Editorial

À espera do pior

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16

Com o aumento progressivo de mortes por Covid-19 no Maranhão, que na última terça-feira registrou 43 óbitos por complicações da doença e chegou a 6.321 vidas perdidas na pandemia, pelo menos três prefeituras, todas do interior do estado, abriram licitação este ano para comprar caixões e contratar serviços funerários. Segundo informa o Diário Oficial do Estado (aba Terceiros), os certames foram iniciados em fevereiro e março, coincidindo com o período em que o novo coronavírus tornou-se ainda mais letal.

A primeira prefeitura a anunciar a intenção de adquirir caixões e serviços fúnebres na fase crítica da pandemia foi a de São Raimundo do Doca Bezerra, que lançou o certame em 15 de fevereiro deste ano, na modalidade pregão eletrônico para registro de preços, para futura e eventual compra de urnas funerárias, serviços de translado, vestuários (mortalhas) e serviços de tanatopraxia (conservação de corpos). Inicialmente, a licitação aconteceria dia 25 de fevereiro, às 9h, mas foi adiada para 3 de março, no mesmo horário.

A Prefeitura da cidade de de Pedro do Rosário também abriu concorrência pública com a mesma finalidade, em 4 de março, na modalidade pregão presencial para registro de preços visando à aquisição de urnas funerárias, kit vestuário e translado. A abertura dos envelopes com as propostas das empresas concorrentes foi agendada para 22 de março.

Outra prefeitura que abriu concorrência pública para fornecimento de urnas, em um total de 570 unidades, e prestação de serviços funerários foi a de Igarapé do Meio. A modalidade escolhida para a licitação foi o pregão para registro de preços, sob a forma presencial, com abertura dos envelopes de proposta e habilitação marcada para a manhã de terça-feira, dia 6. O contrato a ser firmado terá duração de 12 meses e o valor total da despesa é de R$ 663.200,30.

Desde 2020, primeiro ano da pandemia, os gastos de algumas prefeituras maranhenses com fornecimento de itens e serviços fúnebres passaram a atingir cifras milionárias. Em alguns casos, o volume de dinheiro público destinado a essa finalidade e a quantidade de itens contratados impressionam.

Ano passado, pelo menos sete gestões municipais destinaram montante elevado de dinheiro público para a aquisição de urnas e contratação de serviços funerários. Somada, a despesa superou R$ 1,8 milhão, conforme consta no Diário Oficial do Estado.

A iniciativa das prefeituras de firmar contratos para compra de caixões e disponibilização de serviços funerários sinaliza a intenção dos gestores de oferecer, ao menos, condições adequadas de sepultamento em seus municípios, em meio às trágicas estatísticas que apontam um número crescente e imprevisível de mortes.

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