A reunião realizada ontem entre o Maranhão e outros estados (Acre, Bahia, Ceará, Mato Grosso, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe) com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com o objetivo de debater acerca das solicitações de importação em caráter excepcional de doses da vacina Sputnik V ampliou o impasse entre as partes.
Representantes dos estados reforçaram o pedido de urgência para o uso e importação do imunizante russo, no entanto, membros da Anvisa pediram cautela e alegaram a necessidade de novos procedimentos técnicos para a autorização, dentre eles, uma ida à Rússia para avaliar os pedidos. Não foi dado prazo para apreciação dos pedidos de importação dos estados.
Inicialmente, cada estado se manifestou acerca da necessidade de liberação para uso do imunizante, com base na realidade epidemiológica. Em seguida, os representantes da Anvisa expuseram a obediência ao tempo de análise de documentos e realização de testes.
Pelo Maranhão, além do governador do Estado, Flávio Dino (PCdoB), também participou do encontro, promovido de forma virtual, o secretário estadual de Saúde, Carlos Lula. Antes mesmo do fim da reunião, Flávio Dino usou as redes sociais para se manifestar. “Quatro mil, cento e noventa e cinco mortes. Enquanto isso, a Anvisa nos chamou para uma reunião, que já dura três horas, para dizer que precisam ir à Rússia para avaliar pedido de autorização de importação de vacinas feito pelos Estados”, escreveu.
No dia 17 deste mês, antes de oficializar o pedido de importação do imunizante, o governo maranhense oficiou o envio do contrato a ser firmado entre o Executivo e o Instituto Gamaleya, responsável pelo fornecimento dos imunizantes. No total, de acordo com dados da assessoria do governo local, foram adquiridas 4,5 milhões de doses e serão investidos R$ 253 milhões.
Conforme revelado pelo secretário de Saúde do Estado, Carlos Lula, os valores somente começarão a ser enviados para o país de origem dos lotes quando os primeiros forem enviados. O objetivo do Maranhão é iniciar a aplicação da Sputnik V ainda no mês de abril, em cronograma (público-alvo e outras condições) a ser oficializado nos próximos dias.
Reunião
O diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, acompanhado pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, esteve em reunião com o presidente da República, Jair Bolsonaro, antes da reunião com os governadores. Em pauta, o estreitamento das tratativas para o envio de insumos nas próximas semanas para o início da fabricação da vacina Sputnik V no Brasil.
Uma comitiva de representantes da Anvisa deve seguir até a semana que vem à Rússia para ampliar as negociações quanto ao envio de insumos e da vacina ao país. Além do representante da Anvisa e do MS, a reunião também contou com a participação – segundo a assessoria da presidência – do presidente da Rússia, Vladimir Putin.
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