Pandemia

Maranhão registra mais de 500 mortes em decorrência da Covid-19 só neste ano

Estado alcançou na sexta-feira, 26, a marca de 5.012 óbitos; Ministério da Saúde prevê piora em março e governo estuda medidas mais restritivas para as próximas semanas

Bárbara Lauria / Equipe O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Mais leitos hospitalares estão sendo disponibilizados aos pacientes com a Covid-19
Mais leitos hospitalares estão sendo disponibilizados aos pacientes com a Covid-19 (Mais leitos hospitalares estão sendo disponibilizados aos pacientes com a Covid-19)

São Luís - Nesta sexta-feira, 26, o Maranhão alcançou a marca de mais de 5 mil vidas perdidas em decorrência do novo coronavírus, e desse total, 512 mortes foram registradas apenas nos dois primeiros meses deste ano. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), apenas na sexta-feira, 26, foram registrados 18 óbitos causados pelo vírus, sendo quatro informados nas últimas 24 horas.

De acordo com o Consórcio de Veículos de Imprensa, apesar de ser o estado com menor taxa de letalidade, o Maranhão continua em vermelho apresentando alta no número de óbitos. A variação é de +29%. Além disso, o estado também continua apresentando um aumento no número de casos ativos. Até sexta-feira, 27, já eram contabilizados 9.806 casos ativos.

Mortes e sofrimentos

“No nosso estado chegamos a marca de cinco mil óbitos em consequência do coronavírus. Deus sabe o tanto que as famílias dessas 5 mil vítimas choraram e choram. Nós sabemos o quanto os profissionais de saúde se impactaram, lutaram e se emocionaram por não conseguirem evitar tanto sofrimento. Nós sabemos que lamentavelmente muitos desses óbitos ocorreram sem que as famílias pudessem cumprir o ritual humano da última oportunidade de se despedir. Por isso, eu registro o meu lamento e minha tristeza profunda em razão desses fatos. Eu, infelizmente, faço parte do rol das vítimas diretas do coronavírus, e por isso compartilho como governador, mas, acima de tudo, como cidadão a minha palavra de solidariedade e de esperança”, disse o governador Flávio Dino durante coletiva de imprensa na sexta-feira. O governador perdeu seu pai, Sávio Dino, no último ano para a Covid-19.

Na última quinta-feira, 25, o Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, informou, em reunião com secretários da saúde, que a previsão é de que os meses de março e abril apresentem os piores quadros da pandemia no país. Na última quinta, o Brasil apresentou o maior número de óbitos em 24h de toda a pandemia. Foram 1.582 óbitos em 24h, chegando ao total de 251.661 mortes durante toda a pandemia.

Aumento de casos

Durante a coletiva, Flávio Dino chegou a enfatizar que esse aumento da média móvel de casos tem gerado reflexos nos leitos hospitalares, tanto na rede privada, quanto na rede pública. Até sexta-feira, 26, apenas a região da Grande Ilha apresentava taxa de 91,19% de ocupação dos leitos de UTI.

O epidemiologista Antônio Augusto explicou que o contágio aumentou e, apenas nesta semana, cada 10 pessoas estão contaminando 12. Ainda segundo ele, uma das causas desse aumento da propagação foi a não adesão dos protocolos de saúde pela população, incentivada por figuras públicas, como o Governo Federal.

Assim como o epidemiologista, o governador também reafirmou o perigo da disseminação de fake news por figuras públicas em relação ao aumento de contágio. “Não podemos acreditar em mentiras e incentivar o não uso de máscaras. Atingimos o maior número de óbitos em 24 horas e precisamos seguir os protocolos de saúde e entender a realidade”, ressaltou. Na última quinta-feira, dia com maior letalidade da Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro questionou o uso de máscaras durante sua live semanal, medida que já foi comprovada por autoridades sanitárias como eficaz para conter a propagação do vírus.

Novas medidas

Com a nova projeção de um novo pico da doença durante os próximos meses, o governador também anunciou que já está sendo estudado novas medidas restritivas para o estado e, principalmente, Imperatriz e a Grande Ilha. De acordo com Dino, as medidas estão sendo debatidas com cuidados para não ter impacto em apenas um setor, como os bares e restaurantes.

“Me reuni com o comitê de cientistas do Maranhão e vou consultar a Federação dos Municípios e os chefes dos demais poderes para que possamos ir chegando em uma decisão. Se decidirmos adotar as medidas restritivas, não adianta olhar somente para um só setor”, explicou o governador, ressaltando que novas medidas devem ser anunciadas a partir da próxima sexta, 5 de março.

Também foi anunciado a entrega de 60 mil testes de Covid-19; 200 elmos para a melhora da oxigenação; novos leitos e a suspensão das cirurgias eletivas por tempo indeterminado, para garantir leitos e insumos que estão em escassez em outros estados brasileiros.

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