Bastidores

Rubens Júnior não crê em novo "consórcio" nas eleições de 2022

Secretário de Estado da Articulação Política afirmou em entrevista ao quadro Bastidores, do Bom Dia Mirante, que a eleição de São Luís "deu um exemplo" ao seu grupo político sobre a estratégia

Gilberto Léda da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
(Rubens Júnior )

SÃO LUÍS - O secretário de Estado da Articulação Política do governo Flávio Dino (PCdoB), Rubens Júnior (PCdoB), declarou ontem, durante entrevista ao quadro Bastidores, do Bom Dia Mirante, na TV Mirante, que não acredita na reedição da estratégia de montagem de uma espécie de "consórcio" de candidatos governistas na eleição para o Governo do Maranhão, em 2022.

Segundo ele, “a eleição de São Luís deu um exemplo” de que o grupo do governador tem mais força se marchar unido ao lado de uma candidatura apenas. Em 2020, com quase uma dezena de candidatos aliados, o Palácio dos Leões perdeu a eleição para Eduardo Braide (Podemos).

“Não acredito nessa possibilidade [criação de um novo consórcio de candidatos]. Nosso grupo político, unido, hoje é o maior do estado do Maranhão, e a gente junto seguramente vence a eleição no primeiro turno. Dividir, fracionar, seria um caminho para a derrota. A eleição de São Luís deu um exemplo disso”, destacou.

Para Rubens Júnior, no entanto, haverá unidade, mesmo ainda havendo atualmente pelo menos cinco pré-candidatos: o vice-governador, Carlos Brandão (PSDB), o senador Weverton Rocha (PDT), os deputados federais Josimar de Maranhãozinho (PL) e Márcio Jerry (PCdoB), e o ex-prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT).

“Acredito e trabalho por essa unidade. Sem dúvida alguma, o governador Flávio Dino elegerá o seu sucessor. Ele é o maior político, hoje, do estado do Maranhão, tendo inclusive uma excelente aprovação do seu governo. E o que vai ser julgado é o governo Flávio Dino. Se o governo foi bem, merece eleger o sucessor. Se governo, na avaliação do cidadão, for ruim, aí tem que ter algum tipo de mudança. Como o governador vem liderando, pessoalmente, o enfrentamento da pandemia, ele vai chegar com autoridade política grande o suficiente para poder garantir isso [eleição do sucessor]”, completou.

Ainda de acordo com o comunista, uma suposta cisão na base aliada por conta da eleição de 2022 seria apenas um cenário criado pela oposição.

“Hoje a oposição sequer tem um candidato. Está torcendo para que o nosso grupo e divida. Eu tenho maturidade o suficiente para não embarcar nessa tentativa da cisão por parte da oposição, trabalhar por essa unidade, que quem vai ganhar com isso é a população do estado”, concluiu.

Movimentos

Enquanto ainda não se decidiu quem será o nome do Palácios dos Leões na eleição do ano que vem - e faltando pouco mais de um ano para o pleito - segue nítida vez a disputa entre Carlos Brandão e Weverton Rocha.

Na semana passada, o pedetista organizou o que se pode considerar um “contra-ataque” à recente manobra de Brandão – que deixou o Republicanos para filiar-se ao PSDB. No primeiro movimento dessa batalha silenciosa, o agora tucano deixou o Republicanos para entrar no PSDB, na esteira de uma articulação maior, encabeçada pelo governador Flávio Dino.

O comunista tem sido um dos artífices da construção de uma ampla frente nacional de centro-esquerda, e, ao mandar para o tucanato o seu vice-governador – e provável candidato ao governo -, ele leva de volta o partido a sua base e mostra que está disposto a dialogar com as lideranças nacionais da sigla.

A resposta de Weverton veio na semana seguinte: ele garantiu a filiação do deputado federal Gil Cutrim – recém-saído do PDT – no Republicanos. Com o desembarque de Cutrim na sigla, ficou ratificado que o Republicanos apoiará o projeto de candidatura do senador pedetista ao Governo do Maranhão, em 2022 – o que foi verbalizado no ato na capital federal, inclusive, pelas palavras de Marcos Pereira.

Mais

Também aliado do Palácio dos Leões – e também pretenso candidato ao governo -, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) anda sumido do noticiário político-eleitoral após virar alvo da Polícia Federal. De outro lado, o senador Roberto Rocha, que ainda não decidiu se será candidato a governador ou à reeleição para o Senado, ainda precisa definir um partido, após decidir deixar o PSDB, com a chegada de Brandão.

Recém-chegado, Brandão fala em dar “musculatura" ao PSDB

Em artigo divulgado no fim de semana, o vice-governador do Maranhão, Carlos Brandão, comentou pela primeira vez publicamente as nuances do seu retorno ao PSDB - sigla pela qual se elegeu para o primeiro mandato, em 2014, ao lado de Flávio Dino (PCdoB).

Na publicação, ele deixou claro que o retorno à casa de origem foi combinada com o comunista, numa jogada para dar “continuidade" ao projeto de poder da dupla.

Nos bastidores do Palácio, comenta-se que Dino tem predileção pela candidatura de Brandão. O governador, é óbvio, não confirma a informação, e prefere dizer, quando perguntado, que deve decidir, em grupo, por um nome apenas no fim do ano.

Ainda no artigo, o vice-governador destacou que tem como meta, nesse retorno, conferir ao partido a “musculatura” que este tinha quando ele o deixou, em 2017.

"Resolvi encarar um novo desafio de não apenas ingressar no PSDB, mas, assumindo suas rédeas, reviver aquele projeto executado até 2017, quando percorremos o estado e fizemos o partido crescer de forma exponencial”, pontuou.

Segundo ele, "além de buscar números expressivos”, a volta ao ninho confirma o realinhamento do PSDB com o governo Flávio Dino - algo impossível enquanto a legenda esteve sob o controle do senador Roberto Rocha no Maranhão.

"Minha volta ao ninho tem um outro sentido: realinhar um partido gigante, com tamanha história, ao projeto de Maranhão que estamos ajudando a construir. De nossa parte, trataremos a todos com equidade. Todos são importantes nesse momento. Há tucanos históricos que precisam sentir que o partido pode – e deve – ganhar musculatura”, completou Brandão.

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