bom para mim e para minha família. Só vacinando vamos acabar com essa situação”, desabafou.

Com relação a locomoção, no caso de pessoas acamadas, a Prefeitura de São Luís disponibilizou, por meio da plataforma Vacina São Luís, um cadastro para que a equipe possa ir até os acamados para realizar a imunização.

Importância
Mesmo passando alguns dias do prazo, o infectologista Fabricio Pessoa explica que é importante que se conclua a imunização, pois apenas a primeira dose pode não ser suficiente para o combate do vírus. “A segunda dose pode ser muito importante para garantir uma resposta imunológica adequada. Sempre teremos diferenças individuais, por exemplo, alguém que toma apenas uma dose, mas uma possibilidade é que eles podem não ter a imunidade protetora completa que a vacina oferece”, explicou.

O período entre uma dose e outra da Astrazeneca é de 90 dias, ou seja, três meses, enquanto a CoronaVac possui um período de 21 dias. Em algumas outras capitais, como Porto Alegre, mais de 19 mil pessoas apresentaram atraso da segunda dose da Coronavac.

NÚMEROS

3,8% do total de pessoas vacinadas, em primeira dose, não compareceram aos postos para tomarem a segunda dose
37.653 pessoas iniciaram o processo de imunização contra a covid, tomando a primeira dose da vacina

SAIBA MAIS

Vacinação: covid x influenza

Por que não posso vacinar com sintomas de gripe?

O infectologista explica que a justificativa para não realizar a vacinação estando com sintomas gripais é pelo fato de que no momento em que as pessoas estão doentes, a vacinação pode causar uma confusão entre os efeitos adversos da vacina e os sinais e sintomas da própria Covid-19. “Neste caso a orientação é esperar passar o período de isolamento e o desaparecimento dos sintomas que corresponde a 14 dias”, ressaltou.

Tenho que esperar um prazo entre a vacina da Influenza e da Covid-19?

Sim, o médico infectologista conta que neste caso o intervalo de 14 dias é recomendado para que a vacina consiga produzir resultados imunológicos, com a produção de anticorpos correspondentes aos efeitos de cada vacina. “Então, se alguém receber a vacina contra a covid-19, deve aguardar pelo menos duas semanas antes de tomar qualquer outra vacina e vice-versa”, explicou Fabrício.

Como a vacina da influenza pode ajudar nos casos de Covid-19?

A imunização contra influenza pode ajudar a identificar melhor os casos de covid-19 e evitar que tenham mais pessoas com sintomas gripais na hora de se vacinar. “A vacina de Influenza tem uma importância imensa, pois ela tanto nos ajuda a reduzir as infecções pela influenza nos grupos de riscos mais preocupantes, como também, no diagnóstico diferencial da Covid-19. Uma vez que o médico vai fazer essa avaliação e ele vê que a pessoa já está vacinada para Influenza, ele já reduz essa possibilidade e pode analisar melhor o caso como Covid-19, para iniciar o tratamento adequado”, ressaltou Fabrício Pessoa.

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