Conquista de direitos

Plataforma lança site só de petições em defesa dos direitos LGBTQIA+

Change.org reuniu na página 70 abaixo-assinados com mais de 430 mil assinaturas; ação faz parte do "Fora das Margens", projeto global em defesa dos direitos LGBTQIA+

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Plataforma
Plataforma (lgbtqi+)

São Paulo - A Change.org, maior plataforma de abaixo-assinados e webativismo do Brasil e do mundo, acaba de lançar um hotsite com 70 petições em prol da conquista de direitos à comunidade LGBTQIA+. A página, que já reúne mais de 430 mil assinaturas, faz parte do projeto “Out of the Margins” (Fora das Margens), da ONG britânica Stonewall, trazido ao Brasil pela organização em parceria com o IBRAT (Instituto Brasileiro de Transmasculinidades).

Entre as demandas com mais engajamento visibilizadas pelo site estão aquelas ligadas ao acesso à saúde pelas pessoas trans. Duas das campanhas tratam da lentidão da fila para a realização de cirurgias de redesignação sexual no Rio de Janeiro. Uma terceira aborda a necessidade da criação de um ambulatório trans em Cuiabá (MT). Ainda há outra que cobra a mudança de local do ambulatório “SerTrans”, que funciona em um hospital mental no Ceará.

“Vamos colocar à disposição dessa comunidade nossos recursos tecnológicos e a nossa expertise enquanto plataforma de mobilizações e ativismo”, detalha Monica Souza, diretora-executiva da Change.org. “Esperamos empoderar esses cidadãos para que suas vozes possam ecoar na sociedade e serem ouvidas, de fato, por políticos e autoridades capazes de mudar a injusta e cruel realidade de marginalização em que essas pessoas vivem”.

Por meio deste projeto, as campanhas que estão sendo levantadas vão gerar uma ação de advocacy a fim de pressionar a construção de políticas públicas locais e nacionais em defesa dos direitos LGBTQIA+. A página será o instrumento para colocar questões urgentes em pauta e engajar a população em torno delas. Além das demandas de saúde, abaixo-assinados de outros temas também, como trabalho, também estão sendo incluídos.

Os membros do IBRAT já começaram a levar algumas dessas reivindicações aos tomadores de decisão, ou seja, às autoridades que podem resolvê-las. Eles atuarão junto aos três Poderes e ao setor privado em busca da conquista de direitos concretos e efetivos.

“Cabe a nós estarmos lá, levarmos nossas demandas e pressionarmos as instituições ou pessoas responsáveis por tomarem decisões”, aponta o secretário de políticas internacionais do instituto, Benjamin Neves, que é homem trans, professor, ativista e criador de uma das campanhas sobre as demoradas filas para cirurgia de redesignação sexual.

“Out of the Margins” chega ao Brasil
“Out of the Margins” é um projeto internacional liderado pela ONG britânica Stonewall em coalizão com 24 organizações de direitos humanos. O programa constrói uma rede para a defesa dos direitos de lésbicas, mulheres bissexuais e pessoas trans em todo o mundo, com foco em cinco questões principais que marginalizam essa comunidade: bem-estar econômico, educação, saúde, segurança pessoal e violência, e participação cívica e política.

Desenvolvido na Europa e Ásia Central, África Subsaariana e América Latina e Caribe, “Out of the Margins” (Fora das Margens, em português) chega ao Brasil por meio do IBRAT (Instituto Brasileiro de Transmasculinidades), em parceria com a Change.org. Segundo segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), o Brasil lidera o ranking de assassinatos de transexuais, por isso, no país, o projeto terá mais foco na população trans.

De acordo com Monica Souza, além de empoderar membros da comunidade trans e trabalhar politicamente em defesa dos direitos dessa população, outra finalidade do projeto é jogar luz na realidade de exclusão dessas pessoas, provocando um debate na sociedade em geral.

“Vivemos em um país em que a expectativa de vida para transexuais é de apenas 35 anos, enquanto para a população em geral é, em média, 75. Não é possível aceitar que 90% dos cidadãos transgêneros e travestis precisem recorrerer à prostituição por falta de um emprego formal. Essa situação precisa mudar, por isso trouxemos esse importante programa para o Brasil. É urgente que algo seja feito”, finaliza a diretora-executiva da Change.org.

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