Agravamento da pandemia

Cemitérios estimam aumento de até 60% de enterros em todo o país

Números sinalizam um crescimento vertiginoso e constante de mortes que preocupa setor funerário

Brasil 61

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Setor funerário como um todo no Brasil informa que está acompanhando as demandas
Setor funerário como um todo no Brasil informa que está acompanhando as demandas (enterro)

O presidente da Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário (Abredif), Lourival Panhozzi, avalia o momento atual da pandemia no Brasil como preocupante e pensa estratégias para afastar as possibilidades de um novo colapso funerário no país, como já acontece com as ocupações de unidades de tratamento intensivo (UTIs), de acordo com especialistas.

“As nossas estimativas e os dados dos cientistas apontam que, para os próximos três meses, teremos algo em torno de 500 mil óbitos no Brasil. Esse ano, agora no mês de março, nós já estamos experimentando um aumento de 30% do total absoluto [de enterros], o que é um aumento absurdo, totalmente fora de qualquer previsão. É possível, sim, que nós alcancemos até 50%, 60% de aumento real em algumas localidades, momentos e regiões”, avalia Lourival.

O presidente da associação, no entanto, ressalta que embora possa haver dificuldade de diferentes cemitérios de algumas regiões, o setor funerário como um todo no Brasil está acompanhando as demandas.

“Os números sinalizam um crescimento vertiginoso e constante de mortes que nos preocupa muito. Mas os fabricantes colocaram nesse período 400 mil urnas no mercado e já temos mais de 100 mil urnas em estoque”, enumera.

A associação chegou a recomendar às funerárias de todo o país para suspender férias de funcionários. Outra estratégia pensada foi colocada em prática recentemente.

“É um sistema em que todos os cemitérios do Brasil vão se cadastrar para colocar a disponibilidade de jazigos e a capacidade de sepultamento dia/hora, para que as funerárias façam agendamentos e só levem [o corpo] para o cemitério na hora que o jazigo tiver liberado.”

Segundo Lourival, o sistema só será acessado pelos representantes do setor e não será aberto para a imprensa. A entidade representa mais de 13 mil empresas no Brasil.

Estatísticas

Na última quinta-feira (25) o país registrou mais uma estatística preocupante, quando, pela primeira vez, ultrapassou a marca dos 100 mil casos confirmados de infecções em um intervalo de 24 horas. De acordo com o Ministério da Saúde, houve 100.158 diagnósticos positivos para a doença.

Ao todo, 303 mil corpos de vítimas da Covid-19 foram enterrados no Brasil. O país tem mais mortes no mundo, acumuladas nos últimos sete dias, proporcionalmente, a cada 100 milhões de habitantes. Os estados de Amazonas, Roraima, Rondônia, Rio de Janeiro e Mato Grosso são, respectivamente, os que possuem as maiores taxas de mortalidade por 100 mil pessoas.

A situação do Rio Grande do Sul também preocupa autoridades. A região é a segunda com maior média de mortes na semana, também proporcionalmente, atrás apenas de Rondônia.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.