Covid-19

Cardiologista Marcelo Queiroga assumirá o Ministério da Saúde

Em um dia de muita especulação, em que o atual ministro Eduardo Pazuello chegou a afirmar que não se demitiria, Jair Bolsonaro acertou mudança no comando da pasta em reunião com o médico cardiologista

O Globo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Cardiologista Marcelo Queiroga aceitou convite e será o quarto ministro da Saúde no governo Bolsonaro
Cardiologista Marcelo Queiroga aceitou convite e será o quarto ministro da Saúde no governo Bolsonaro (ministerio)

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou nesta segunda-feira, 15, que convidou o atual presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Marcelo Queiroga, para assumir o cargo de ministro da Saúde. O médico aceitou substituir Eduardo Pazuello e será o quarto ministro da Saúde da gestão Jair Bolsonaro.

Marcelo Queiroga ficou cerca de três horas em reunião com Bolsonaro no Palácio do Planalto nesta segunda. Queiroga é graduado em Medicina pela UFPB (Universidade Federal da Paraíba). É especialista em cardiologia e tem doutorado em Bioética pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, em Portugal. Atualmente, dirige o departamento de hemodinâmica e cardiologia intervencionista (Cardiocenter) do Hospital Alberto Urquiza Wanderley (Unimed João Pessoa) e é médico cardiologista intervencionista no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, também na Paraíba.

Pazuello
Um pouco antes da confirmação do nome de Queiroga, o atual ministro da Saúde, Eduardo Pazuello disse que não pediria demissão. "Não é da minha característica. Não vou pedir para ir embora", declarou. De acordo com o ministro, se houvesse substituição, caberia ao presidente decidir.

"Não estou doente. Não pedi para sair", declarou Pazuello. Segundo ele, o cargo é do presidente da República e a possibilidade de deixar o posto existe desde que assumiu.

"O presidente, sim, está pensando em substituição, está avaliando nomes", declarou. “Eu não vou pedir para ir embora. Nem eu nem o Élcio [Franco, secretário-executivo] nem nenhum de nós que está aqui. Isso não é um jogo, não é uma brincadeira: 'Quero ir embora'. Isso é sério, é o país, é a pandemia, é o Ministério da Saúde. Não pode ser levado da forma como está sendo colocado. Eu não pedi para ir embora nem vou pedir. Estamos trabalhando, e é um trabalho em conjunto com o governo. Se haverá uma substituição ou não, cabe ao presidente da República e não a mim", afirmou ontem.

O ministro disse que se reuniu com Bolsonaro e com Ludhmila Hajjar, médica convidada e que, ontem, afirmou que não aceitou substituí-lo.

"Nós estamos num momento em que é preciso colocar também: ‘Ministro Pazuello vai ser substituído?’ Um dia, sim. Pode ser curto, médio ou longo prazo. O presidente está nessa tratativa de reorganizar o ministério. Enquanto isso não for definido, a vida segue normal. Eu não estou doente. Eu não pedi para sair e nenhum de nós, no nosso Executivo, está com problema algum. Nós estamos trabalhando focados na missão. Quando o presidente tomar a sua decisão, faremos uma transição correta, como manda o figurino", declarou Pazuello.

Pazuello também disse ter "muito orgulho" de estar na função de ministro da Saúde e ressalvou que a entrevista "não é uma palavra de despedida".

"Dá muito orgulho estarmos agora à frente dessa pasta, cumprindo essa missão. Não me sinto, em hipótese alguma, pressionado por nenhuma notícia, nenhuma posição que venha de mídia errada, 'fake news', nada disso. Isso não é o problema. O problema é a pandemia, são os óbitos, os contaminados. O problema é apoiar todos os brasileiros. Essa é a missão. Isso que é difícil. O resto é fácil", concluiu o ministro horas antes do anúncio do nome de seu substituto.

Pazuello apresentou ontem plano de entrega de vacinas

Antes do anúncio do nome do novo ministro da Saúde, o atual, Eduardo Pazuello, anunciou ontem a contratação de 100 milhões de doses da vacina da Pfizer e 38 milhões do imunizante da Johnson, entre outras. Pazuello afirmou que o ministério contará com 562 milhões de doses de vacinas em 2021.

"Essas vacinas e laboratórios já estão contratados. Sim, eu estou informando à população que nós já concluímos a contratação da União Química da Sputnik, da Pfizer e da Janssen (Johnson). Todas essas contratações foram finalizadas a partir da lei que foi sancionada, se não me engano, quarta-feira da semana passada. Só para que os senhores compreendam a velocidade administrativa desse trabalho", afirmou o ministro. "A partir da lei, sancionada na quarta-feira, hoje, segunda-feira, estou informando que já fizemos essas contratações completas, com tudo que foi solicitado em termos de cláusulas".

A lei mencionada por Pazuello foi aprovada pelo Congresso, estabelecendo que o governo pode assumir responsabilidades relacionadas a efeitos adversos, por exemplo, isentando as empresas.
O anúncio da contratação de imunizantes ocorre em meio a especulações sobre a saída de Pazuello do ministério. O titular da pasta estaria desgastado devido ao aumento no número de casos e mortes e a lentidão da campanha de imunização.

Nos últimos dias, o ministro também apresentou cronogramas divergentes sobre a disponibilização de doses para vacinação, provocando irritação no Congresso. O ministro se defendeu esta segunda-feira: "O cronograma é para ser alterado quando a farmacêutica não entrega, quando a linha de produção para, quando acontece qualquer dificuldade", disse.
Segundo cronograma apresentado nesta segunda-feira, 75% da vacina contratada da Pfizer só chegará em agosto e setembro. A entrega está escalonada da seguinte forma: 1 milhão de doses em abril, 2,5 milhões em maio, 10 milhões em junho, 10 milhões em julho, 30 milhões em agosto e 45,5 milhões em setembro.

No caso da vacina da Johnson, são 16,9 milhões de doses em agosto e 21,1 milhões em novembro. A úniva vacina que ainda aparece no cronograma "em tratativa" é a da Moderna, com previsão de 13 milhões de doses.

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