Mercado

Apenas 30% das empresas brasileiras são controladas por mulheres

Levantamento realizado pela BizCapital revela que o preconceito ainda é uma forte barreira para o empreendedorismo feminino no país

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
(Conforme pesquisa, a igualdade salarial entre homens e mulheres ainda deve levar um tempo para acontecer)

São Paulo - Um levantamento feito pela BizCapital, fintech de soluções financeiras para micro e pequenas empresas, revelou que apenas 30% das empresas brasileiras são controladas por mulheres (ou seja, mulheres com mais de 50% da sociedade do negócio). O estudo também aponta que 45% das empresas apresentam, ao menos, uma mulher no quadro societário. Apesar do número mais elevado, o percentual continua inferior quando comparado aos negócios liderados por homens.

"O empreendedorismo feminino contribui para a diminuição da desigualdade de gênero e no rompimento de barreiras sociais estabelecidas historicamente, que ainda estão presentes nos dias atuais. Apesar de vivermos em uma sociedade com direitos iguais, isso não se traduz nas mesmas oportunidades para homens e mulheres. Na BizCapital, por exemplo, a maior parcela dos clientes que solicitam empréstimos são homens. Considerando que vivemos em um país majoritariamente composto por mulheres, existe um enorme contingente que poderia contribuir para criar um ambiente mais diverso para o empreendedorismo", explica Vanessa Medeiros, head de produtos da BizCapital.

Barreiras para o empreendedorismo feminino

Vestuário e acessórios é o principal segmento de empresas lideradas por mulheres, ainda segundo o levantamento da BizCapital. Gilza Morett tem 58 anos e empreende há mais de vinte como costureira. A empreendedora explica que já sofreu muito preconceito no meio e, até hoje, passa por situações em que a interpretam como frágil, apenas pelo fato de ser mulher. "Percebi que, no geral, muitas pessoas acham que eu não dou conta do recado por ser mulher. É muito triste perceber que ainda existe esse tipo de preconceito e que isso é algo imposto pela própria sociedade", afirma Morett.

O setor têxtil sofreu grande impacto na pandemia, mas Gilza conseguiu buscar alternativas para lidar com as dificuldades. "Só fica parado quem não procura alternativas. Organizamos nosso negócio para adequá-lo às novas necessidades e demandas de mercado. Fabricamos máscaras, mudei o nosso estilo para roupas confortáveis, e ainda aproveitei para fazer panquecas por delivery", finaliza Morett.

A dupla ou tripla jornada de trabalho, encarada por muitas mulheres, também é um grande desafio para o empreendedorismo feminino. "O ponto mais latente é o fato de que ainda somos, desde crianças, menos estimuladas a entender de assuntos como finanças, negócios e liderança. Somos ensinadas culturalmente que determinadas áreas são destinadas para homens e isto reflete em nossas escolhas. Faltam referências que nos mostrem que é possível chegar lá", completa Medeiros.

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