Ação

Governo faz campanha para estimular registro civil de recém-nascidos

Objetivo é divulgar experiências bem-sucedidas, pensar políticas públicas e estimular as famílias a registrar as crianças

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17

Brasília - O Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos promove, até a sexta-feira, 19, a Semana Nacional de Mobilização para o Registro Civil de Nascimento e a Documentação Básica. O objetivo da ação, iniciada nesta segunda-feira, 15, é divulgar experiências bem-sucedidas, pensar políticas públicas e estimular as famílias a registrar as crianças logo após o nascimento.

Segundo o ministério, embora o percentual de nascimentos não registrados até 15 meses após a mãe dar à luz a criança tenha caído ao longo das últimas décadas, o problema persiste. Só em 2018, cerca de 70 mil crianças deixaram de ser registradas em todo o Brasil. As taxas de sub-registro são mais altas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e atingem principalmente as populações mais carentes.

Durante a abertura do evento, transmitido pelo canal do ministério no YouTube, a representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, Florence Bauer, destacou a importância da certidão de nascimento para que as pessoas tenham acesso a outros direitos.

“O registro civil é um direito fundamental e está previsto na Convenção sobre os Direitos da Criança e na legislação nacional”, disse Florence, lembrando que, há cerca de 30 anos, uma em cada três crianças nascidas no Brasil não era registrada antes de completar um ano de vida. Florence informou que atualmente o percentual gira entre 2% e 3%. “Houve um progresso histórico, graças ao fato de que, desde 1997, o registro passou a ser gratuito. E também às campanhas para sensibilizar a população.”

Esforço

Para Florence, incluir as crianças recém-nascidas das camadas mais vulneráveis da população brasileira é um desafio que se tornou ainda mais complexo em um contexto de pandemia da covid-19, mas que pode ser cumprido com esforços conjuntos “O Brasil tem potencial para chegar rapidamente a 100% de crianças registradas já no primeiro ano de vida.”

O presidente da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), Gustavo Renato Fiscarelli, afirmou que a taxa de sub-registro ainda existente no Brasil está de acordo com os parâmetros aceitos mundialmente. Fiscarelli destacou que o debate do problema deve levar em conta as dimensões do território nacional e as particularidades regionais.

“É por meio do registro civil que a mãe pátria conhece seus filhos. Por isto, toda nação desenvolvida tem um regitro civil apto a chegar até as pessoas e lhes conferir o mais importante dos documentos, que é a certidão de nascimento, sobre o qual estão baseados os demais”, disse Fiscarelli. Ele lembrou que, a partir do registro civil, é possível obter estatísticas importantes para a elaboração de políticas públicas.

A ministra Damares Alves revelou que as restrições impostas pelo novo coronavírus exigiram adaptações na organização da semana nacional de mobilização. “Tínhamos sonhado que, hoje, todos os servidores do ministério estariam espalhados pelas ruas do Brasil, em um grande mutirão. Sonhado com barcos da Marinha navegando por áreas ribeirinhas, buscando quem ainda não tem a certidão de nascimento, e com aeronaves pousando em aldeias. A pandemia nos impediu, mas faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para acabar com o sub-registro”, prometeu a ministra.

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