Projeto musical

Música para o amanhecer

Alvorada conquista o público nas manhãs de domingo, das 7h às 9h, com live que aposta no resgate da memória musical afetiva; projeto foi criado pela DJ e jornalista Vanessa Serra

Larissa Corrêa* Especial para O Alternativo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Vanessa Serra comanda o projeto Alvorada
Vanessa Serra comanda o projeto Alvorada (vanessa serra)

São Luís- “Bom dia! Começa agora mais uma Alvorada”. É com essa frase que a jornalista e DJ maranhense Vanessa Serra tem iniciado seus domingos nos últimos meses, abrindo a tela de transmissão ao vivo e o chat com a Alvorada, programa musical que realiza toda semana das 7h às 9h, pelo Instagram (https://www.instagram.com/vanessaserrah/) e pela Twitch TV (https://www.twitch.tv/djvanessaserra). Composto por um set 100% vinil, o projeto nasceu em maio de 2020 da vontade de conexão com as pessoas em meio ao isolamento social ocasionado pela pandemia do coronavírus, reunindo, ainda, referências da cultura popular e muitas memórias de família em torno da música. E um público cada vez mais cativo vem mostrando também estar nesta sintonia.

“A ideia de fazer a Alvorada veio de discos que eu amo e me acompanham a vida inteira, só que eu não tinha espaço pra tocar. Onde é que a gente ia ouvir Altemar Dutra, Nelson Gonçalves, Angela Maria?”, recorda Vanessa, que atua como DJ há quatro anos. “Aí me decidi a fazer a live assim, cedinho, pra eu me lembrar como era na minha casa no final de semana, quando a gente acordava ouvindo música. Ninguém ligava a televisão. A gente ligava o som”.

Público

É nesse clima que o público do programa também se conecta nas redes sociais de Vanessa Serra aos domingos a partir das 7h, para ouvir, cantar e comentar um repertório que vai de Nonato e Seu Conjunto, Cartola e Dalva de Oliveira a Amelinha, Waldick Soriano, Chico Buarque, Marcio Greyck e Odair José. Tendo ao fundo a natureza do Sítio Itapiracó, onde mora, a apresentadora comanda tanto com as pick-ups e os discos quanto com o chat da transmissão.

Ali, no bate-papo, entre “bom dia”, emojis, pedidos de música e comentários, é que a comunidade de “alvoradeiros” e “alvoradeiras”, como define a anfitriã, vai interagindo ao vivo, como numa espécie de grande salão de festa – no caso, virtual e sem aglomeração.

Reunindo de artistas e jornalistas a advogados, funcionários públicos e donas de casa em torno da música, a interação é sempre um dos pontos altos da live. Vanessa Serra, que brinca e diz ter uma corte formada no chat, com embaixadora, mestre, príncipe e princesas, aproveita o espaço para comentar músicas novas de compositores que são ouvintes do programa, para agradecer às colaborações do conhecedor de música brasileira e, claro, repercutir os comentários sobre as memórias afetivas do público com as músicas.

“A Alvorada faz a minha conexão com as pessoas, que estão juntas ali pela identidade cultural. Cada um tem uma memória, e a música é que dá essa liga para o grupo”, define.

Para o futuro, a DJ projeta uma circulação presencial da Alvorada. Quando o momento permitir, a ideia é também fazer as transmissões de espaços como coretos, praças, asilos e cidades próximas, com uma estrutura maior e seguindo os protocolos de segurança.

Origens

A modernidade trazida pelo formato de live do programa não encobre, no entanto, as referências da cultura popular também presentes em detalhes que compõem a Alvorada. A começar pelo nome.

“Alvorada nos remete aos festejos religiosos daqui de São Luís, quando a gente acorda cedinho, ouve um toque de caixa e faz uma oração. Por isso esse nome: para a gente ir para a Alvorada, para fazer esse resgate das músicas da época de ouro, encontrar as pessoas e eu, como DJ, sentir essa vibração e fazer essa troca com o público”, explica a apresentadora.

