Articulação

Dino quer aliança da esquerda com o centro para a eleição de 2022

Ele defendeu apoio do PSDB e do DEM ao ex-presidente Lula no pleito contra Bolsonaro

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
(Flávio Dino)

SÃO LUÍS - O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), voltou a defender nesta semana, em entrevista ao Estadão, que a esquerda deve sair da sua bolha e fazer um movimento em direção ao centro se quiser vencer o bolsonarismo em 2022 e retomar o poder no Brasil.

Para o comunista, o grande exemplo de uma guinada parecida com essa já foi dado pelo próprio ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2002. Naquele ano, o petista elegeu-se presidente da República pela primeira vez, tendo como vice o empresário José Alencar.

Reafirmo que esse movimento de ampliação, no sentido de falarmos para além da esquerda, é imperativo. Para vencer Bolsonaro é preciso que nós façamos isso. E não vejo o Lula como obstáculo. Em primeiro lugar, porque ele já fez isso em 2002, quando se elegeu presidente com o José Alencar de vice, um empresário liberal que representava um sindicato patronal. E, segundo, porque já mostrou estar disposto a construir um projeto de nação que olhe para o futuro mais do que para o passado. O Brasil de 2022 não é igual ao Brasil de 2002, e espero que possamos estar juntos com o centro democrático para vencer a eleição. Se não der no primeiro turno, que seja no segundo”, declarou.

Para Dino, é plenamente possível que PSDB e DEM, por exemplo, apoiem uma candidatura de esquerda, seja num primeiro, ou num segundo turno da eleição presidencial.

"Já houve essa união antes. Em 1989, Mário Covas (ex-governador tucano) apoiou Lula contra Collor. Depois disso veio a polarização entre PT e PSDB, e essa aliança não foi mais possível. Já em 2018, ela deveria ter ocorrido em torno do nome de Fernando Haddad. Não ocorreu, e temos hoje a tragédia que é o governo Bolsonaro. Agora, nesta eleição, é o bolsonarismo que deve ser batido. Nós temos de nos unir por esse objetivo e acredito que, aos poucos, estamos cicatrizando as feridas de 2018”, acrescentou.

O governador maranhense disse apoiar o “lulismo”, mas também o "trabalhismo" e vê como estratégia dos apoiadores do próprio Jair Bolsonaro (sem partido) a tese de que Lula seria o “adversário ideal" para o atual presidente da República. "Isso é um subterfúgio dos bolsonaristas, uma crença que tentam passar para frente”, diz.

Dino acredita que, na verdade, a ideia dos bolsonaristas é dividir a esquerda, por temer que o chamado “campo democrático” unido, possa representar uma ameaça maior ao projeto de manutenção do poder de Bolsonaro.

"Por acaso, alguém pode pensar que o Lula ou outro candidato do nosso campo possa ser um adversário fácil? No fundo, eles sabem que perdem para o campo democrático unido; Bolsonaro sabe disso. Vem dando sinais cada vez mais claros de que sabe também que a pandemia e a alta na inflação de preços estão corroendo sua popularidade. O povo não acompanha se as ações da Bolsa subiram ou se o câmbio variou. Mas sabe que os preços dos alimentos estão cada vez mais altos, assim como o litro da gasolina. Ai, o que faz Bolsonaro? Joga a culpa em seus ministros ou nos governadores. Nunca assume qualquer responsabilidade”, completou.

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