Estelionato virtual

Cibercriminosos usam período de pandemia da Covid-19 para agir

Golpes são dos mais diversos, como falso boleto, auxílio emergencial, clonagem de cartão e do WhatsApp para pedir dinheiro a terceiros

Ismael Araújo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
Aplicativo de conversas pode ser clonado por cibercriminosos, que pedem dinheiro para os contatos
Aplicativo de conversas pode ser clonado por cibercriminosos, que pedem dinheiro para os contatos (whatsapp)

São Luís - A pandemia da Covid-19 resultou em várias mudanças na vida das pessoas trouxe ao mundo pânico, incertezas e medo. No momento, o trabalhador, além de lidar com a divisão das tarefas profissionais em home-office, também precisa saber comprar e realizar pagamentos online, para evitar aglomerações. Segundo a polícia, é justamente nesse ponto que os “cibercriminosos” entram em ação. Eles ficam à espreita para realizar os mais diversos crimes virtuais como roubo de senha bancária, de dados, clonagem de cartão e whatsapp para fazer compras e pedir dinheiro. Até emissão de boleto falso tem sido feito pelos criminosos virtuais.

O auxiliar administrativo Lucas Ranger Pereira, de 24 anos, pegou um susto na semana passada, ao receber um falso boleto por e-mail, com seus dados pessoais e local onde reside. Ele disse que os criminosos se passaram por colaboradores de uma empresa de telefonia móvel e emitiram uma fartura com valor acima de R$ 500,00. Somente não caiu no golpe devido ter entrando em contato imediatamente com os verdadeiros funcionários da empresa e ficou sabendo que há um grupo criminoso emitindo falsos boletos a vários clientes, inclusive, já virou alvo de investigação policial.

Ele contou que a pessoa sendo um pouco distraída acaba caindo nas mãos dos golpistas. “Caso a fartura tivesse um valor um pouco mais baixo, eu poderia até ter efetuado o pagamento, pois, o documento tem o nome completo, inclusive, com o número da carteira de identidade e o CPF”, frisou o auxiliar administrativo.

O delegado Odilardo Muniz, que é chefe do Departamento de Combate a Crimes Tecnológicos (DCCT), órgão da Superintendência de Investigações Criminais (Seic), informou que durante o período de pandemia aumentou o crime de estelionato virtual e um deles é a emissão do falso boleto. “Devemos ter uma atenção redobrada para não cair nesse tipo de golpe, pois, não é comum receber boleto bancário sem ser solicitado por meio da internet, principalmente, via WhatsApp”, frisou Odilardo Muniz.

Outros golpes
O delegado declarou que, além do crime do falso boleto, criminosos estão agindo no aplicativo de conversas WhatsApp. Nesse golpe, eles conseguem a foto de uma pessoa por meio do WhastsApp e obtém informações da vítima utilizando a coleta de fonte a aberta, sendo que uma delas o facebook. Em seguida, pedem dinheiro em nome das vítimas, principalmente a parentes. “O ser humano costuma expor sua vida pessoal no facebook e no instagram, só que isso é uma fonte de informações para criminosos”, alertou Odilardo Muniz.

O outro tipo de golpe virtual é do auxílio emergencial. O delegado disse que os criminosos, geralmente, enviam mensagens se passando por bancários, para o e-mail das vítimas ou para o celular, com o objetivo de obterem seus dados pessoais. De posse dessas informações, eles conseguem concretizar seus atos ilegais, principalmente adquirir de forma ilegal dinheiro.

O delegado ainda frisou que continua tendo a ocorrência do crime de clonagem do cartão de crédito. Também por meio de mensagens via e-mail ou telefone, o criminoso consegue obter a senha do cartão da vítima e, logo após, começa a aplicar a realizar várias compras. “A pessoa deve ter atenção redobrada com seu cartão de crédito. O cuidado de fato deve ser especial na hora que for fazer o pagamento de uma compra fixa ou virtual, para que não venha ser uma vítima de golpe”, frisou Odilardo Muniz.

Prisões
A Polícia Civil realizou na primeira quinzena de dezembro do ano passado uma ação policial na cidade de Imperatriz, que resultou na prisão de um acusado de crime de furto qualificado mediante fraude. De acordo com a polícia, em companhia de outros quadrilheiros, o homem obtinha dinheiro de forma ilegal utilizando o PIX e agia no Maranhão e no Pará.

Também no ano passado, a polícia prendeu cinco suspeitos de terem criado sites falsos para fraudar compras na internet e praticar o roubo de senhas bancárias em Imperatriz. A polícia informou que os criminosos aplicaram mais de R$ 4 milhões em golpes. As vítimas eram atraídas pelas facilidades, realizam as compras por meio de boleto bancário e caíam no golpe. O dinheiro pago era desviado para contas fraudulentas.

SAIBA MAIS

Cuidados para não cair no golpe virtual

  • Manter privacidade na rede social
  • Evitar expor fotos sua e de familiares na internet
  • Evitar colocar os passos da sua vida diária no facebook ou no instagram
  • Cuidados com falsas promessas de pagamento de faturas
  • Atenção redobrada com o cartão de crédito
  • Evitar os cadastros virtuais devido expor os seus dados pessoais

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