Iniciada no primeiro domingo de maio, mês dedicado a Maria por algumas religiões, a Alvorada traz em seu íntimo um olhar de respeito às energias, culturas e origens que integram o programa, independentemente de credos e segmento religioso. Não à toa sempre abre com Concerto de Brandemburgo n.2 em Fá Maior Allegro, de Johann Sebastian Bach, e encerra Senhora Rezadeira, na voz de Beth Carvalho, rogando para que o povo “viva sempre a liberdade / E construa um mundo novo / cheio de felicidade”. “Existe uma energia que vai além de mim. Isso me emociona”, acredita.

A apresentadora

Natural de São Luís, Vanessa Serra é jornalista, produtora cultural e DJ. Graduada em Jornalismo e Pós-graduada em Jornalismo Cultural na Contemporaneidade, ambos pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), edita há 18 anos a coluna Diário de Bordo e traz uma experiência de 15 anos de produção e roteiro em rádio e TV, com programas ao vivo. É colecionadora de discos desde a infância, pesquisadora musical e começou a discotecar profissionalmente há quatro anos. É ainda integrante de coletivos nacionais de DJs, com apresentações semanais na plataforma twitch do Segunda Sem Lei e UhManasTV – formado só por mulheres DJs.

Além da Alvorada, é idealizadora do projeto Vinil & Poesia, sarau poético-musical que destaca a música maranhense e conta com participações especiais de artistas e poetas em lives às quartas-feiras, no Instagram. Contemplado pela Lei Aldir Blanc em 2020, através do edital Fomento a Projetos Culturais da SECMA, o disco Vinil & Poesia – Volume 01 foi gravado por poetas, cantores e compositores de expressão do Maranhão, e está disponível nas plataformas digitais, e em breve, chega no formato LP (long play), prensado pela Vinil Brasil.

*Larissa Corrêa é jornalista. Maranhense, radicada em São Paulo – SP.

SERVIÇO

Live Alvorada

Com Vanessa Serra

Todo domingo, das 7h às 9h

Ao vivo, pelo Instagram e pela Twitch TV:

https://www.instagram.com/vanessaserrah/

https://www.twitch.tv/djvanessaserra

Depoimentos

Na sua discotecagem da Alvorada, que é um brinde à vida, Vanessa Serra também fortalece nossa identidade cultural brasileira do Maranhão, tocando artistas como Josias Sobrinho, Chico Maranhão, e esse que vos fala e que também é da época do vinil. Enfim, só agradecer a esta guerreira com seu espírito guajajara e suas picapes sempre preparadas para defender, poeticamente, nossa Tribo Brasil”César Nascimento, cantor e compositor (Maranhense, radicado em Petrópolis – RJ)
Só na Alvorada que consigo ouvir aquelas belas músicas que tanto ouvi e que hoje não ouvimos tão comumente, a não ser que façamos nossa playlist, mas não é a mesma coisa, pois não tem a alegria de Vanessa Serra e a companhia dos seus seguidores. E o bom dia personalizado que ela nos presenteia? Demostra todo carinho conosco e uma retribuição à audiência"Ironara Pestana, jornalista (São Luís – MA)
Já começa pelo nome: Alvorada, que é sinônimo de luz chegando, e de significados de esperança, que é um substantivo que rima com dança, que é o que dá vontade de fazer quando a gente liga o celular domingo de manhã e dá de cara e ouvidos com os vinis essenciais e a alegria de Vanessa Serra. Sou fã. Viva!”Celso Borges, poeta e jornalista (São Luís – MA)
Alvorada é um importante encontro com o reencontro com as nossas reminiscências através da música. É quando nos recordamos de passagens das nossas vidas pelas trilhas musicais que embalaram essas emoções.”Gilberto Mineiro, jornalista (São Luís – MA)
Você não só conseguiu unir a música de qualidade com o som inigualável dos toca discos, como também o poder da difusão das redes sociais. União do passado e o futuro!”Shanna Botelho, neurocientista, licenciada em Artes (Maranhense, radicada na Espanha)
Nas manhãs de domingo nada melhor que a Alvorada de Vanessa Serra, onde seu repertório eclético nos dá um momento único ao começar o dia.”Maria da Glória – designer de moda (Maranhense, radicada no Rio de Janeiro – RJ)

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