Manipulação

Jogo Bacabal x São José pode ter sido o alvo de denúncia de manipulação

Denúncia de possível esquema de manipulação no Estadual pode ter jogadores do Peixe-Pedra envolvidos; FMF evita citar nomes, mas segue apurando o fato

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Partida entre Bacabal x São José pode ser alvo de denúncia
Partida entre Bacabal x São José pode ser alvo de denúncia (BACABAL X SÃO JOSÉ )

SÃO LUÍS - Depois da vitória do Bacabal sobre o São José por 2 x 1, no último sábado, 27/02, surgiram denuncias de que os jogadores do Peixe-Pedra foram cooptados para participar de esquema para manipular o resultado do jogo. A Federação Maranhense de Futebol (FMF) se posicionou sobre denúncia de suposta manipulação de resultados. A entidade afirmou que iniciou investigação após denúncia recebida no domingo, 28 de fevereiro, mas não especificou quais jogos estão sob suspeita.

De acordo com essas informações, cinco jogadores do São José foram contactados para “facilitarem” a derrota diante do Bacabal. Áudios e prints de conversas em aplicativos de trocas de mensagens também vazaram. Em um desses diálogos, um jogador não identificado do Peixe-Pedra teria uma oferta de R$ 2 mil para “entregar” a partida e dá a entender que não aceitou.

“Uns caras de Bacabal oferecendo dinheiro para fazer um pênalti e vieram falar comigo. [Ofereceram] dois mil reais só para fazer um pênalti, mesmo o Bacabal perdendo. Isso não é coisa de homem”, afirma o atleta em um trecho de áudio vazado.
Após as denúncias chegarem ao conhecimento da FMF a diretoria do São José emitiu nota se eximindo de qualquer participação em esquema de manipulação de resultados. “Tendo em vista à denúncia recebida pela FMF, a respeito de uma suposta tentativa de cooptação de atletas para manipulação de resultado de jogo, envolvendo a partida entre Bacabal x São José de Ribamar no dia 27/02/2021, válida pela terceira rodada do campeonato Maranhense série A 2021, o São José de Ribamar Esporte Clube manifesta repúdio de qualquer atitude que vise manipular resultados de jogos. Contudo, o clube coloca-se à disposição da Federação Maranhense de Futebol para colaborar na apuração dos fatos ocorridos”.

O suposto esquema de manipulação pode ter motivado o pedido de desligamento do técnico Ricardo Alves, que teve sua saída oficializada no último domingo. “Aconteceram algumas coisas extracampo, que eu não quero me posicionar agora. Me desliguei por completo, por outras razões”, declarou.

Palavra da FMF

O presidente da FMF, Antônio Américo, disse que não tem nada de concreto, tudo ainda no campo das especulações. E que pelo que ele viu na matéria, o técnico se desligou por outras razões e que continua investigando. “Não existe denuncia, não existe denuncia. Existem fatos que estão sendo apurados, mas ninguém está denunciando ninguém. Um jogador conversando com outro. Vocês não escutaram os áudios? Ninguém está sendo denunciado. Existem as desconfianças de participação de atletas, mas ninguém sabe de mais nada. Está no embrião de uma investigação”, explicou.

Antônio Américo promete apurara os fatos e punir com rigor se houver culpados. “Por mim se alguém cometeu manipulação de jogos deveria ser banido do futebol. Deveria ser proibido até de entrar em estádio”, disse.

Jogos suspeitos

Atuações anormais e placares elásticos entre clubes ou atletas com desempenhos anteriormente semelhantes são os cenários que mais levantam suspeitas. Porém, a forma mais propícia a se desconfiar de tais movimentações envolve justamente os sites de aposta. Um volume incomum de lances em determinado evento esportivo, seja pelo alto valor investido, seja por ser uma atividade sem tanto apelo, pode ser identificado por tais plataformas e, a partir daí, alertar as autoridades responsáveis.

Investigados e descobertos os mandantes e atuantes dessas quadrilhas, assim como toda procura criminal, devem ser submetidos a penas que vão desde a suspensão ou banimento da modalidade na esfera esportiva à prisão de dois a seis anos e multa, de acordo com a Lei 12.299, de 2010. Essa preocupação, apesar de ser presente desde o Conselho Nacional de Desportos de 1942, não é colocada em prática de forma efetiva.

Em 2005, a “Máfia do Apito”, como ficou conhecido o escândalo de manipulação de resultados no Campeonato Brasileiro de 2005, obrigou a anulação e remarcação de 11 jogos. O árbitro Edílson Pereira de Carvalho, pivô do esquema, foi pago para favorecer um grupo de apostadores nas partidas que atuava.

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