Rigor nas medidas

159 bares fiscalizados entre 5 e 7 de março na Ilha de São Luís

Setor foi o mais fiscalizado; a O Estado, uma proprietária de bar afirmou que decreto gerou prejuízo financeiro e não resolveu o problema do aumento no número de casos de Covid-19

Kethlen Mata/ O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Bares da orla sentiram a ausência de clientes durante o fim de semana de sol
Bares da orla sentiram a ausência de clientes durante o fim de semana de sol (bar Litorânea)

São Luís – De 5 a 7 de março – primeiros dias em vigor do Decreto n° 36.531, de 3 de março de 2021, que mudou o horário de funcionamento do setor comercial por 10 dias - 159 bares foram fiscalizados na Ilha de São Luís (São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa), conforme anunciado em coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira, 8, pelo governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB). Diante disso, O Estado foi às ruas para buscar direto na fonte a opinião do setor quanto ao decreto, que tem uma validade de 10 dias e que se encerra em 14 de março.

Com a nova ordem, alguns setores do comércio devem abrir às 9h e fechar às 21h, bares e restaurantes foram atingidos pelo decreto, no entanto, houve exceções para supermercados, academias, panificadoras, hortifrutigranjeiros, creches e berçários, que devem funcionar de 6h às 21h, além de atividades portuárias, farmácias, aviculturas, serviços médicos hospitalares e veterinários.

O que diz o setor
Na Avenida Litorânea existe uma grande quantidade de bares e restaurantes, sendo um dos locais mais movimentados da cidade, principalmente durante os fins de semana. Com mais de 30 anos de história, o Bar e Restaurante do Felipe, sentiu o impacto do decreto. A atual proprietária, Cintiane Diniz, contou que houve prejuízo financeiro no último fim de semana, por causa do baixo movimento de clientes.

“No nosso estabelecimento, funcionamos até as 18h, então não sentimos tantos, mas em questão de movimento a mudança foi maior, final de semana a gente percebeu essa diminuição de pessoas na praia”, afirmou a proprietária. Ela disse ainda que percebeu a diferença quando foi fechar as contas. E na opinião dela, a medida não teve sucesso. “No primeiro momento, ele [Flávio Dino] colocou de 9h às 21h para supermercados e diminuiu esse horário posteriormente, e são locais que vivem lotados, além dos ônibus continuarem lotados”, frisou.

Já a garçonete Maria Zenaide, de um bar localizado logo ao lado do Bar e Restaurante Felipe, o decreto não foi justo com todas as áreas. “Têm pessoas que começam a trabalhar a partir das 5h e eu acredito que não muda, não faz muita diferença, até porque as pessoas se recolhem mais cedo, mas em compensação passam o dia fazendo alguma coisa que não era para fazer”, ressaltou.

Outro bar visitado, foi representado por Eduardo Peralva, garçom do estabelecimento. Para ele, em apenas alguns dias já deu para sentir uma queda na quantidade de clientes. “A galera ainda tem medo de sair de casa, mas afetou um pouco. Ontem [domingo] fez muito sol, então esperávamos mais movimento. Mas como está sendo para o bem da população, eu concordo [com a mudança nos horários], os casos estão crescendo demais e se não fizerem uma coisa mais rígida vai piorar. Acho que era para entrar logo esse lockdown. Se eu não morri com quatro meses em casa, então não vou morrer com 15 dias”, comentou.

Ainda de acordo com os números veiculados nesta segunda-feira, 8, em segundo local de setores mais fiscalizados, está a área de moda, com 51 inspeções no período de 5 a 7 de março, lanchonete (50) e supermercados (26), respectivamente. “Essa fiscalização vai continuar mais presente ainda”, disse o governador. Ontem, O Estado publicou notícia sobre a Justiça ter indeferido o pedido de adoção de medidas mais restritivas de contato social para o Maranhão.

A solicitação foi feita por Ação Civil ajuizada pela Defensoria Pública do Maranhão e negada pelo juiz Anderson Sobral de Azevedo, auxiliar da Comarca da Ilha de São Luís, respondendo pela Vara de Interesses Difusos e Coletivos.

No total, na Grande Ilha, foram realizadas 405 ações de fiscalização nos três primeiros dias de vigência do decreto. Sendo 34 termos de infração, 12 autos de infração e duas interdições. Em imperatriz, o total de fiscalizações foi de 46. O Estado procurou o Governo do Estado para questionar se houve mais fiscalização em bairros específicos e sobre os procedimentos pós autuação, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.

SAIBA MAIS

Horário de funcionamento

  • Academias, Centro de Treinamento, Escola de Esporte e Estúdio de Pilates: funcionamento das 6h às 21h;
  • Panificadoras: funcionamento das 6h às 21h;
  • Supermercados: funcionamento das 6h às 21h;
  • Hortifrutigranjeiros (CEASA): funcionamento das 6h às 21h;
  • Revendedores de combustíveis: funcionamento 24h (tempo integral);
  • Atividades portuárias (Agenciamentos, manutenção e reparação de embarcações, estruturas flutuantes, comércio de mercadorias em geral para atendimento essencial da operação portuária): funcionamento 24h (tempo integral);
  • Farmácias e comércio varejista de produtos farmacêuticos: funcionamento 24h (tempo integral);
  • Avicultura: funcionamento 24h (tempo integral);
  • Salas de autoatendimento bancários: funcionamento das 6h às 22h;
  • Creches e berçários: funcionamento das 6h às 21h;
  • Delivery de alimentação: funcionamento 6h às 23h;
  • Serviços médicos, hospitalares e veterinários: funcionamento 24h (tempo integral).

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