Segunda onda

Ludovicense frequentou 35% menos os terminais de transporte público

SMTT confirmou a redução observada pelo Google; São Luís teve média de 272 mil passageiros em fevereiro, 23 mil a menos que em janeiro

Kethlen Mata/ O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
Segundo o Google, houve menos movimentação em terminais
Segundo o Google, houve menos movimentação em terminais (terminal de integração Praia Grande)

São Luís – De 21 de fevereiro e 4 de abril e 2021, os ludovicenses frequentaram 35% menos os terminais de transporte público, como estações de ônibus e trem. É o que aponta os dados de mobilidade do Google, no comparativo com o valor-base - que é a média do dia da semana correspondente, durante o período de cinco semanas, entre 3 de janeiro e 6 de fevereiro de 2020. Nesta quinta-feira, 8, O Estado conversou com usuários do sistema para saber se houve diferença, ou não, e as opiniões foram diversas.

A Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), em nota, afirmou que a redução foi observada. A média de passageiros entre 5 de março a 4 de abril – período em que novas medidas de combate ao coronavírus foram adotadas no Maranhão, até a última atualização dos dados de mobilidade do Google -, foi de 239 mil. “Durante o período, 668 ônibus circularam na capital. A SMTT ressalta que reforçou a frota com mais 30 ônibus em horário de pico e criou a linha Rapidão São Luís, com oito ônibus articulados”, afirmou a nota.

Em janeiro, a média de passageiros ficou em 295 mil e 585 ônibus circularam na capital, no período; em fevereiro, a média de passageiros foi 272 mil e foi mantido o mesmo quantitativo de coletivos.

Quem ainda precisa usar
Enquanto algumas pessoas podem trabalhar e estudar em regime de home-office, outras precisam sair de suas casas, mesmo com o número alto de casos confirmados da Covid-19. Esse é o caso do estudante Eduardo Santos, que precisa se locomover diariamente para o seu estágio. Ele sai do bairro Maiobão, em Paço do Lumiar e se dirige ao São Francisco, em São Luís.

“Eu não senti diferença. Os ônibus continuam cheios e por mais que a frota tenha sido ampliada, a lotação persiste. Aglomerados, corremos o risco da infecção pela Covid-19. Dentro dos coletivos, é quase impossível manter o distanciamento social. Em horários de pico, a situação fica ainda pior. Preciso pegar ônibus de segunda a sexta-feira, para ir ao trabalho. Tanto na ida quanto na volta, o sufoco é o mesmo”, disse o estudante.

O Estado passou pelo Terminal de Integração da Praia Grande, e conversou com algumas pessoas que estavam saindo do local. José Vicente França, de 43 anos, acredita que a quantidade de pessoas nos ônibus e terminais de integração realmente diminuiu. “Diminuiu bastante. Antes, os ônibus andavam mais lotados. O único ônibus que ainda anda lotado aqui é a linha Calhau/Litorânea”, disse.

A aposentada Raimunda Oliveira, de 73 anos, afirmou que nos ônibus que costuma utilizar, houve redução na quantidade de pessoas. “Eu acho que tem menos pessoas nos terminais de integração”, ressaltou.

Quem parou de usar
O professor de História da rede pública do estado, Gabriel Oliveira, reside em São Luís, mas leciona no município de Rosário. Antes da pandemia, se dirigia até lá três vezes na semana, no seu trajeto ele passava pelo Terminal de Integração da Cohab e Terminal Rodoviário. Essa rotina foi interrompida desde o dia 16 de março de 2020.

“De lá para cá, pouquíssimas vezes fui presencialmente à escola e, quando o fiz, fui de Uber até a rodoviária. O problema que percebi foi na oferta de horários de viagens da empresa de ônibus que faz a rota, muito grande a diminuição, estudantes e professores pagam meia-passagem com ela. Com a falta de oferta a única saída passou a ser o serviço de vans. Precárias, sem ventilação e muito menos uso de máscaras”, desabafou o professor.

Emanuelle Ferreira, estudante universitária da rede privada, deixou de utilizar o transporte público desde o início da pandemia do novo coronavírus, em março de 2020. “Eu não tenho saído de ônibus, porque até agora não teve essa necessidade. Quando vou para algum lugar, pego carro de aplicativo e em outras ocasiões em que saí de casa foi com pessoas conhecidas. Desde que a pandemia ficou séria, no ano passado, fiquei com medo e insegura de andar nos transportes coletivos, porque eles estão sempre lotados e não são corretamente higienizados”, afirmou.

A estudante Maria Rego parou de utilizar os ônibus há menos tempo, cerca de três meses, segundo ela, o motivo foi a superlotação. “Antes, a higienização era constante e agora nem isso tem mais. A circulação de pessoas nunca diminuiu e tudo continua do mesmo jeito, superlotado. Enquanto não passar [a pandemia] eu pretendo continuar sem usar, ou eu me vacinar, o que está mais difícil ainda”, destacou a jovem.

SAIBA MAIS

Sobre os dados do Google

Os relatórios de mobilidade do Google mostram como as visitas e o tempo de permanência em locais diferentes mudam em comparação com um valor-base. Essas alterações são calculadas com o mesmo tipo de dados agregados e anônimos usados para mostrar horários de pico no Google Maps.

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