Ocupação de leitos

São Luís: alerta crítico no sistema de saúde pública, aponta Fiocruz

Boletim da Semus desta terça-feira, 23, mostra taxa de 96,6% na ocupação de leitos de UTI Covid na rede pública municipal, com apenas um leito de UTI do SUS disponível na capital para pacientes com a doença

Kethlen Mata/ O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
painel Fiocruz
painel Fiocruz

São Luís – A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), desde julho de 2020, realiza o Observatório Fiocruz Covid-19, que faz o monitoramento – entre outros números da pandemia no Brasil – das taxas de ocupação de leitos de UTI para adultos com coronavírus no Sistema Único de Saúde (SUS). Nesta terça-feira, 23, mais uma edição do boletim foi divulgado e São Luís foi elencada entre as capitais com taxas iguais ou superiores a 90%. Na atualização da Secretaria Municipal de Saúde (Semus) desta terça, o número exato da taxa de ocupação para leitos de UTI na cidade, ficou em 96,6%.

Ao lado de São Luís, estão: Porto Velho (100%), Rio Branco (94%), Macapá (99%), Teresina (99%), Fortaleza (96%), Natal (96%), João Pessoa (93%), Aracaju (91%), Belo Horizonte (107%), Vitória (96%), São Paulo (92%), %), Curitiba (100%), Florianópolis (98%), Porto Alegre (103%), Campo Grande (106%), Cuiabá (99%), Goiânia (98%) e Brasília (99%). Conforme trecho do Observatório Covid-19, os pesquisadores retratam cenário nacional de colapso do sistema de saúde para o atendimento de pacientes que requerem cuidados complexos para a Covid-19, além de prejuízos imensuráveis no atendimento de pacientes que demandam cuidados em razão de outros problemas de saúde.

“Os cientistas ressaltam que medidas rigorosas para o controle e prevenção da doença, que começam a ser adotadas no país, são fundamentais para interromper a tendência de descontrole da pandemia, mitigando efeitos sobre o sistema de saúde e, especialmente, poupando vidas”, diz trecho do boletim da Fiocruz.

Situação em São Luís
Até o fechamento desta edição, a última atualização da Semus, informou que de 30 leitos de UTI para tratamento da Covid-19 na rede pública municipal, 29 estavam ocupados, ou seja, uma taxa de ocupação de 96,6%. Quantos aos leitos de enfermaria ou clínicos, a situação parece estar mais controlada. Do total de 90 leitos da rede municipal, 44 (48,8%) estão sendo utilizados por pacientes com coronavírus. A média dos últimos sete dias (17 a 23 de março), ficou em 86,64% para UTI.

Para o epidemiologista, Antônio Augusto Moura Silva, ainda não é possível prever quando São Luís chegará no seu limite de leitos disponíveis. “A cada dia nos aproximamos de uma real saturação de serviços de saúde, mas é impossível prever data”, afirmou.

O Estado manteve contato com a Semus para saber se a cidade está preparada para uma possível falta de leitos de UTI e se há a possibilidade de falta de oxigênio para pacientes com Covid-19 em São Luís, mas até o fechamento desta edição, não obteve resposta.

Oxigênio
Em reportagem publicada pelo site de O Estado, nesta terça-feira, 23, o secretário de Estado da Saúde (SES), Carlos Lula, e representantes de empresas fornecedoras de oxigênio para unidades hospitalares do Maranhão alertaram, para a situação “grave” e “preocupante” do abastecimento do insumo em municípios do Maranhão. “No pior momento de 2020, entre abril e maio, tínhamos estocado, do total de oxigênio produzido, apenas 15%, com autonomia para menos de 10 dias; hoje, esse índice subiu para 58%. Ou seja, estamos tendo que circular muito mais para atender a demanda e o nosso estoque está sendo reduzido com maior brevidade”, explicou Paulo Baraúna, representante da empresa White Martins, multinacional brasileira do ramo de fabricação de gases industriais e medicinais.

Segundo o executivo, o volume de oxigênio que está sendo consumido nesta segunda onda da pandemia da Covid no Maranhão é bem maior do que o da primeira onda, no ano passado. O Estado também procurou a SES para saber se o Maranhão está preparado para uma possível falta desse insumo, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

SAIBA MAIS

Situação dos leitos no MA

A situação em todo o estado não é muito distante do vivido na capital, no boletim da SES de terça, taxa de ocupação de leitos de UTI exclusivos Covid-19 na Grande Ilha (São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa), ficou em 96,02%, são apenas 10 leitos livres. Quantos aos clínicos, a taxa está em 97,77%, de 493 leitos disponíveis 482 estão ocupados.

Em imperatriz, a situação é mais preocupante. De 72 leitos disponíveis de UTI, 70 estão ocupados, ou seja, 97,22%. Os leitos clínicos estão com taxa de ocupação de 97,94%.

Nas demais regiões do estado, os leitos estão com uma taxa de ocupação mais controlada. De 216 leitos de UTI, apenas 38 (82,41%) estão em uso, quanto aos de enfermaria 276 (58,23%) de 474 estão sendo utilizados para tratar da Covid-19.

Em imperatriz, a situação é mais preocupante. De 72 leitos disponíveis de UTI, 70 estão ocupados, ou seja, 97,22%. Os leitos clínicos estão com taxa de ocupação de 97,94%.

Nas demais regiões do estado, os leitos estão com uma taxa de ocupação mais controlada. De 216 leitos de UTI, apenas 38 (82,41%) estão em uso, quanto aos de enfermaria 276 (58,23%) de 474 estão sendo utilizados para tratar da Covid-19.

Fechamento de bares, restaurantes e praias fazem parte das recomendações da Fiocruz
Fechamento de bares, restaurantes e praias fazem parte das recomendações da Fiocruz

Recomendações da Fiocruz para diminuição de casos e redução na pressão sobre o sistema de saúde:

  • A proibição de eventos presenciais como shows, congressos, atividades religiosas, esportivas e correlatas em todo território nacional;
  • A suspensão das atividades presenciais de todos os níveis da educação do país;
  • O toque de recolher nacional a partir das 20h até as 6h da manhã e durante os finais de semana;
  • O fechamento das praias e bares;
  • A adoção de trabalho remoto sempre que possível, tanto no setor público, quanto no privado;
  • A instituição de barreiras sanitárias nacionais e internacionais, considerando o fechamento dos aeroportos e do transporte interestadual;
  • A adoção de medidas para redução da superlotação nos transportes coletivos urbanos;
  • A ampliação da testagem e acompanhamento dos testados, com isolamento dos casos suspeitos e monitoramento dos contatos.

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