Artigo

Philip, o súdito mais fiel da rainha

Luiz Thadeu Nunes e Silva

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16

Essa é daquelas histórias que bem poderiam começar com o clássico, Era uma vez......como nos contos de fadas, própria das histórias de reis e rainhas.

A história de Philipp, o príncipe consorte, Duque de Edimburgo, que morreu no dia 09/04, faltando 61 dias para completar cem anos, não foge à regra.

Nascido na ilha grega de Corfu, seu pai era o príncipe André da Grécia e da Dinamarca, que lhe legou a dupla filiação real; sua mãe, Alice de Battenberg, vinha de família aristocrática alemã. Após a derrota da Grécia na Guerra Greco-Turca (1919-1922), sua família foi expulsa da Grécia: primeiro França, depois Reino Unido.

O príncipe sai de cena com quase um século de existência, e uma trajetória de muitas renúncias. Antes de tornar-se noivo de Elizabeth, Philip renunciou ao título de príncipe da Grécia e da Dinamarca. Primo distante de Elizabeth, com a coroação dela, Rainha do Reino Unido, junho de 1952, Philip abdicou da carreira militar.

Segundo ele, no começo, sua esperança era conciliar a promissora carreira na Marinha com as atividades ao lado da mulher. Entre 1949 e 1951, esteve destacado em Malta, onde Elizabeth o acompanhou. A morte prematura de George VI, em 1952, que levou ao coroamento da mulher aos 27 anos, selando o destino de Philip como príncipe-consorte. Philip e Elizabeth tiveram quatro filhos: príncipe Charles,k princesa Anne, príncipe Andrew e príncipe Edward, nascidos entre 1948 e 1964. O duque de Edimburgo incomodava-se de não poder batizar as crianças com o próprio sobrenome, pois Elizabeth queria manter o nome d a Casa Real de Windsor. Philip substituiu a rainha em cerca 22 mil acontecimentos oficiais, 5500 discursos, 143 viagens internacionais, incluindo o Brasil, onde estiveram em 1968, em visita oficial de doze dias. Visitaram Recife, Salvador, Rio, e São Paulo, quando a rainha inaugurou o MASP, além de condecorar Pelé, o rei do futebol, esporte criado na Inglaterra. Sempre a dois passos atrás da rainha, como manda a liturgia do cargo, Philip foi um disciplinado súdito da própria esposa.

Apesar disso, ajudou mais de 800 organizações de caridade — principalmente nas áreas da educação, indústria, esporte e meio ambiente. Na área do meio ambiente, manteve uma atuação viva, foi o primeiro presidente do World Wildlife Fund (WWF).

Fico a pensar, não nos rituais e protocolos oficiais, nas tradições, mas no que acontece no reservado da alcova; onde todos têm de se despir de: indumentárias, títulos, medalhas e condecorações, e fazer ali o que todos os mortais fazem, inclusive copular, e trocar fluidos. Como seria o príncipe, sem roupas a deitar-se com a rainha, idem. Teria que pedir permissão a ela? Segundo os áulicos, longe das liturgias, quem dava as cartas na casa era Philip. Ali, ele cantava de galo.

Em nota oficial, a casa de Windsor, comunicou ao mundo: “É com profunda tristeza que Sua Majestade a Rainha Elizabeth II, anuncia a morte de seu amado marido, Sua Alteza Real, o Príncipe Philip, Duque de Edimburgo".

Philip, foi o mais longevo consorte e o homem mais velho da História da monarquia britânica; morreu lúcido, sem dor, em seu leito, após um casamento de 73 anos com a mulher mais respeitada e noticiada do mundo. Verdadeiro conto de fadas.

Eng. Agrônomo, Palestrante, cronista e viajante: o sul-americano mais viajado do mundo com mobilidade reduzida, visitou 143 países em todos os continentes

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