Inclusão

Conscientização do Autismo com superação e solidariedade

Crianças do Instituto Diante de Todos participam de oficina de produção de ovos de Páscoa e fazem doações para creche de São Luís

Bárbara Lauria / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Oficina de ovos de Páscoa trabalhou com a cooperação e a criatividade
Oficina de ovos de Páscoa trabalhou com a cooperação e a criatividade

São Luís – O Dia Mundial da Conscientização do Autismo foi comemorado nesta sexta-feira (2). Data serve para promover o respeito e a inclusão das pessoas com Transtorno de Espectro Autismo (TEA) na sociedade e foi para celebrar a data que o Instituto Diante de Todos, espaço que desenvolve atividades de socialização e habilidades, criou uma oficina de produção de ovos de páscoa para crianças com TEA.

“Neste dia, focamos na conscientização das necessidades, e até mesmo no que é o autismo, até porque a sociedade em si ainda não tem interesse em ter uma sensibilidade para diferenciar uma criança autista. E com a realidade em que estamos vivendo hoje, da pandemia e do isolamento social, estamos mais ainda com essa visão sensível ao público autista, para que eles possam fazer parte de algo diferente”, explicou Alana Penha, gestora e diretora do Instituto.

Com ajuda de instrutores, os alunos se aventuraram com chocolates, granulados e panelas, e produziram 50 ovos de Páscoa, que foram doados, durante a celebração do Dia Mundial da Conscientização do Autismo, para crianças de uma creche no bairro da Ilhinha “As crianças que estão na creche estão vivendo um momento de carência, tanto emocional quanto financeira, e nossos amigos autistas estão proporcionando para outras pessoas a alegria da páscoa. É algo a representação da superação, mostrando que eles podem fazer algo para a comunidade, que leve alegria para outras pessoas”, enfatizou Alana Penha.

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Dia Mundial da Conscientização do Autismo
“Respeito e Inclusão” são os dois pilares da celebração do dia 2 de abril deste ano. Alana Penha explica que, no passado,, a taxa de pessoas autistas era reduzida no mundo, porém, com o passar dos anos foi aumentando e a sociedade passou a reconhecer a necessidade de entender as particularidades de pessoas com TEA.

“Chamamos de Transtorno e Espectro Autismo porque é um espectro. Cada um possui uma singularidade, uma particularidade. O autismo nunca é o mesmo em cada pessoa, e isso é algo que a sociedade precisa entender”, ressaltou. Ela passou os últimos oito anos estudando e criando projetos para desenvolver essas particularidades, e auxiliar no desenvolvimento e socialização dessas pessoas.

A dona de casa Elen Marcos Queiroz acompanha no instituto seus três filhos, Arthur (7 anos), Débora (7 anos) e Gustavo (5 anos), que possuem Autismo, e conta que essas atividades são essenciais para seus desenvolvimentos. “As crianças tinham muitos comprometimentos, mas tiveram uma evolução muito positiva no Instituto, inclusive na socialização e na questão da alimentação, pois um dos meus filhos é seletivo alimentar. Essas terapias são essenciais para o desenvolvimento”, contou a mãe, que também enfatizou sobre como o TEA ajudou no seu próprio aprendizado.

“Quando a gente descobre o autismo em nossas vidas, mudamos totalmente. Na verdade, o autismo só contemplou nossa família. A gente tem sonhos, tem expectativas, mas não perdemos nossos planos, eles mudaram. Hoje, vivemos em função dos nossos filhos e eles nos tornaram pessoas melhores, pois adquirimos muitas coisas que não tínhamos ontem. Nos tornamos seres humanos melhores na questão da empatia, do amor e do olhar que temos ao próximo, pois o autismo é superação”, ressaltou Elen Queiroz.

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SAIBA MAIS

O Instituto Diante de Todos foi criado em 2020, diante de uma necessidade que Alana Penha sentiu, após se deparar com necessidades de alunos autistas nas salas de aula. “Há oito anos eu conheci essa criança com autismo e percebi que nem eu ou os professores e coordenadores estávamos conseguindo suprir suas necessidades, então comecei a estudar sobre o assunto e conheci a musicoterapia. Fiz projetos de músicas com crianças autistas, chegamos a viajar com uma orquestra e, após terminarmos o projeto, decidi me dedicar a trabalhar com outras particularidades das pessoas com TEA, e assim nasceu o Instituto”, contou a gestora.

Hoje, localizado na Avenida Sambaquis, no bairro do Calhau, o espaço é voltado para todos os públicos, mas, com enfoque maior em pessoas com deficiência intelectual e idosos, na tentativa de promover inclusão. Além das aulas e atividades, no local também há acompanhamento psicológico, fisioterapêutico e nutricional. As atividades incluem teatro, música, yoga, desenho, robótica, esportes e, principalmente, muito amor.

As atividades são realizadas de acordo com as necessidades de cada pessoa, que passa por uma avaliação com o psicólogo ocupacional, para conhecer e saber quais as atividades que devem ser estimuladas, baseado nas preferências de cada pessoa.

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