Restrição

Flávio Dino prorroga decreto e fecha bares e restaurantes da Ilha

Em pronunciamento realizado na última sexta-feira, chefe do Executivo chamou atenção para a continuidade na elevação de casos no estado e ampliou as medidas restritivas para a Ilha

Ronaldo Rocha da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
(Flávio Dino )

SÃO LUÍS - O governador Flávio Dino (PCdoB) anunciou em pronunciamento realizado por meio das redes sociais na última sexta-feira a prorrogação do decreto baixado no dia 3 deste mês que institui medidas restritivas no Maranhão, em decorrência da elevação de casos de Covid-19 no estado. Além disso, ele determinou o fechamento de bares e restaurantes por um período de 7 dias nos municípios que integram a Ilha de São Luís: São Luís, São José de Ribamar, Raposa e Paço do Lumiar.

O fechamento de bares e restaurantes - considerada a medida mais drástica neste período em que há maior número de mortes a cada 24 horas e em que há “sufocamento” nas redes pública e privada de Saúde -, ocorrerá do dia 15 [segunda-feira] até o dia 21 [domingo] deste mês. O objetivo é tentar frear o avanço da doença e reduzir o número de internações nos hospitais.

“Quais são as novas medidas: em primeiro lugar, prorrogação do decreto vigente até o dia 21 de março. Até esse dia, nós temos a continuidade de tudo que já havíamos pactuado e anunciado [...] Nós estamos incorporando essas duas medidas: suspensão de bares e restaurantes entre os dias 15 e 21, ou seja, nós estamos mantendo o funcionamento hoje, amanhã e domingo, não porque não seja necessária a suspensão, eu faço questão de explicar isso. Porque nós precisamos de um prazo para que os estabelecimentos da Ilha de São Luís se adaptem. Alguns eventualmente já podem ter comprado estoque de comida, por exemplo, e nós respeitamos a atividade empresarial, por isso os três dias de adaptação", disse.

Flávio Dino explicou que a medida ocorrerá somente nos municípios que integram a Ilha, uma vez que é justamente esse território que mantém o sistema hospitalar sobrecarregado no momento.

Igrejas

Outra medida incorporada ao decreto anterior diz respeito ao funcionamento de igrejas com apenas 30% da capacidade local.

“Também nas igrejas, houve reuniões com as lideranças eclesiásticas as quais nós respeitamos muito porque a religião é uma esfera da intimidade, da privacidade, da fé e da convicção de cada um e para quem tem fé, obviamente, é algo essencial e nós chegamos a este entendimento no sentido de haver na Ilha de São Luís, o limite máximo de 30% de ocupação das igrejas e manutenção de todos os protocolos sanitários”, completou.

Prorrogação

Com a prorrogação do decreto anunciado no dia 3 deste mês - além das novas medidas já instituídas na última sexta-feira -, permanecem em vigor: a suspensão total de festas, eventos e shows; a limitação de funcionamento de estabelecimentos comerciais na Iha de São Luís das 9h até às 21h [com exceções]; a suspensão de aulas presenciais em todas as instituições de ensino - sejam escolas ou universidades -, a suspensão das atividades presenciais em todo serviço público estadual e a implementação de uma fiscalização mais rigorosa, segundo Dino, a pedido da própria classe empresarial.

Pela primeira vez em entrevista coletiva uso o verbo implorar. Eu estou implorando, pelo amor do nosso senhor Jesus Cristo, que as pessoas nos próximos dias cumpram esses compromissos mínimoFlávio Dino, governador do Maranhão

Ampliada exigência a municípios para terem acesso a vacinas no Maranhão

Durante o seu pronunciamento para anunciar novas medidas restritivas no enfrentamento à pandemia da Covid-19, o governador Flávio Dino ampliou exigências para que municípios maranhenses consigam ter acessos a vacinas que são distribuídas gratuitamente pelo Ministério da Saúde.

