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Futebol sem público completou um ano e clubes vivem drama

Situação segue em todo país, que ainda enfrenta a Covid-19, e os dois maiores times do Maranhão tentam driblar crise

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Sem público, Sampaio Corrêa e São José duelaram no Castelão
Sem público, Sampaio Corrêa e São José duelaram no Castelão (SAMPAIO X SÃO JOSÉ ESTADUAL )

SÃO LUÍS - O futebol brasileiro completou neste fim de semana a triste marca de um ano sem receber torcedores nos estádios por causa da pandemia da Covid-19, que motivou a realização de jogos com portões fechados para evitar aglomerações. A consequência para os clubes é um problema tão doloroso quanto o silêncio das arenas. Na parte financeira, esse primeiro ano causou a perda de R$ 450 milhões com bilheteria para os 34 principais times brasileiros, segundo estudo feito pela Pluri Consultoria.

O mesmo levantamento indica que, de março de 2020 até agora, a falta de público nos jogos causou cerca de R$ 330 milhões em impacto entre receitas vindas de sócios e ações de marketing. Os clubes, hoje, vivem uma situação muito pior em comparação a 14 de março do ano passado, quando pela primeira vez os estádios brasileiros não tiveram cadeiras cheias, catracas em atividade e as lanchonetes com filas.

Mais do que lamentar, as equipes agora discutem maneiras para minimizar as perdas. As soluções são necessárias porque o cenário da pandemia é preocupante, alguns Estaduais estão até suspensos e a volta da torcida aos estádios parece bastante distante. A CBF defende que os portões só sejam reabertos quando a população for vacinada.

Sampaio e Moto Club na crise

O presidente do Sampaio Corrêa, Sérgio Frota, reclamou das dificuldades e não enxerga uma saída a curto prazo. “É um problema que atingiu todo o país. O futebol não seria diferente. Por estarmos e termos continuado na Série B do Campeonato Brasileiro, o impacto não foi maior. Porém, tivemos prejuízo no ano passo de R$ 200 mil, porque 80º dos nossos recursos vem de cota de TV. E como imaginava que essa situação continuaria em 2021 me planejei. Não sou contra o futebol parar pela pandemia. Acho que as partidas podem se realizadas obedecendo as determinações sanitárias”, comentou.

Porém, Sérgio Frota, admite que a eliminação precoce na Copa do Brasil não estava em seus planos. “Ao sermos eliminados pelo Rio Branco (ES) deixamos de ganhar R$ 675 mil que nos vai fazer muita falta. Porém, não foi nenhum absurdo sairmos na primeira fase, porque outros clubes também foram eliminados. O problema é que a CBF com a desculpa de reduzir datas colocou os jogos da primeira fase em jogo único. Se houvesse a partida de volta tenho certeza que nos classificaríamos. Agora, é claro que não gostei e vou tomar providências. No clube tem um avaliador de rendimento e sei quem está jogando e quem não está”, disse.

Com relação a permanência de jogos sem público, Sérgio Frota se diz de mãos atadas. “Não temos como fazer nada. O Campeonato Maranhense é altamente deficitário. Para jogar em São Mateus nós gastamos mais de R$ 12 mil. Fica difícil conviver com essa realidade. Estamos fazendo tudo que podemos”, criticou.

Na Série B de 2021, o Sampaio Corrêa tem prevista três grandes rendas em potencial contra o Vasco da Gama e Botafogo (RJ), ambos rebaixados da Série A na temporada passada e o Cruzeiro, que permaneceu na Segundona. “Se tivesse jogando com os portões abertos tinha conseguido acesso na temporada parada, mas infelizmente não conseguimos. Agora, é torcer que até a realização destas partidas os jogos já possam ter presença de público, mas diante desta pandemia de Covid-19 acho muito difícil”, comentou.

Alternativas no Papão

O diretor executivo de futebol do Moto Club, Renê Franco, disse que o time tem buscado alternativas para conseguir recursos em meio ao jogos de portões fechados. “Para conseguir dinheiro para o departamento de futebol a gente teve que se virar com venda de camisas e promoções. Na nossa loja física, na internet e no Sócio Torcedor. Também na plataforma que transmitimos os nossos jogos em que temos mando de campo. As cotas da Pré-Copa do Nordeste e Copa do Brasil ajudaram a desafogar nesse primeiro semestre. Porém, o impacto de jogar sem público é muito grande, porque o Moto sempre teve a participação dos seus torcedores. Elaboramos um plano comercial que espalhamos para todo Brasil em todo país e já estamos conseguindo alguns sinais positivos para o segundo semestre. É apostando no marketing que a gente tenta driblar a dificuldade da falta de público”, disse.

O Moto Club recebeu pela Pré-Copa do Brasil R$ 26,92 milhões e pela primeira fase da Copa do Brasil R$ 560 mil, a mesma quantidade que o Sampaio Corrêa recebeu).

É bom lembrar que este ano o Papão do Norte disputa, além do Campeonato Maranhense, que é deficitário, a Série D, como no ano passado, que custei apenas as despesas com viagens e hospedagens.

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