Segunda onda

Em nove dias, seis jovens de 20 a 29 anos morreram de Covid-19

Epidemiologista afirma que jovens estão adoecendo mais agora do que na primeira onda da doença; até o dia 9 deste mês, 65 pessoas dessa faixa etária já haviam perdido a vida em decorrência da Covid-19

Kethlen Mata/ O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Aumentam casos de Covid-19 e óbitos na faixa etária de 20 a 29 anos no Maranhão
Aumentam casos de Covid-19 e óbitos na faixa etária de 20 a 29 anos no Maranhão (covid teste)

São Luís – Em apenas nove dias deste mês, seis jovens com idades entre 20 e 29 anos, morreram em decorrência da Covid-19 no Maranhão. O Estado verificou os boletins do último dia de cada mês de pandemia, desde abril de 2020, para verificar como os números da doença se comportaram nas faixas etárias de 0 a 9 anos, 10 a 19 e 20 a 29 anos, destas, a última foi a que mais apresentou aumento, tanto no número de casos confirmados, quanto no número de óbitos. Epidemiologista esclareceu que os jovens estão adoecendo mais nesta segunda onda da doença no estado.

Até o dia 30 de abril de 2020, nenhuma criança de 0 a 9 anos havia morrido, por causa do coronavírus; em maio foram registrados seis falecimentos; em junho mais oito, julho mais quatro, agosto, outubro e novembro um. Desde então, somente em março de 2021 foi registrado mais um óbito de criança, totalizando 22 mortes desde o começo da pandemia.

Durante a catalogação dos dados, um detalhe não passou despercebido, quanto ao número de casos confirmados na faixa etária. Em dezembro, o total era de 5.412 casos, porém, nos meses seguintes o número apresentou queda, chegando em 5.408 em março.

Sobre a divergência de dados, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) esclareceu, em nota, que a redução de três casos na faixa etária de 0 a 9 anos se deve a casos duplicados, cuja correção foi solicitada pelo município notificador. Quando há duplicidade de casos notificados, a SES inclui a informação no próprio boletim epidemiológico.

Segunda onda
O epidemiologista, Antônio Moura da Silva, explicou que jovens com ou sem comorbidades estão mais suscetível ao vírus nesta segunda onda, em comparação com a primeira. “Os mais jovens estão adoecendo agora, mais do que durante a primeira onda e também mais casos graves estão sendo descritos nessa faixa etária”, disse.

“Provavelmente essa nova cepa se transmite com maior carga viral, o que aumenta o risco para todos, inclusive os jovens”, concluiu o epidemiologista.

Faixa etária de 10 a 19 anos
Segundo o boletim epidemiológico da terça-feira, dia 9 de março, 21 crianças e adolescentes de 10 a 19 anos morrem de Covid-19 no Maranhão, casos confirmados são 14.064; quanto a esse número, a situação parece estar mais estável, pois em comparação com o último dia de fevereiro, nenhum novo caso foi registrado, até as 13h desta quarta-feira, 10.

É sabido, no entanto, que durante os primeiros meses do ano, no Maranhão, o período chuvoso causa resfriados na população. Sendo assim, o observado é que muitos jovens estão deixando de realizar testes para Covid-19, por acharem que o que têm é apenas um resfriado. Essa negação pode agravar a doença e fazer com que estes precisem de internação em UTIs do estado é diferente.

Em nota, no último dia 26 de fevereiro, a SES confirmou que pessoas do grupo de 20 a 39 anos são os mais contaminados pelo vírus, no momento. Enquanto, na rede hospitalar, atualmente, os pacientes internados com Covid-19 apresentam idade de 40 a 69 anos.

Faixa etária de 20 a 29 anos
Na pesquisa feita por O Estado, foi identificado que a faixa etária de 20 a 29 anos foi a que mais cresceu em casos de Covid-19 – entre os grupos etários mais jovens – com o decorrer da pandemia. Somente em nove dias, seis pessoas vieram a óbito por causa da Covid-19 no Maranhão.

Isso representa 9% de todas as mortes registradas nessa faixa de idade, que é um total de 65. Quantos aos casos, até o boletim do dia 9, 30.897 tiveram resultado positivo no teste que identifica o vírus no corpo.

Juntando essas três faixas etárias – 0 a 9 anos, 10 a 19 e 20 a 29 – tem-se um total de 22% de todos os casos já confirmados no estado, e uma taxa de mortalidade que fica sempre entre 1,9% e 2%. Porém, no último boletim analisado, a taxa já está em 2,02%, um aumento que parece insignificante, mas já mostra o resultado das seis mortes recentes pela doença.

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