No dia 3 Dino havia determinado por meio de decreto, que somente municípios com comprovassem a aplicação de pelo menos 60% das doses da vacina já recebidas, teriam direito a acesso a novas doses.

Na sexta-feira (12), ele ampliou o índice para 70%. A justificativa é de que, quanto menor o número de vacinas aplicadas e registradas no sistema coordenado pelo Ministério da Saúde, menor o potencial de o Maranhão lutar pelo recebimento de um aporte maior de vacinas.

No Maranhão, segundo o governador, já foram recebidas 515 mil doses de imunizantes. Deste total, 338 mil já foram distribuídas pelo Estado a municípios. Apenas 283 mil doses, contudo, aparecem registradas como devidamente aplicadas no sistema federal.

“Por uma questão lógica. Nós não podemos ficar entregando e entregando com helicópteros e aviões se ainda há vacinas disponíveis no município. E eu sei que as vezes a vacina até foi aplicada. Mas, eu saber não adianta, quem tem de saber é o Ministério da Saúde. Existe um sistema, é uma norma. Não é uma exigência minha”, justificou.

A medida passa a ter validade a partir de novas doses recebidas pelo Maranhão na próxima semana.

Governador faz apelo emotivo e “implora” pelo cumprimento de protocolos sanitários

O governador Flávio Dino fez um apelo emotivo, no fim da entrevista coletiva e “implorou” para que cidadão maranhense, diante do atual cenário, cumpra os protocolos sanitários no enfrentamento à Covid-19.

Ele admitiu ter sido a primeira vez em que utilizou o tom de apelo para convencer a população sobre a gravidade do momento enfrentado pelo Maranhão.

“Pela primeira vez em entrevista coletiva uso o verbo implorar. Eu estou implorando, pelo amor do nosso senhor Jesus Cristo, que as pessoas nos próximos dias cumpram esses compromissos mínimos e básicos. A situação minha gente, nos hospitais, está muito difícil”, enfatizou.

Dino afirmou que os profissionais da Saúde estão exaustos e lembrou que muitos procedimentos não estão sendo realizados no período, justamente por causa da elevação de casos de Covid-19.

“Os hospitais estão abarrotados de gente precisando respirar e por isso eu imploro a vocês: vamos nos unir. Esqueçam em quem você votou ou em quem você vai votar, não importa isso agora. Esqueçam simpatias ou antipatias. ‘eu não gosto do governador’. Não tem problema. Eu não estou pedindo que gostem do governador ou do governo. O que estou pedindo e implorando é para que vocês usem máscaras quando estiverem na rua, evitem aglomeração nessas próximas semanas, para que o sistema hospitalar possa suportar essa hora difícil”, disse.

Flávio Dino também compartilhou ter passado noites sem conseguir dormir, por causa do fardo que a situação do momento impõe ao gestor público.

“[...] Eu confio no povo do Maranhão que me deu a honra e a alegria de governar o nosso estado. Alegria e honra que não se dissipam, apesar das horas terríveis que eu tenho passado, apesar das noites que eu não tenho dormido, apesar dos dias de angústia, apesar de não imaginar que enfrentaria essa situação tão aterrorizante de ter que cuidar do limiar da vida e da morte de milhares de pessoas todos os dias, apesar, portanto, de tudo isso, eu mantenho a fé em Deus e a honra”, emendou.

Cenário

Antes do apelo emotivo, Dino havia apresentado, com gráficos, um cenário de elevação do número de casos, mortes e internações por Covid-19 no Maranhão, sobretudo na Ilha de São Luís e na cidade de Imperatriz.

De acordo com o comunista, já foram registrados somente em 2021, 11.692 casos da doença. Ele afirmou que nos últimos dois meses, o registro de casos chegou a duplicar.

Dino também mostrou em gráficos, uma tendência para o aumento em internações, seja em leitos de clínica médica ou em leitos de UTI e também a tendência para o aumento de mortes. No quadro nacional, Maranhão apresenta um dos maiores índices de mortes no período, com taxa de crescimento de 1,15% e aumento de 146% em óbitos.

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